terça-feira, 15 de dezembro de 2020

FELIZ NATAL !!! FELIZ 2021 !!!

 


domingo, 6 de dezembro de 2020

Episódio 7 do PODCAST H12S: Abordagens de Gerenciamento de Projetos - Linha do Tempo

 


Nesse episódio 7 do nosso PODCAST vamos voltar nossa atenção para a linha do tempo de eventos relacionados ao desenvolvimento tecnológico e junto com eles, aos eventos relacionados ao desenvolvimento do gerenciamento de projetos. Sim, a forma como se gerencia um projeto passou e ainda está passando por várias transformações. Nessa linha do tempo, como não poderia deixar de ser, vamos destacar o método Waterfall na origem das abordagens de gerenciamento de projetos e, na esteira do avanço tecnológico, o surgimento dos métodos ágeis. Tudo isso vai mostrar que ter um bom sistema de trabalho ajuda muito a fazer bem esse trabalho.


Você pode ler esse arquivo acessando <Abordagens de Gerenciamento de Projetos - Linha do Tempo> 

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Ouça nosso PODCAST nos links > 

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sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

Episódio 7: Abordagens de Gerenciamento de Projetos - Linha do Tempo

 



A tabela com a linha de tempo que apresentamos nesse artigo pode ser chamada de tudo, menos de aleatória. 

Com um pouco de atenção será fácil notar que, de um perspectiva mais abrangente, vamos tratar da Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC), dos eventos que marcaram seu surgimento e desenvolvimento, e como isso impactou o gerenciamento de projetos.

 

A TIC é muito relevante por incluir recursos tecnológicos integrados entre si, que proporcionam por meio das funções de hardwaresoftware e telecomunicações, a automação, comunicação e facilitação dos processos de negócios, da pesquisa científica, do ensino e da aprendizagem. A TIC não é importante apenas por ter criado seu segmento industrial, tão rico e diversificado. É mais importante ainda por sua capacidade de influenciar todas as outras indústrias.

 

De uma forma ou de outra, vamos ver que esses eventos importantes nem sempre foram criados como o passo natural que viria como resultado do passo anterior. Pode até ter acontecido, mas as coisas não são tão organizadas assim! São muitas coisas aparentemente desconexas, mas que em algum ponto passam a interagir fortemente. Coisas criadas com determinada intenção e propósito e que, com o passar dos anos, se transformam, se ampliam e nos surpreendem. Seria exatamente isso que dá toda graça a essa história que estamos prestes a contar.

 

É importante mencionar que a maior parte das informações aqui contidas está no Wikipedia e seu acesso é fácil e livre para todas as pessoas. As fontes de referência utilizadas aqui são citadas ao longo do texto.

 

Vamos iniciar pelos idos de 1900 com o gráfico de Gantt. Esse gráfico é um diagrama desenhado com barras horizontais, usado para apresentar o progresso das diferentes etapas de um projeto.

Nele podem ser visualizadas as tarefas do projeto, bem como o tempo utilizado para executá-las. Esse gráfico foi criado pelo engenheiro Henry Gantt para ser uma ferramenta de controle de produção. Sim, o gráfico de Gantt foi criado para apoiar o controle da produção e só depois veio a ser adotado no controle dos projetos. O uso do gráfico de Gantt para desenhar cronogramas de projeto é adotado até os dias de hoje (Fonte: Wikipedia).

 

Passamos para a manufatura enxuta, ou lean manufacturing, muito conhecida no Sistema Toyota de Produção, desenvolvida por Taiichi Ohno durante o período de reconstrução do Japão após a Segunda Guerra Mundial. É comum encontrar os conceitos de Lean associados às abordagens ágeis de gerenciamento de projetos, mesmo o Lean tendo sido desenvolvido no período do pós guerra. Novamente, temos aqui algo criado para apoiar a produção e que posteriormente foi usado no gerenciamento de projetos. O Lean é uma filosofia que focaliza o fazer mais com menos, com a eliminação de desvios que mostram uma alocação ineficiente de recursos. Esses desvios são definidos pelas palavras em japonês, cujo som é muda, mura e muri. Você pode encontrar mais detalhes sobre a abordagem Lean associado ao Ágil no seguinte link >

http://h12sse.blogspot.com/2020/11/a-filosofia-lean-no-gerenciamento-de.html

(Fonte: Wikipedia).

