segunda-feira, 24 de agosto de 2020

PLAYBOOKS: o que são e para que servem!

 Nos EUA o termo playbook tem relação com os esportes profissionais, por se tratar de um caderno contendo descrições de todas as jogadas e estratégias usadas por uma equipe, muitas vezes acompanhadas de diagramas, que é entregue aos jogadores para ser estudado e memorizado antes do início de uma temporada.

Todavia, além da definição do caderno de jogadas e estratégias de uma equipe, é comum relacionar o termo playbook, de forma geral, a qualquer plano ou conjunto de estratégias. O fato é que os playbooks estão na moda e seu uso nas organizações é cada vez mais frequente.

O que é um Playbook ---

Um playbook é um guia interno que descreve um processo importante da empresa e serve como uma referência fácil e disponível para os membros da equipe. Dito de outra maneira, um playbook da empresa é onde se documenta como se faz as “coisas", o que são essas "coisas", por que são feitas, como idealmente se deseja que essas “coisas” sejam comunicadas, quem as faz, quando e onde.

É importante deixar claro que um playbook não é um conjunto de regras rígidas que param no tempo, mas algo que deve ser construído continuamente! Atualmente, os playbooks são documentos armazenados de forma digital para que possam ser facilmente acessados e atualizados.

Para que serve um Playbook ---

Um playbook pode ajudar a acelerar o processo de treinamento e integração de novos contratados em uma empresa. Cada funcionário não precisará traçar seu próprio curso e navegar às cegas em sua nova função. Um playbook pronto para usar dá aos novos colaboradores acesso a ideias de seus representantes mais experientes para trabalhar de maneira mais inteligente e não mais difícil.

Um playbook – como uma fonte confiável e correta - aumenta a eficiência combinando informações essenciais e mensagens importantes em um só lugar, tornando mais fácil para os colaboradores encontrar e usar esse material.

Devemos mencionar ainda que um playbook é um recurso crucial que facilita a replicação e a padronização das melhores práticas da organização que serão usadas pela equipe. Dessa forma, quando os membros da equipe têm uma dúvida, eles podem verificar o playbook em primeiro lugar.

Tipos de Playbooks ---

Há diferentes tipos de playbooks que dependem do que se precisa apresentar, de quem será orientado, dos processos específicos e de seus objetivos.

De forma simplificada, podemos dizer que um playbook de operações trata de como a empresa entrega seus serviços aos clientes. Assim, por exemplo, um playbook de operações para um restaurante pode explicar as etapas pelas quais a equipe deve cuidar de um cliente, desde o momento em que este espera para se sentar, como deve ser cumprimentado, até a última etapa do processo completo de atendimento.

Da mesma forma, um playbook de marketing define os tipos de comunicações, melhores práticas e técnicas de otimização que devem ser usados ​​para maximizar o retorno sobre o investimento para diferentes objetivos de marketing.

Por sua vez, um playbook de vendas pode ajudar os vendedores a fechar negócios e estabelecer conexão com materiais úteis - modelos de e-mail, scripts para chamadas e material criativo. Com seu playbook bem organizado, os representantes de vendas não precisam reinventar a roda toda vez que falam com um novo cliente.

E ainda, apenas para exemplificar, podemos citar que um playbook de projetos é especialmente bom para coordenar pessoas, sendo cada uma responsável por realizar tarefas como parte do esforço geral. Em um formato simples, esse playbook pode incluir a agenda para teleconferências em grupo, o plano do projeto (com a lista de tarefas), a matriz de recursos (atribuições de funções) e o relatório de andamento do projeto.

Rodando em cima do Playbook ---

Uma quantidade significativa de pessoas trabalha melhor quando tem as tais “coisas” estruturadas. Um playbook bem elaborado entrega para as pessoas as receitas de bolo que precisam para fazer seu trabalho. Da mesma maneira que muitos gestores se sentem mais confiantes quando a empresa como um todo roda com playbooks que estão sendo continuamente aprimorados.

