segunda-feira, 1 de junho de 2020

Sugestões para Gerenciar o Trabalho Remoto


Em resposta às incertezas apresentadas pela pandemia do Covid-19, muitas organizações pediram que seus funcionários trabalhassem remotamente, no esquema do popular “home office”. Então, tudo aconteceu muito rápido e quem teve condições de trabalhar remotamente fez isso. 



No Brasil, muitos já tinham experimentado trabalhar em “home office”, na sua maioria por alguns dias no mês, mas não de forma ininterrupta como agora. Essa nova situação, criada pela primeira vez, deixa muitos funcionários - e seus gerentes - trabalhando fora do escritório e separados um do outro.

Esse post traz um resumo do artigo das pesquisadoras Barbara Z. Larson ,  Susan R. Vroman e Erin E. Makarius, publicado na Harvard Business Review, cujo título é o seguinte: “A Guide to Managing Your (Newly) Remote Workers” (Um Guia para Gerenciar seus (Recentes) Trabalhadores Remotos). Vejamos então alguns pontos de destaque do mencionado artigo:
Os desafios comuns do trabalho remoto incluem: falta de supervisão presencial, falta de acesso ä informação, isolamento social e distrações em casa.

Falta de supervisão presencial – Muitos funcionários necessitam se comunicar e receber suporte de seus gerentes. Em alguns casos, os funcionários sentem que os gerentes remotos estão fora do contato com eles e com suas necessidades e, portanto, não dão apoio nem são úteis na realização do trabalho.

Falta de acesso à informação – Os trabalhadores remotos costumam ser surpreendidos pelo tempo e esforço adicionais necessários para localizar e/ou obter informações dos colegas de trabalho. Mesmo o ato de obter respostas para perguntas que parecem simples, pode significar um grande obstáculo para alguém que trabalha de casa.

Isolamento social – A solidão é uma das queixas mais comuns sobre trabalho remoto, com funcionários perdendo a interação social informal de um ambiente de escritório. Além disso, o isolamento pode fazer com que um colaborador se sinta menos "pertencente" à organização e até resultar na intenção de deixar a empresa.

Distrações em casa - No caso de uma transição repentina para o trabalho virtual, como a que está ocorrendo agora com a pandemia do Covid-19, há uma chance muito maior dos funcionários serem obrigados a utilizar espaços de trabalho abaixo do ideal e (no caso de fechamentos de escolas e creches) enfrentar responsabilidades inesperadas relacionadas ao fato de serem pais que precisam cuidar dos filhos. Mesmo em circunstâncias normais, as demandas familiares e domésticas podem afetar o trabalho remoto. Por conta disso, os gerentes devem esperar que essas distrações sejam maiores durante essa transição não planejada do trabalho em casa.

Por mais que o trabalho remoto possa ser repleto de desafios, também existem coisas relativamente rápidas e baratas que os gerentes podem fazer para facilitar a transição. 

As ações que podem ser executadas incluem:

Estabelecer verificações estruturadas diárias: Isso pode assumir a forma de uma série de chamadas individuais. A característica importante é que as chamadas são regulares e previsíveis e são um fórum no qual os funcionários sabem que podem consultar o gerente e que suas preocupações e perguntas serão ouvidas.

Fornecer várias opções diferentes de tecnologia de comunicação: Somente o email é insuficiente. Os trabalhadores remotos se beneficiam de ter a sua disposição uma tecnologia “mais rica”, como videoconferência, que fornece aos participantes muitas das impressões/dicas visuais que eles teriam se estivessem cara a cara.

Estabelecer "regras de engajamento": O trabalho remoto se torna mais eficiente e satisfatório quando os gerentes estabelecem expectativas para a frequência, os meios e o horário ideal de comunicação para suas equipes. Por exemplo, "usamos videoconferência para reuniões diárias de verficação, mas usamos mensagens instantâneas quando algo é urgente". Além disso, sempre que possível, informar aos funcionários sobre a melhor maneira e o horário para contato durante a jornada de trabalho (por exemplo, “Eu costumo estar mais disponível no final do dia para conversas por telefone ou vídeo, mas se houver uma emergência mais cedo, envie-me uma mensagem de texto”). Finalmente, deve-se ficar atento a comunicação entre os membros da equipe (na medida apropriada), para garantir que eles estejam compartilhando informações conforme necessário.

Oferecer oportunidades para interação social remota: Uma das decisões mais essenciais que um gerente pode tomar é estruturar maneiras que permitam a interação dos funcionários socialmente (ou seja, ter conversas informais sobre tópicos não relacionados ao trabalho) enquanto trabalham remotamente. Isso é verdade para todos os trabalhadores remotos, mas principalmente para os trabalhadores que foram abruptamente transferidos para fora do escritório. Tendo isso em mente, recebem especial atenção os chamados eventos virtuais. Por exemplo, as “virtual pizza parties” (festas virtuais de pizza - nas quais uma pizza é entregue a cada membro da equipe no momento de uma videoconferência) e as “virtual office parties” (festas virtuais de escritório - nas quais um presente / uma lembrancinha / um mimo / um pedaço de bolo ou de torta / ou outro item da festa, conhecidos como “care packages”, podem ser enviados com antecedência para serem abertos e desfrutados simultaneamente, durante a festa), são oportunidades típicas de interação social remota. Os gerentes com experiência em trabalhar com colaboradores remotos (e os próprios colaboradores) relatam que eventos virtuais ajudam a reduzir o sentimento de isolamento, promovendo um sentimento de pertencimento.

Oferecer incentivo e apoio emocional: Essa parte é muito difícil. Especialmente no contexto de uma mudança abrupta para o trabalho remoto, é importante que os gerentes reconheçam o estresse, ouçam as ansiedades e preocupações dos funcionários e tenham empatia por suas lutas. Um funcionário recém incorporado ao trabalho remoto pode estar claramente lutando com problemas e dificuldades, mas por alguma razão não está comunicando esse estresse ou ansiedade. Cabe ao gerente perguntar! Mesmo uma pergunta geral - como, por exemplo, "como esta situação de trabalho remoto está funcionando para você até agora?" - pode ser útil para a obtenção de informações importantes que o gerente talvez não obtivesse caso não perguntasse. Depois de fazer a pergunta, o gerente não deve deixar de ouvir atentamente a resposta e então repeti-la brevemente para o funcionário, para garantir ao funcionário que o (a) gerente entendeu tudo corretamente. O gerente deve deixar que o estresse e as preocupações do funcionário (e não o estresse e as preocupações do gerente) estejam no foco desta conversa.

Pesquisas sobre inteligência emocional e contágio emocional nos dizem que os funcionários buscam dicas de como reagir a mudanças repentinas ou situações de crise. Se um gerente comunicar estresse e desamparo, isso irá "respingar" (essa comunicação do gerente é rapidamente disseminada por propaganda boca a boca ou por marketing viral) nos funcionários. Os líderes eficazes adotam uma abordagem dupla, reconhecendo o estresse e a ansiedade que os funcionários podem estar sentindo em circunstâncias difíceis, mas também fornecendo afirmação de sua confiança em suas equipes, usando frases como "nós entendemos" ou "isto é difícil, mas sei que podemos lidar com isso "ou" vamos procurar maneiras de usar nossos pontos fortes durante esse período ". Com esse suporte, é mais provável que os funcionários assumam o desafio com um senso de propósito e foco.

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