sábado, 27 de novembro de 2010

Inovação no Brasil (3)

Diversos casos de sucesso da atuação direta do Estado na geração de inovações podem ser identificados pelo mundo, e estes ocorrem principalmente quando esta atuação se dá com foco nas necessidades do mercado, principalmente internacional, e em parceria com empresas privadas. No Brasil, por exemplo, algumas empresas estatais e mistas têm mostrado que tratam do tema de inovação de maneira sistêmica e sustentável.

Três grandes exemplos dessa tendência são a Petrobras—Empresa Brasileira de Petróleo, a Embrapa—Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária e a Fiocruz— Fundação Oswaldo Cruz.

A Petrobras, entre 1990 e 2006, depositou 733 pedidos de patentes nacionais e internacionais e já obteve a concessão de 216 pedidos. É a segunda maior patenteadora brasileira. A empresa é uma das que mais investem em P&D no mundo, sendo este investimento majoritariamente realizado em seu centro de pesquisa (Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello - Cenpes), mas também em muitas atividades de parceria com universidades e institutos de pesquisa. O Cenpes recebe cerca de 1% do faturamento da empresa, possui cerca de 1.800 pesquisadores, sendo cerca de 30% mestres e doutores.

A Embrapa, por sua vez, é um instituto de pesquisa vinculado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) com sede em Brasília e 41 unidades distribuídas pelo país e mais quatro no exterior. A empresa atua na pesquisa agropecuária e alimentícia em total consonância com a demanda dos produtores e da população. Entre 1990 e 2006, a Embrapa teve 27 patentes concedidas nacionalmente e 229 pedidos de patente depositados. Além da pesquisa realizada nas suas unidades, a Embrapa realiza também parceria com universidades nacionais e internacionais, empresas privadas e outros institutos de pesquisa. Conta com cerca de 2.300 pesquisadores, sendo 53% doutores, 45% mestres e 2% bacharéis.

A Fiocruz é uma Fundação pública—criada em 1900—e hoje divide-se entre as atividades de (a) pesquisa, prestação de serviços hospitalares e ambulatoriais, (b) fabricação de vacinas, medicamentos, reagentes e kits diagnósticos e (c) ensino e formação de recursos humanos na área de Saúde. Possui 13 unidades tecno-científicas especializadas principalmente no desenvolvimento tecnológico de insumos para a saúde. A Fiocruz depositou 169 pedidos de patentes nacionais e, principalmente, internacionais, entre 1990 e 2006, já tendo sido concedidos 62 patentes. Além da pesquisa interna a Fundação mantém também parcerias com universidades e institutos de pesquisa para realização de atividades de pesquisa e desenvolvimento.

Fontes:
Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (http://www.embrapa.gov.br)
Fiocruz - Fundação Oswaldo Cruz (http://www.fiocruz.br)
MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (http://www.agricultura.gov.br)
Petrobrás – Petróleo Brasileiro S. A. (http://www.petrobras.com.br)
P&D – Pesquisa e Desenvolvimento

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Banda Larga Móvel no Brasil

Estudo da Huawei/Teleco, divulgado em junho/2010, mostrava que no primeiro trimestre deste ano, houve uma adição líquida de 4,9 milhões de acessos móveis no país. A banda larga móvel já superou a fixa em número de assinantes - 11,9 milhões contra 11,8 milhões. A expectativa é que, até o final do ano, o país chegue a 18 milhões de assinantes na banda larga móvel e 13 milhões na banda larga fixa.

Mas, ainda há muito por fazer. Conforme dados da Anatel de setembro de 2010, a quantidade total de celulares no país atingiu 191 milhões, mas somente 6,5% são celulares 3G (WCDMA). Existem ainda os modems ou terminais de dados, usados para acesso à banda larga via rede móvel 3G, que totalizavam 3% de toda a base instalada. Portanto, existe um longo caminho a ser percorrido. Ainda segundo dados da Anatel de set/2010, os celulares de tecnologia GSM (2G) ocupam a primeira posição de participação de mercado, com 88% do total de celulares no país.

Informações adicionais do estudo da Huawei/Teleco (junho/2010):
Há 86,8% de localidades nacionais não cobertas pelo 3G. A cobertura 3G é mais presente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, e está bastante concentrada nas grandes capitais e nas cidades com mais de 500 mil habitantes.
A receita com serviços de dados apresentou um crescimento expressivo de quase 30% ao longo de um ano e representa 15% do faturamento com serviços de telecomunicações das operadoras brasileiras.
Em relação aos planos de serviço no Brasil, os pacotes de 500MB e 1GB custam, em média, R$ 69,90 e R$ 84,90 respectivamente. Na Argentina, é possível pagar o equivalente a R$ 31,65 por 500MB, enquanto que no Reino Unido, o custo do plano de 3GB equivale a R$ 39,94, menos da metade do que é cobrado no Brasil para um volume de dados três vezes superior.