Os playbooks ajudam muito as equipes a trabalhar com previsibilidade (fazendo aquilo que a empresa espera delas) e repetibilidade (alinhadas com o que a empresa considera que é correto e adequado). Esses são atributos muito importantes para que a empresa, mesmo em expansão e com novos colaboradores, consiga entregar produtos e serviços com a mesma boa qualidade e repetir seu bom desempenho.

E como dito anteriormente, os playbooks de uma organização nunca podem ser imutáveis. Será necessário fazer uma análise sobre o uso de cada playbook no mundo real e, sempre que necessário, cada playbook deverá ser atualizado em conformidade com as novas e aprimoradas estratégias criadas pelas equipes com foco na obtenção de melhores resultados.

Um ótimo playbook pode servir, portanto, como uma base eficaz para o relacionamento de uma organização com os membros da equipe, dando-lhes todo o apoio de que precisam para trabalhar bem, progredir e crescer. Bem, é isso aí, até a próxima.

 

terça-feira, 18 de agosto de 2020

Manifesto da Gestão Híbrida

Recentemente encontrei o site do Manifesto da Gestão Híbrida, cujo conteúdo reproduzo a seguir:

 

 

 

“ ...  


Manifesto da Gestão Híbrida - Agilidade e Previsibilidade - Julho de 2020

Reconhecemos que, em alguns cenários, utilizar apenas a abordagem preditiva ou a adaptativa é útil e apropriado.

No entanto, acreditamos que, em muitas outras situações, uma combinação dessas abordagens seja a escolha mais adequada. Isto é o que chamamos de Gestão Híbrida e, com este manifesto, encorajamos:

·           ..... Adequação

·           ..... Efetividade

·           ..... Empatia

·           ..... Entrega de Valor

·           ..... Flexibilidade

·           ..... Interação

·           ..... Processos Enxutos

·          ..... Visão Sistêmica

Visando orientar a implementação desses valores, definimos os seguintes Princípios de Gestão Híbrida:

1)- Considere o momento, competências, perspectivas e sentimentos dos indivíduos.

2)- Crie um ambiente seguro para permitir transparência e liberdade na comunicação.

3)- Defina Indicadores que reflitam o desempenho da equipe e os resultados acordados.

4)- Determine uma estrutura de gestão, equipe e estilo de liderança adequados ao contexto.

5)- Equilibre as expectativas e engaje os principais stakeholders.

6)- Escolha a melhor combinação de abordagens para atingir os resultados.

7)- Estabeleça um fluxo contínuo de entrega de valor.

8)- Esteja preparado para gerenciar, rapidamente, aprendizados, mudanças e riscos, considerando uma visão sistêmica.

9)- Gerencie de forma iterativa para facilitar o aprendizado e permitir adaptações.

10)- Mantenha uma visão integrada do ambiente, negócio, práticas e pessoas.

11)- Planeje, documente e adapte na medida do necessário.

12)- Simplifique e cultive a melhoria contínua dos processos.

Os autores desse manifesto são: Hélio Costa, Carlos Magno, Rogério Manso, André Barcaui, Barbara Fernandes, Carla Krieger, Eduardo Freire, Margareth Carneiro, Roberto Pons, Gino Terentim, Fabio Cruz e Raphael Albergarias. 



... ”

 

Para o caso do leitor desejar visualizar diretamente o site do Manifesto da Gestão Híbrida basta acessar aqui >

É isso aí, até a próxima!

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020

O Número de Dunbar

Através de sua pesquisa, o antropólogo inglês da Universidade de Oxford, Robin Dunbar estabeleceu o limite cognitivo teórico do número de pessoas com as quais um indivíduo pode manter relações sociais estáveis.

 

 

O pesquisador estimou que o tamanho médio de um grupo social de humanos é 148 (usualmente arredondado para 150), que ficou conhecido, desde então, como o número de Dunbar.

É importante lembrar que o número de Dunbar limita apenas o número de pessoas com as quais alguém mantém contato social frequente. Ou seja, pessoas com as quais relacionamentos foram encerrados ou que não fazem parte do convívio diário não são computadas.