 

Temos também o Kanban que é basicamente um sistema de controle do fluxo de produção e transporte usado para apoiar o sistema de produção puxado que opera no conceito de just-in-time, dentro do Sistema Toyota de Produção. O sistema é puxado porque cada ciclo do processo puxa a produção da etapa anterior e isso trabalha para eliminar estoques. No Kanban temos 3 grupos básicos: (1) To Do (que indica o que temos para fazer e pode começar a ser trabalhado); (2) In Progress ou On Going (que indica o que está em progresso e sendo trabalhado) e (3) Done (que mostra o que foi feito e está pronto).  Esses grupos podem ser subdivididos para incluir mais detalhes e aderência ao tipo de projeto que está sendo executado. No Kanban há um limite do trabalho em progresso - chamado de “WIP limit” - que depende da capacidade da equipe para executar o fluxo de trabalho. Para mais detalhes recomendo consultar o link do website kanbanize que está destacado no texto desse artigo no blog. Anos depois, o uso do Kanban se popularizou com os métodos ágeis, havendo indicações de sua aplicação dentro do Scrum. Sobre isso, vale mencionar o termo Scrumban, cunhado para indicar o Kanban usado com o Scrum. Para mais detalhes recomendo acessar o link do website agilealliance indicado no blog.

(Fontes: https://kanbanize.com/pt/recursos-kanban/primeiros-passos/o-que-e-wip  e https://www.agilealliance.org/what-is-scrumban/ )

 

 

Nos anos 1950 foram introduzidos o Program Evaluation and Review Technique ou PERT (Técnica de Revisão e Avaliação de Programa) e o Critical Path Method ou CPM (Método do Caminho Crítico). O PERT foi desenvolvido pela empresa Booz Allen e pela Marinha dos EUA e teve sua origem no projeto Polaris, que contemplava a construção de um submarino nuclear e de mísseis para a Marinha dos EUA. Nos anos seguintes foi muito usado pela indústria aeroespacial. Para subdivisão de unidades de trabalho dentro do PERT foi criada a ferramenta WBS (Work Breakdown Structured) ou, como é traduzida para o português, EAP (Estrutura Analítica de Projeto). Por sua vez, o CPM foi desenvolvido por Morgan R. Walker da empresa DuPont e por James E. Kelley Jr. da empresa Remington Rand. Os métodos PERT/CPM são usados até os dias de hoje para a elaboração de diagramas de rede e cronogramas de projeto (Fonte: Wikipedia).

 

 

 

Chegamos então ao SAGE, construído pela IBM nos anos 1950, ficando operacional em 1961. O SAGE (Semi-Automatic Ground Environment ou Ambiente Terrestre Semi-Automático) era um computador usado pelo sistema de defesa aéreo dos Estados Unidos, projetado para detectar bombardeiros soviéticos portadores de bombas atômicas e guiar mísseis para interceptá-los e destruí-los. Era o tempo da Guerra Fria, com muito dinheiro investido em grandes projetos no setor de defesa.

 

O peso total do SAGE era superior a 250 toneladas. Ele tinha 60.000 válvulas (aqueles tubos de vácuo), 1.750.000 diodos e 13.000 transistores. O SAGE ocupava uma área de cerca de 2.000 metros quadrados e permaneceu em operação até 1983, portanto, por mais de 20 anos.  Demandava o trabalho de mais de 800 programadores, tendo um custo total estimado em 12 bilhões de dólares (Fonte: https://history-computer.com/ModernComputer/Electronic/SAGE.html#:~:text=The%20U.S.%20military%20SAGE%20Computer,professors%20at%20MIT's%20Lincoln%20Lab ).

 

 

1964 foi o ano da fundação da associação de nome INTERNET (International Network) na Europa, formada por profissionais que estavam usando o CPM em seus projetos. Essa associação INTERNET cresceu e mudou de nome – devido a ter o mesmo nome da grande rede de computadores - até se chamar IPMA (International Project Management Association ou Associação Internacional para o Gerenciamento de Projetos) em 1996. O IPMA tem sede em Amsterdan, na Holanda (Fonte: https://www.ipma.world/about-us/ipma-international/history-of-ipma/ ).