Fontes:
Anatel (www.anatel.gov.br)
Convergência Digital (http://convergenciadigital.uol.com.br)
Huawei (http://www.huawei.com)
Teleco (www.teleco.com.br)

sábado, 20 de novembro de 2010

Inovação no Brasil (2)

Após 2001 as agências governamentais responsáveis pelo avanço do conhecimento científico no Brasil mudaram seu foco de ciência e tecnologia para ciência, tecnologia e inovação. Além disso, foram estabelecidas estratégias com o objetivo de possibilitar o crescimento econômico e o desenvolvimento através da inovação. Índices internacionais mostram a melhora do País em termos de competitividade. No World Competitiveness Yearbook de 2010, índice que leva em consideração fatores como performance econômica, eficiência governamental, eficiência empresarial e infra-estrutura, o Brasil aparece na 38ª posição numa lista de 55 países. Ainda é uma posição baixa e atrás de países como Chile e Índia, mas representa uma melhora de onze posições em relação a 2007 (49ª posição), possivelmente uma conseqüência dos efeitos positivos das ações que vêm sendo realizadas no Brasil.
Ranking da Competitividade em 2010:
Singapura – 1 ª
Estados Unidos – 3 ª (era o primeiro em 2009)
Suécia – 6 ª
Alemanha – 16 ª
China – 18 ª
Japão - 27 ª
Chile – 28 ª
Índia – 31 ª
Brasil – 38 ª
Peru – 41 ª
Colômbia – 45 ª
México – 47 ª
Rússia – 51 ª
Argentina - 55 ª

Fontes:
World Competitiveness Yearbook (WCT) – é o mais importante relatório sobre a competitividade dos países, ranqueando como o ambiente das nações cria e sustenta a competitividade das empresas. Para ver as informações dos países participantes no ranking da competitividade consulte o link > https://www.worldcompetitiveness.com/OnLine/App/Index.htm
Woodrow Wilson International Center for Scholars – Brazil Institute > http://www.wilsoncenter.org/
Ministério da Ciência e Tecnologia > http://www.portalinovacao.mct.gov.br/pi/

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Planejar para o Sucesso do Projeto

Todo mundo sabe que planejar é absolutamente essencial em qualquer projeto. Isso não é novidade e pode ser encontrado em qualquer livro sobre gerenciamento de projetos. Mas porque ainda temos que fazer barulho sobre esse tema, batendo tanto nessa mesma tecla? A resposta é que, infelizmente, nem todo mundo realmente planeja. Muitos gerentes ainda preferem ir levando, e costumam dizer “pra que perder tempo com planejamento se podemos ir direto para a ação”. A experiência mostra que um projeto sem planejamento tem grande chance de fracassar. Em projetos é preciso se comprometer, e isso demanda firmeza de atitudes por parte do gestor. Um gestor comprometido é capaz de assumir responsabilidades, sendo uma delas o planejamento.
Um exemplo da importância do planejamento pode ser encontrado na aventura do velejador Amyr Klink, que depois de atravessar o Atlântico em 100 dias em um barco a remo, decidiu lançar-se um novo projeto: passar um ano inteiro na Antártica. A viagem começou no final de 1989 e durou 22 meses. Apenas Amyr e seu veleiro, o PARATII, navegando por mais de 50 mil quilômetros. Um projeto de extrema dificuldade, um enorme desafio, que por isso teve que ser cuidadosamente planejado. Além do roteiro de viagem, o planejamento incluiu também a construção do PARATII, com todos os detalhes possíveis e imagináveis, que o fariam capaz de suportar a agruras da jornada e manter vivo seu comandante. Cada parte do veleiro - motor, velas, sala de máquinas, instrumentos, radio, GPS, o leme, a cozinha e o banheiro, enfim cada detalhe, tudo mesmo - foi exaustivamente planejado.
Amyr Klink relatou sua aventura em 1992, no livro de saborosa leitura que recebeu o título “Paratii: entre dois pólos”. O livro traz muitas lições de vida, como na ocasião que o Paratii, ao atravessar a baia Dorian, acabou chocando-se com placas de gelo que estavam por toda a parte, e o som daqueles choques foi chamado por Amir de “concerto”. O trecho seguinte conta um pouco desse episódio: “Passei, durante esse longo concerto, minutos intermináveis, suando frio, desejando terrivelmente estar horas ou dias à frente para escapar da tortura da espera, da angústia de não saber quanto tempo, da tensão de ter de agüentar até passar. Mas não há meio. Talvez seja exatamente este o verdadeiro prazer de se atravessar tempestades. Só se alcança o bom tempo passando por todos os segundos que vêm antes. Não há como cortar caminho. Só veria o sol outra vez quando passasse por todos os dias do inverno, sem pular nenhum. E não há como dar saltos. Só retornaria a Paraty percorrendo cada um dos graus de latitude, cada milha do caminho até lá”.
Em uma de suas famosas frases, Amyr Klink declara que “Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu”. E eu gostaria de acrescentar que se a viagem é longa e complicada, e esse homem deseja realmente voltar para casa ao final da jornada, ele precisa planejar muito bem sua viagem.
Amyr Klink nasceu na cidade de São Paulo, a 25 de setembro de 1955. É formado em economia. Navega desde criança e participou de inúmeras regatas e travessias. Também é autor de Cem dias entre céu e mar (1985), As janelas do Paratii (1993) e Mar sem fim (2000).
Site oficial: http://www.amyrklink.com.br/