Dunbar afirma que grupos com mais de 150 pessoas tendem a se romper e ainda que se mantenham dentro do limite, quanto mais pessoas em um grupo social, maior a demanda por esforço na socialização de seus indivíduos.

A Hipótese do Cérebro Social!

Dumbar afirma, segundo sua “Social Brain Hypothesis" (Hipótese do Cérebro Social), que "os primatas evoluíram grandes cérebros para lidar com suas vidas sociais incomumente complexas". Portanto, segundo essa hipótese, tanto pequenas sociedades quanto grupos sociais de amigos são divididos em camadas inclusivas com uma estrutura peculiar:

Cada camada é três vezes maior que a camada que está englobando, com camadas sucessivas consistindo de 5, 15, 50 e 150 indivíduos. O círculo estende-se por pelo menos mais duas camadas, compostas por 500 e 1500 indivíduos, representando conhecidos e pessoas que podemos lembrar do nome ou do rosto, respectivamente. O valor das camadas teve os seguintes arredondamentos: 3 x 15 = 45, arredondado para 50 e 3 x 150 = 450, arredondado para 500. Dessa forma, uma camada externa à outra representa um menor nível de proximidade emocional e frequência de contato.

A Linguagem como facilitadora da socialização!

Segundo o pesquisador, a linguagem proporcionou aos humanos perder menos tempo e energia fomentando seus laços com o grupo social. A linguagem também aumentou a objetividade com a qual nos relacionamos, diminuindo a necessidade de contato físico, tornando possíveis formas complexas de relações sociais.

Dunbar afirma que, para manter um grupo de 150 pessoas estável é preciso que cada indivíduo dedique 42% do seu tempo para atividades de socialização. 

Dunbar e as mídias sociais!

Com o rápido crescimento da mídia social nos últimos anos, muitos sugeriram que o número de Dunbar deveria ser expandido. Eles (e elas) consideram que graças ao Facebook, LinkedIn, Twitter e outras plataformas sociais, agora somos capazes de manter relacionamentos com um número crescente de pessoas. Na verdade, a maioria dos usuários do Facebook está conectada a pelo menos 200 amigos e 21% dos usuários têm mais de 500.

O próprio Dunbar derruba essa ideia de que o uso da mídia social aumenta o número de pessoas que podemos realmente conhecer. Apesar da proliferação das mídias sociais e do mundo digital, o cérebro humano ainda não consegue manter mais do que cerca de 150 relacionamentos significativos. Em outras palavras, apenas uma minoria de nossas conexões de mídia social são relacionamentos genuínos. Esses relacionamentos que não são genuínos não podem nos ajudar imediatamente.

A mídia social nos condicionou a acumular “amigos” e “seguidores” como algo positivo que nos dá alguma vantagem. Quem se ilude com a quantidade de contatos (“amigos”) nas redes sociais acaba colocando muita energia em muitos relacionamentos e deixa de colocar a energia necessária nos relacionamentos que realmente importam.

Coletar relacionamentos digitais superficiais está em conflito com a construção de relacionamentos genuínos / significativos / estáveis. Quando gastamos muito tempo tentando manter todas as conexões, reduzimos os benefícios dessas conexões e tendemos a negligenciar as importantes.

Qualidade acima da quantidade!

O debate sobre o número de Dunbar é muito relevante, sendo alvo de interesse de inúmeras áreas do conhecimento como, por exemplo, a antropologia, a sociologia, a psicologia e a administração.

É algo que nos faz refletir sobre o nosso aqui e agora, especialmente à luz de nossas vidas cada vez mais digitais. É importante perceber que diferentes amizades exigem esforços diferentes. Igualmente, é importante notar que não se pode ter infinitos amigos, porque nossos recursos de tempo e capacidade são limitados.

Além disso, creio que uma lição sobre o número de Dunbar é que ele explica que, quando se trata de amigos, a qualidade sempre supera a quantidade. Bem, é isso aí, até a próxima!


quinta-feira, 6 de agosto de 2020

Para a verdadeira transformação digital, a mentalidade ágil deve ser adotada nas empresas!