 

O ano de 1969 foi promissor para o gerenciamento de projetos por ser o ano de fundação do PMI - Project Management Institute, e pela primeira conexão da Internet.

 

Internet surgiu a partir de pesquisas militares no auge da Guerra Fria. A ideia era criar um sistema descentralizado de informações e se, por exemplo, o Pentágono fosse atacado, as informações ali armazenadas não seriam perdidas.

Os EUA tinham criado a ARPA - sigla para Advanced Research Projects Agency (Agência de Projetos e Pesquisas Avançadas). Por sua vez, a ARPA criou a ARPANET, que era uma rede de sistemas, basicamente militares e de universidades, interconectados. A primeira conexão ARPANET foi estabelecida entre a Universidade da Califórnia em Los Angeles e o Instituto de Pesquisa de Stanford no dia 29 de outubro de 1969.

A ARPANET, precursora da Internet, evoluiu rapidamente e foi sendo ajustada e modernizada, com novas abordagens, tecnologias e novos nomes, conseguindo alcançar em apenas quatro anos cerca de 50 milhões de pessoas. Hoje a Internet está globalmente consolidada. Um estudo da UIT (União Internacional de Telecomunicações) da conta que em 2019 mais da metade da população mundial, ou 4,1 bilhões de pessoas, usavam a Internet (Fonte: Wikipedia).

 

Em 1970 foi publicado o artigo de Winston. W. Royce, com a primeira descrição formal do método Waterfall (que pode ser traduzido por queda dágua ou cascata). O engraçado é que o autor não usou o termo Waterfall nesse artigo. Royce apresentou este método como um exemplo de um modelo defeituoso e não funcional que já era usado e que tinha vários problemas apontados no seu artigo. Portanto, o artigo era uma crítica de práticas de desenvolvimento de software comumente utilizadas naquela época.

 

A metodologia Waterfall é uma abordagem de gerenciamento de projeto linear, em que os requisitos das partes interessadas e do cliente são reunidos no início do projeto e, em seguida, um plano de projeto sequencial é criado para acomodar esses requisitos. O método em cascata é assim chamado porque cada fase do projeto desdobra-se na próxima, seguindo continuamente para baixo como uma cascata.  O Waterfall é, portanto, baseado em um plano elaborado no início do projeto, que deve ser seguido e controlado durante a execução. Todos as metodologias que vieram depois ou mesmo as recomendações de melhores práticas que se encaixam nessa ideia, têm inspiração na abordagem Waterfall. Por conta disso, o Waterfall acabou se transformando em sinônimo de abordagem tradicional (Fonte: http://www-scf.usc.edu/~csci201/lectures/Lecture11/royce1970.pdf ).

 

 

1972 foi o ano da fundação da APM - Association for Project Management (Associação para o Gerenciamento de Projetos) no Reino Unido (Fonte: APM. A History of the Association for Project Management 1972-2010. Association for Project Management, 2010).

 

Em 1981 houve o lançamento do computador pessoal IBM PC, com grandes impactos na vida das pessoas e nas empresas (Fonte: Wikipedia).

 

Em 1983 o PMI publica o Ethics, Standards, and Accreditation Committee Final Report, um documento que é precursor do guia PMBOK. Também foi o início da certificação PMP (Fonte: https://edward-designer.com/web/short-history-pmbok-guide-pmi/ ).

 

Por sua vez, em 1984 surgiu a primeira versão da ferramenta de software MS Project (criada por Ron Bredehoeft, ex-IBM). O MS Project da empresa Microsoft é o software de gerenciamento de projetos mais usado no planeta. Também foi o início das vendas do computador Macintosh da empresa Apple (Fonte: Wikipedia).