Nesse post apresento uma tradução livre do artigo “For true digital transformation, businesses must embrace agility”, publicado em janeiro de 2019 e de autoria da pesquisadora Jeanne Ross, que trabalha no MIT Center for Information Systems Research (CISR). O texto traz a visão da autora sobre a importância da mentalidade ágil para a transformação digital das empresas.


"Hoje, muitas empresas enfrentam o desafio da transformação digital, ou seja, de integrar o digital aos seus negócios.

A mentalidade ágil significa a capacidade de se adaptar e responder às oportunidades de mercado. A agilidade é especialmente importante para as empresas tradicionais que estão se tornando digitais, porque "o que as tornou bem-sucedidas no passado não necessariamente as tornará bem-sucedidas no futuro".

No passado, a TI era projetada para resolver problemas específicos e imediatos, em vez de analisar os negócios de forma holística. Em outras palavras, foram criados silos em vez de capacidade. Hoje isso não funciona uma vez que tudo está interconectado.

O caminho para o sucesso digital significa o abandono de silos e o desenvolvimento de um backbone operacional, que inclui processos padrão e dados, aplicativos e tecnologia compartilhados.

Segundo pesquisa do CISR (Center for Information Systems Research do MIT, ou Centro de Pesquisas para Sistemas de Informação do Massachussetts Institute of Technology), apenas 28% das empresas possuem esse backbone operacional, e essa estatística permanece constante por 11 anos. Por quê? Os seres humanos precisam mudar a maneira como se comportam para obter as mudanças de TI que desejam.

Como implementar agilidade nos negócios

Então, quais são as mudanças que os humanos precisam fazer? Primeiro, as empresas precisam decidir quais são seus objetivos comerciais mais importantes e depois projetar sua TI em torno deles. Elas precisam de um roteiro que mostre para onde se dirigem no longo prazo, em vez de no curto prazo. Por fim, elas precisam de evidências baseadas em dados de que cumpriram as metas descritas no começo.

Para empresas que buscam adotar a agilidade como parte de sua transformação digital, Ross recomenda o seguinte:

1. Propriedade nos ativos vivos (capital humano/funcionários): se você criou um ativo, deve se apropriar dele e pensar em si mesmo como o mini-CEO desse ativo;

2. Equipes pequenas e multifuncionais: divida e conquiste dividindo a tarefa geral em componentes menores. Cada equipe precisa de uma missão clara, compartilhamento de conhecimento e padrões de arquitetura;

3. Produto mínimo viável: crie um produto com recursos suficientes para saber se ele funcionará. Se o seu feedback mostrar que houve uma falha, descarte-o imediatamente em vez de tentar corrigi-lo;

4. Design centrado no usuário: em um mundo cada vez mais digital, os produtos precisam ser projetados intuitivamente, para o uso das pessoas comuns;

5. Engajamento do cliente: construa relacionamentos contínuos e leais com seus clientes;

6. DevOps: evolua e melhore os produtos rapidamente testando imediatamente;

7. Teste e aprenda a cultura: não há problema em errar. Adote uma cultura de tentativa e tentativa novamente".

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DevOps é uma abordagem de engenharia de software em que as equipes de desenvolvimento e de operações colaboram para desenvolver, testar, implementar e monitorar aplicativos com velocidade, qualidade e controle. O termo surgiu de uma contração das palavras Development (Desenvolvimento) e Operations (Operações). De acordo com o ebook - DevOps for Dummies, 3ª. edição limitada da IBM, de Sanjeev Sharma e Bernie Coyne, o desenvolvimento enxuto e ágil são os fundamentos do DevOps, com a redução de desperdícios e com equipes mais eficientes. A eficiência e a repetição das melhores práticas levam a ciclos de desenvolvimento mais curtos, permitindo que as equipes sejam mais inovadoras.

Você pode baixar o ebook - DevOps for Dummies acessando este link aqui! (PDF com 66 páginas; 2.679KB).

Se você é seguidor desse blog basta solicitar pelo email h12sblog@gmail.com que lhe enviarei!

Para acessar o artigo original da pesquisadora Jeanne Ross do MIT clique aqui!

Bem, é isso aí, até a próxima.


domingo, 2 de agosto de 2020

Temas Atuais para o TCC do seu MBA em Gestão de Projetos

Em março de 2014 publiquei um artigo sobre temas para o TCC de cursos MBA em gestão de projetos. Naquela época, talvez sendo um pouco ingênuo, eu tinha a pretensão de descomplicar o processo de escolha do aluno.

 








Agora sei, com certeza quase absoluta, que escolher o tema do TCC sempre será complicado, um momento de tensão (será que vai dar tempo?) e dúvida (será que estou no caminho certo?), de medo de fracassar (será que vou conseguir?) e, ao mesmo tempo, uma oportunidade de aprofundar conhecimento, uma vez que o TCC carrega o significado de fechar com chave de ouro o esforço de aprendizado do aluno no curso. Uma prova disso é que esse artigo – que recebeu o título de Temas para o TCC do seu MBA em Gestão de Projetos é, ainda hoje, um dos mais comentados no blog.

De qualquer modo, eu ainda considero que, mesmo com todas as dificuldades mencionadas, é perfeitamente valido tentar orientar aqueles que se debruçam sobre a área de conhecimento do gerenciamento de projetos para auxiliá-los com relação aos temas de seus trabalhos de conclusão de curso. E dito isso, gostaria de sugerir alguns temas atuais que eu espero sejam úteis para o leitor que me acompanha.

(1) No artigo Mais Desafios para os Gerentes de Projeto em 2020 procurei chamar a atenção para um cenário com novas tecnologias, as necessidades de negócios em constante mudança, as abordagens flexíveis de entrega e a mudança para a economia de projeto. Afirmei que tudo isso está mudando o gerenciamento de projetos e essas mudanças deverão se acelerar nos próximos anos. Aquele gerente de projetos que tinha conhecimento e experiência nas boas técnicas de gestão é ainda muito útil, mas não é mais considerado o profissional no topo da cadeia alimentar. Esse gerente de projetos de agora precisa ser bem mais do que apenas alguém capacitado na sua área específica de conhecimento. Para ser tudo o que se deseja dele (ou dela), nesse momento tão desafiador, o gerente de projetos deverá ser um super muitíssimo bem preparado gerente com múltiplas competências. Na sequencia do artigo aparecem tópicos que, se bem explorados, podem se tornar ótimos temas de um TCC como, por exemplo, a Economia de Projeto, o Triângulo de Talentos do PMI como um novo balizador das competências do gerente de projetos, a importância de saber lidar com a ambiguidade no ambiente de projetos, e isso certamente não é pouco.  Eu fechei o artigo afirmando que, como um cachorro que nunca poderá se cansar de aprender truques novos, o gerente de projetos carregará a responsabilidade pelo planejamento e a execução bem sucedida do projeto, usando todas as práticas e técnicas que tiver ao seu dispor. Deverá liderar a equipe, gerir o projeto, ser um exímio comunicador,  ser capaz de manter as partes interessadas engajadas, ter a capacidade de prever as dificuldades e agir preventivamente assegurando o bom andamento dos trabalhos e ser um conhecedor da estratégia de negócios da organização, estando afiado e pronto para enfrentar um mundo cada vez mais complexo e ambíguo. 

 

(2) Já no post Gerenciamento Automatizado de Projetos na Era Digital, apresentei uma tradução do artigo Revisiting automated project management in the digital age – a survey of AI approaches (Revisitando o gerenciamento automatizado de projetos na era digital - uma pesquisa recente sobre abordagens de IA), publicado em maio de 2019. O artigo trata do processo de automação dos projetos através da Inteligência Artificial. Bem, não há como negar ser este um tema muitíssimo atual.