 

Em 1986 é publicado na Harvard Business Review (uma revista ligada a Universidade de Harvard nos EUA), um artigo com a primeira abordagem do Scrum, usada no desenvolvimeento de novos  produtos. Esse artigo, de Hirotaka Takeuchi e Ikujiro Nonaka, não tratava do método ágil Scrum que conhecemos hoje, mas já defendia princípios como, por exemplo, “ênfase na velocidade e flexibilidade exige uma abordagem diferente para gerenciar o desenvolvimento de novos produtos”, “dar grande liberdade para a equipe realizar um projeto de importância estratégica para a empresa”, “equipes de projeto auto-organizadas”,  “uma equipe de projeto composta por membros com diversas especializações funcionais, processos de pensamento e padrões de comportamento realiza o desenvolvimento de novos produtos” e “fases de desenvolvimento sobrepostas”. O artigo se chamou “The New New Product Development Game”, ou O Novo Novo Jogo do Desenvolvimento de Produto (Fonte: https://hbr.org/1986/01/the-new-new-product-development-game ).

 

Em 1987 foi concebido por Dov Dori, professor do Technion – Israel Institute of Technology (Instituto de Tecnologia de Israel),  a metodologia Objective Process para o desenvolvimento de sistemas (Fonte: Wikipedia).

 

Já em 1989 foi apresentado o PRINCE (PRoject IN Controlled Environment, que significa projetos em ambiente controlado), desenvolvido no Reino Unido (Fonte: Wikipedia).  

 

Nos anos seguintes veremos o surgimento de diferentes métodos para desenvolvimento de software, com a busca por formas mais eficientes de trabalhar e por melhorias no desenvolvimento de software.

 

1993 foi o ano do lançamento do Scrum (método ágil de gerenciamento de projetos de software) através de um artigo de Jeff Sutherland, John Scumniotales e Jeff McKenna. Esse é o método ágil mais usado pelas organizações (Fonte: Wikipedia). 

 

Em 1995 foram lançados o DSDM (Dynamic Systems Development Method  - Método de Desenvolvimento de Sistemas Dinâmicos) e o FDD (Feature Driven Development - Desenvolvimento Orientado a Recursos), ambos métodos para desenvolvimento de software (Fonte: Wikipedia). 

 

Finalmente, a primeira versão do Guia PMBOK é lançada em 1996. Também é lançado o método PRINCE2 de gerenciamento de projetos, atualizando o PRINCE de 1989. Além disso, é lançado o XP (Extreme Programming), também para desenvolvimento de software (Fonte: Wikipedia). 

 

Em 1998 é lançado o RUP (Rational Unified Process da IBM) direcionado as equipes de desenvolvimento de software (Fonte: Wikipedia e Rational Unified Process: Best Practices for Software Development Teams. Rational Software White Paper TP026B, Rev 11/01).

 

Em 1999 houve a implementação do 3G (terceira geração da telefonia móvel) no Japão, e depois em outros países. No Brasil o 3G foi lançado em 2004. A tecnologia 3G foi fundamental para a internet móvel, por aprimorar a transmissão de dados e voz, oferecendo velocidades maiores de conexão, além de outros recursos, como vídeochamadas, transmissão de sinal de televisão, entre outros serviços. Com a tecnologia 4G (quarta geração da telefonia móvel) houve a massificação do uso da Internet móvel, com a adoção dos smartphones e do uso generalizado de aplicativos como, por exemplo, o whatsapp (para comunicação instantânea e compartilhamento de midia) e o Zoom (para vídeo conferência online). Com o 5G espera-se que as velocidades de transmissão sejam ainda maiores e a latência (tempo entre a ação de comando e a efetiva resposta) seja muito pequena, o que irá permitir aplicações como, por exemplo, a Internet das Coisas (ou IoT de Internet of Things) e os veículos autônomos.

(Fonte: https://www.tecmundo.com.br/celular/226-o-que-e-3g-.htm).

 

 

Por sua vez, 2001 foi o ano do Manifesto Ágil, que consiste em uma declaração de valores e princípios essenciais para o desenvolvimento de software. Foi escrito por profissionais que eram praticantes de métodos de desenvolvimemto de software como o XP, o DSDM, o Scrum e o FDD, em uma reunião nos EUA. Todos esses métodos foram classificados depois do “Manifesto” como ágeis. As abordagens e métodos usados pelos participantes dessa reunião eram diferentes, mas tinham em comum os mesmos fundamentos. Vale destacar alguns dos princípios declarados no Manifesto Ágil:

 

·         Garantir a satisfação do cliente entregando rapidamente e continuamente softwares funcionais;