 

O mencionado artigo, com base em resultados de pesquisa, tenta nos levar ao campo das aplicações de IA no domínio do gerenciamento de projetos. Com isso, três áreas principais são descritas; a saber: o gerenciamento de projetos orientada à dados, as plataformas de IA para gerenciamento de projetos e os bots de gerenciamento de projetos. Cada um desses tópicos, por si só, é um tema de TCC.

(3) Por sua vez, no artigo que recebeu o título Vamos Mesmo Compartilhar Conhecimento? procurei abordar o tema do trabalho colaborativo nos projetos, tendo em mente que mesmo com toda a robótica avançada e Inteligência Artificial (IA) que tem sido implantada, a grande maioria das empresas ainda precisa muito de bons colaboradores. Ainda precisam de gente de carne e osso, pessoas jovens que envelhecem com o passar do tempo, os tais seres humanos cheios de qualidades e defeitos. São essas pessoas que planejam, executam e controlam os processos e projetos, que introduzem inovação, que com erros e acertos são capazes de direcionar o negócio para o sucesso. Essas pessoas precisam trabalhar em equipe e colaborar. Se essas pessoas compartilharem seu conhecimento, ainda melhor. No citado artigo ainda faço uma provocação relacionada ao ambiente profissional competitivo e seus conflitos.

 

(4) O gerenciamento da alocação de recursos nos diferentes projetos que compõe o portfolio de uma organização, especialmente as grandes corporações, é um tópico crítico e para isso são utilizadas ferramentas de software chamadas PPM (de Project Portfolio Management ou gerenciamento do porfolio de projetos). A importância desse assunto pode ser melhor compreendida quando percebemos que para se aprimorar e sobreviver em um cenário cada vez mais competitivo as empresas necessitam de inovação. Uma inovação é introduzida na empresa através de um projeto.

 

No artigo O Desejo por um Plano Completo dos Recursos Humanos reforço que as organizações precisam introduzir inovação com mais velocidade. Por isso, novas demandas por projetos e áreas de especialização aparecem em intervalos cada vez mais curtos. Isso leva a uma necessidade de maior flexibilidade no planejamento estratégico da capacidade dos recursos humanos. Por esse motivo, os gerentes de PMO (Project Management Office ou Escritório de Gerenciamento de Projetos) precisam de suporte ainda melhor no planejamento de cenários variáveis. Eles precisam decidir, com base nas prioridades e disponibilidades dos próximos meses e anos, quais novos projetos serão lançados e quando. Tudo isso reforça a utilização dos softwares PPM para o gerenciamento do portfólio de projetos e seu estudo como tema de TCC.

 

 

(5) Não poderia faltar o tema do trabalho remoto ou teletrabalho – abordado no blog em diferentes posts (Como o coronavirus impactou seus projetos?, Sugestões para Gerenciar o Trabalho Remoto e Pesquisa “2020 Remote Work Week Survey) – e que pode fazer parte da realidade de muitos dos nossos leitores.

 

Especificamente no post que recebeu o título Sugestões para Gerenciar o Trabalho Remoto foi estabelecido que a pandemia de Covid-19 acelerou a adoção do teletrabalho. Tudo aconteceu muito rápido e quem teve condições de trabalhar remotamente fez isso. No Brasil, muitos já tinham experimentado trabalhar em “home office”, na sua maioria por alguns dias do mês, mas não de forma ininterrupta como agora. Essa nova situação, criada pela primeira vez, deixa muitos funcionários - e seus gerentes - trabalhando fora do escritório e separados um do outro. Isso afetou as operações e os projetos das organizações, uma vez que obrigou a um grupo enorme de pessoas a mudar suas rotinas. Assim sendo, entender os desafios do trabalho remoto é apenas uma parte do problema, especialmente se considerarmos que o novo normal incluirá o trabalho remoto, como tem sido mencionado por muitas empresas que o experimentaram e que gostaram dos resultados e estariam apostando nos seus potenciais benefícios. Se o estudante do MBA em Gestão de Projetos está trabalhando remotamente em um projeto, ele (ou ela) poderá alavancar seu TCC com o que aprendeu na sua prática diária, o que é muito positivo. Nessa situação particular, o pós-graduando poderá ajustar sua pesquisa para focalizar, por exemplo, as ações dos gestores (para melhorar a comunicação, engajar a equipe, permitir a interação social, incentivar e apoiar) que funcionam ou não, que são eficazes ou não, que produzem bons resultados ou não, durante o planejamento e a execução de um projeto. Essa discussão indica que a pesquisa sobre os impactos do trabalho remoto nos projetos é um tema atual para o TCC do curso MBA em Gestão de Projetos.

(6) Finalmente, gostaria de mencionar o artigo Gerente de Projeto: Um Agente de Mudança, que trata dos desafios relacionados a mudanças que as pessoas nem sempre são capazes de compreender, especialmente se a mudança aponta para algo realmente avançado que o indivíduo comum tem dificuldade de entender. Como abordado no artigo, a ideia do gerenciamento de projetos ser usado apenas para produzir as entregas definidas no plano do projeto, o que não é pouco, ficou no passado. Isso porque um projeto pode envolver várias mudanças na organização, afetando diferentes áreas como, por exemplo, produção, vendas, finanças e suprimentos, com impactos diretos e indiretos nas pessoas que lá trabalham, tanto no âmbito interno dos seus colaboradores, quanto no âmbito externo dos seus fornecedores e clientes. Assim sendo, essa abordagem de mudança que não abre mão do planejamento se aplica diretamente aos projetos, que são instrumentos de mudança, tornando o gerente de projetos – alguém com um papel na organização que vai além de suas responsabilidades e atribuições tradicionais – um agente de mudanças.

Nesse momento as organizações passam por grandes mudanças, tentando se adaptar a um mundo que muda muito velozmente. Para além da crise econômica global, da pandemia do Covid-19, do aumento das tensões econômico-militares entre as nações, apenas para citar alguns elementos cruciais, o futuro vai acontecer e as empresas desejam, com todas as suas forças, fazer parte desse futuro. Algumas organizações já passaram da etapa do desejo para as ações reais e concretas. Estamos falando dos projetos de transformação digital, que englobam as principais inovações tecnológicas como, por exemplo, a Inteligência Artificial com machine learning, Internet das Coisas, Big Data, Business Intelligence e Blockchain. A tecnologia 5G - que é a próxima geração da telefonia móvel - também faz arte de tudo isso, como um poderoso habilitador. No centro da transformação digital está a agilidade nos projetos e nos negócios. A cultura da agilidade envolve uma abordagem centrada nas pessoas, de criar uma cultura de forte aprendizado e adaptação da equipe da empresa, e de entender ativamente o consumidor digital. Mudar, mudar e mudar, para sobreviver e crescer.

O artigo também menciona o HCMBOK, ou Human Change Management Body of Knowledge (Corpo de Conhecimento do Gerenciamento de Mudanças Humanas), considerado um guia da gestão de mudanças organizacionais em projetos. O HCMBOK é um guia emitido pelo HUCMI (Human Change Management Institute).

Portanto, o tema do gerenciamento de mudanças em projetos é bastante relevante e atual, sendo um dos temas que estamos sugerindo nesse post.

O próximo passo é fazer uma lista com os 10 temas sugeridos na ordem em que foram apresentados nesse artigo:

  • A Economia de Projeto;
  • O Triângulo de Talentos do PMI como um novo balizador das competências do gerente de projetos;
  • A importância de saber lidar com a ambiguidade no ambiente de projetos;
  • O gerenciamento de projetos orientada à dados;
  • As plataformas de IA para gerenciamento de projetos;
  • Os bots de gerenciamento de projetos;
  • O trabalho colaborativo nos projetos;
  • Os softwares PPM para o gerenciamento do portfólio de projetos;
  • Os impactos do trabalho remoto nos projetos;
  • O gerenciamento de mudanças em projetos.

 

Espero que essas sugestões sejam úteis. Bem, é isso aí, até a próxima.