·         Mudanças de escopo no projeto são bem-vindas para garantir a vantagem competitiva do cliente;

·         As melhores arquiteturas, requisitos e projetos emergem de equipes auto-organizadas;

·         Em intervalos regulares, a equipe reflete sobre como tornar-se mais eficaz, então sintoniza e ajusta seu comportamento de modo apropriado;

·         Cooperação diária entre pessoas que entendem do negócio e os desenvolvedores;

·         Projetos surgem através de indivíduos motivados, entre os quais existe relação de confiança;

·         A maneira mais eficiente e efetiva de transmitir informações é conversar cara a cara;

·         O design do software deve prezar pela excelência técnica;

·         Softwares funcionais são a principal medida de progresso do projeto.

(Fonte:  https://agilemanifesto.org/iso/ptbr/manifesto.html).

 

 

Saltando para o ano de 2007, temos o SAFe (Scaled Agile Framework, ou Estrutura Ágil em Escala), uma estrutura de trabalho projetada por Dean Leffingwell para expandir o desenvolvimento ágil a nível corporativo, portanto para facilitar a adoção de práticas ágeis em larga escala. Essa estrutura ou quadro de sustentação (o tal framework), embasada na filosofia Lean, permite que, por exemplo, o Scrum e o XP sejam aplicados a grandes organizações.

 

A última versão do SAFe, o SAFe 5.0 (válida até a data de postagem desse artigo), é construída em torno de 7 competências centrais da empresa Lean que são críticas para alcançar e sustentar uma vantagem competitiva em uma era cada vez mais digital. São elas: (1) Liderança Lean-Agile, (2) Equipe e Agilidade Técnica,  (3) Entrega Ágil de Produto, (4) Entrega de Solução Empresarial, (5) Gestão Enxuta de Portfólio, (6) Agilidade Organizacional e (7) Cultura de Aprendizagem Contínua. Para mais detalhes consulte o website do SAFe indicado no blog (Fonte: https://www.scaledagileframework.com/ ).

 

 

Chegamos ao ano de 2009 com o DAD (Disciplined Agile Delivery – de Entrega Ágil Disciplinada), desenvolvido por Scott Ambler na IBM/Rational), uma abordagem híbrida que adota práticas e estratégias de diversos métodos. A abordagem híbrida segue o argumento que diz que a riqueza de práticas, técnicas e estratégias é uma das grandes vantagens do desenvolvimento de software ágil e enxuto. Assim sendo, é possível escolher, por exemplo, entre o Scrum, o XP, o Kanban, o SAFe, o DevOps, o Lean Software Development, além de métodos tradicionais de desenvolvimento de software.

 

De acordo com o website <objective.com.br> o DAD é uma referência útil, mas as organizações devem ter, em primeiro lugar, uma compreensão firme dos princípios Lean e Ágeis que compõem as estruturas do DAD para que as equipes tenham melhores maneiras de resolver os problemas de seus clientes, entregando cada vez mais valor.  

 

Em 2012 a estrutura de trabalho do DAD passou para o domínio da organização Disciplined Agile Consortium (Consórcio Ágil Disciplinado). Em 2019 o DAD foi comprado pela PMI (Project Managment Institute). A versão do Disciplined Agile 5.x. foi liberada pelo PMI em maio/2020 no livro chamado “Choose Your WoW” (um Disciplined Agile Delivery Handbook for Optimizing Your Way of Working - WoW), que é um manual do DAD para otimizar sua maneira de trabalhar cujos autores são Scott W. Ambler e Mark Lines.  

 

Além do DAD, em 2009 surgiu o DevOps (termo que surge da contração das palavras “Development” e “Operations”), apresentado na palestra de John Allspaw e Paul Hammond. O DevOps é uma cultura na engenharia de software que aproxima os desenvolvedores de software (a parte do Dev) e os operadores do software / administradores de sistema (a parte do Ops),  com característica principal de melhorar a comunicação dos dois papéis dentro de um projeto e defender a automação e monitoramento em todas as fases da construção de software (desde a integração, teste, liberação para implantação, ao gerenciamento de infraestrutura), auxiliam empresas no gerenciamento de lançamento de novas versões, padronizando ambientes em ciclos de desenvolvimento menores, frequência de implantação aumentada, liberações mais seguras, em alinhamento próximo com os objetivos de negócio.

 

(Fonte: <https://www.objective.com.br/disciplined-agile-delivery/>,           < https://www.voitto.com.br/blog/artigo/disciplined-agile>, <https://www.pmi.org/disciplined-agile/introduction-to-disciplined-agile> e <https://azure.microsoft.com/pt-br/overview/what-is-devops/>).

 

 

Em 2012 foi apresentada a abordagem dos Squads, usada na empresa Spotify à partir do ano anterior, no texto “Scaling Agile @ Spotify with Tribes, Squads, Chapters & Guilds” (que poderia ser traduzido para Ágil em Escala @ Spotify com tribos, esquadrões, capítulos e guildas), dos autores Henrik Kniberg e Anders Ivarsson. Segundo esse texto, um squad é semelhante a uma equipe Scrum, e é projetado para parecer uma mini-startup. Eles se sentam juntos e tem todas as habilidades e ferramentas necessárias para projetar, desenvolver, testar e liberar para produção. Eles são uma equipe auto-organizada e decidem sua própria maneira de trabalhar - alguns usam sprints (do Scrum), alguns usam Kanban, alguns usam uma combinação dessas abordagens. Essa ideia tem sido adotada em muitas empresas pelo mundo e também aqui no Brasil.

(Fonte: <http://h12sse.blogspot.com/2020/09/squads-para-implementar-agilidade.html>).

 

 

Em 2016 foi apresentada a abordagem híbrida de gerenciamento de projetos chamada de Agile-Waterfall Hybrid (Ágil-em Cascata Híbrido) para desenvolvimento de software, no artigo de Chintan Bhavsar. Segundo esse artigo, o modelo híbrido é o futuro do processo de desenvolvimento de software e grande parte das empresas já se encontra na fase inicial de análise e adaptação da metodologia. Segundo seu autor, implementar o gerenciamento de projetos híbrido permite que as equipes de software trabalhem com uma abordagem ágil de gerenciamento de projetos, enquanto as equipes de desenvolvimento de hardware e gerentes de produto podem continuar usando uma abordagem tradicional de gerenciamento de projetos. Deve haver a integração contínua entre os processos de desenvolvimento de software em cascata e ágil de cada fase.

(Fonte: <https://digitalcommons.harrisburgu.edu/pmgt_dandt/10/>).

 

 

Chegando em 2017 temos o Manifesto do Gerenciamento de Projetos Híbrido de David R. Robins, publicado no website binfire.com. Segundo o autor, o Hybrid (Híbrido) não é uma metodologia nova, mas sim uma fusão de duas metodologias antigas, que tem sido praticado por gerentes de projeto experientes por muitos anos, com nomes diferentes. Recentemente, o nome “Hybrid Project Management” (Gerenciamento de Projetos Híbrido) ganhou aceitação.

(Fonte: <https://www.binfire.com/hybrid-project-management-manifesto/> e <https://www.cio.com/article/3222872/hybrid-a-new-project-management-approach.html>).

 

Vale mencionar o lançamento do PMOtto no ano de 2018, uma ferramenta de software que usa machine learning/inteligência artificial e funciona como um assistente pessoal digital de gerenciamento de projetos, sendo capaz tratar uma enorme massa de dados e informações para aprimorar a tarefa de fazer previsões. O PMOtto pode ser instalado em smartphones, tablets ou desktops. O usuário pode conversar com o PMOtto, que ouve, entende e traduz as perguntas em ações concretas na sua ferramenta PPM (Project Online), que armazenará dados e processos da organização do usuário. O PMOtto nos faz pensar na vasta gama de possibilidades que a IA abre no campo do gerenciamento de projetos.

(Fonte: <http://h12sse.blogspot.com/2018/05/pmottoai-um-assistente-pessoal-digital.html>).

 

E em 2020 destacamos a explosão do teletrabalho com a pandemia do Covid-19 e do uso de softwares voltados ao trabalho colaborativo e ao gerenciamento de projetos. Nesse ponto, vale mencionar ferramentas de software como o Slack, o Asana, o Weekly10, o Monday e o Wrike.

(Fonte: <https://monday.com/lang/pt/product/>, <https://www.wrike.com/pt-br/> e <http://h12sse.blogspot.com/2020/07/ferramentas-de-software-de.html:).  

 

 

O trabalho remoto é possível e realizável nos nossos dias devido a vários componentes habilitadores, como os softwares dedicados ao trabalho colaborativo e ao gerenciamento de projetos, dispositivos como os smartphones e os notebooks, e as tecnologias de acesso à Internet em banda larga.

 

Então, revendo o que discutimos até aqui, quando se fala em gereciamento de projetos, a base é o Waterfall (lá de antes de 1970), que ficou sendo conhecido como sinônimo de método tradicional. Depois surgiram os métodos ágeis e, combinando o conhecimento que estava disponível, vieram também os métodos híbridos. É claro que vale a máxima de que tudo que aconteceu antes nos preparou para esse momento.

 

Faz sentido acreditar que ter um bom sistema de trabalho ajuda muito a fazer bem esse trabalho. É o que todos buscaram e ainda buscam quando abraçam uma abordagem ou uma metodologia de gestão para seus projetos.

 

Olhando ao nosso redor - no nosso tempo de agora - é posssível ver muito mais do que apenas uma explosão do trabalho remoto. Podemos ver empresas passando por projetos de transformação digital. Isso já começou há algum tempo.

 

Segundo relatório da consultoria McKinsey (de 2018-2019), o sucesso da transformação digital de uma empresa será determinante para sua permanência no mercado brasileiro atualmente e no futuro. Esse mesmo relatório, que incluiu 124 empresas de grande e médio porte em diversos setores, estabelece uma pontuação (de 0 à 100) referente ao grau de maturidade digital das empresas no Brasil (o quanto as empresas avançaram do ponto de vista de se tornarem digitais através das dimensões estratégia, capacidades, organização e cultura), mostrando que as empresas com maior pontuação são: Serviços Financeiros (46), Varejo (45) e Telecomunicações e Tecnologia (43). Por sua vez, as empresas com menor pontuação são: Bens de Consumo (37), Transporte e Infraestrutura (35), Indústria de Base (33) e Indústia Avançada (30).

 

As empresas que alcançarem determinado número de pontos – número esse alinhado e próximo a pontuação de líderes globais - se tornarão as líderes em seus setores e definirão o “novo normal”. Segundo o mencionado relatório essa pontuação é 66.

 

A transformação digital nas organizações usa tecnologias como Inteligência Artificial, Internet das Coisas, Big Data / Data Analytics, Robôs Autônomos e Realidade Aumentada. Muitas dessas tecnologias ainda nem foram experimentadas pela maioria das pessoas, especialmente no Brasil. Há grande expectativa quanto ao lançamento das redes 5G por ser um habilitador e acelerador do uso dessas novíssimas tecnologias.

 

É importante entender que a transformação digital é muito mais do que apenas um conjunto de mudanças nas tecnologias. A transformação digital tem como base o uso integrado de tecnologias digitais para transformar a maneira como a organização trabalha e agrega valor para seus clientes, tendo grande amplitude, uma vez que alcança e influencia a estratégia, infraestrutura, a dinâmica produtiva e operacional nas organizações.

 

Deve-se levar em conta ainda que a transformação digital é pautada por mudanças culturais, afetando as pessoas e os processos, com a adoção e o desenvolvimento de novas competências.

 

Portanto, a decisão sobre “como fazer um projeto” será muito importante para o sucesso das organizações, dentro dessa onda de transformação digital que está acontecendo. Os analógicos levarão desvantagem e deverão desaparecer em um mundo cada vez mais digital.

 

E ai surgem as perguntas: Será que vamos trabalhar com o SAFe, o DAD (será que veremos o DAD dentro da próxima versão do guia PMBOK a ser lançado no início de 2021), com os Squads, o Scrum ou devemos permanecer com algum método tradicional já experimentado por tantas vezes. Em suma, o que é melhor? Vamos buscar a agilidade pura, ser híbridos ou nos manter tradicionais? O que temos são opções para escolher! Cada empresa decidirá o que é melhor para si. Quem sabe amanhã não surge algo novo? As pessoas não param, todos nós, vamos continuar procurando.

Então, é isso aí, tá falado. Até a próxima!