sábado, 13 de novembro de 2010

Inovação no Brasil (1)

O tema da inovação está ganhando um espaço importante tanto na agenda pública como na estratégia das empresas no Brasil. Processo semelhante ocorre em outros países. Existe uma significativa correlação entre o nível de investimento de um país no tema da inovação, com o grau de exposição e de inserção de suas empresas no mercado internacional. A abertura de novos mercados e a capacidade de ampliar participação nos mercados existentes levam a inovação à uma posição estratégica dentro da arena concorrencial entre as empresas.

Na busca pelo aumento da competitividade internacional, os governos de vários países estabelecem políticas de estímulo e apoio ao aumento da capacidade inovadora das empresas de seus países, pois, em geral, a empresa é o lugar onde acontece e para onde se destina a inovação. A combinação acertada de políticas governamentais e de estratégias empresariais possibilita a criação de um ambiente propício à geração de inovações, como já notado em outros países. Dentro deste contexto, novas estratégias e políticas de fomento à inovação também vêm sendo estabelecidas no Brasil.

Desde o início dos anos 2000, com a retomada das políticas industriais no país, a inovação passou a fazer parte da agenda de programas e políticas do governo brasileiro. Tanto o governo federal, através de várias agências como FINEP, BNDES, MCT dentre outras, como os governos estaduais, incrementaram de forma substancial seus programas e investimentos à inovação tendo como reflexo, ainda que em grau menor do que o projetado inicialmente, o aumento da dinâmica empresarial nesse campo e da interação entre universidades e empresas.

Desafios do Brasil com a Inovação
• Melhorar a qualidade dos recursos humanos no país, dado o número limitado de pesquisadores que trabalha na indústria e a pequena percentagem de graduados em ciências e engenharia em comparação com os países da OCDE e com os outros BRICs;
• Proteção de direitos de propriedade intelectual;
• Estabelecimento e implementação de políticas oficiais e estratégias empresariais para elevar os níveis de desenvolvimento nos campos da ciência, tecnologia e inovação.


Glossário:
BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
BRIC – Brasil, Rússia, Índia e China
FINEP – Financiadora de Estudos e Projetos
MCT – Ministério da Ciência e Tecnologia
OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico

Fontes:
Woodrow Wilson International Center for Scholars – Brazil Institute > http://www.wilsoncenter.org/
Ministério da Ciência e Tecnologia > http://www.portalinovacao.mct.gov.br/pi/

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Dicas para uma Boa Apresentação (3)

Como abordado anteriormente, o planejamento de uma apresentação contém as seguintes etapas: conhecimento do público, elaboração da apresentação, especificação da infra-estrutura necessária e avaliação da apresentação.
Conhecimento do público – Ajustar as mensagens ao público é boa prática. Isso não significa mudar o conteúdo, mas adequá-lo ao nível de conhecimento do público. Afinal, a sua apresentação deve comunicar algo de forma clara e objetiva, por isso você não deve, por exemplo, usar uma linguagem sofisticada para um grupo de pessoas com baixo nível de escolaridade. Se a apresentação acontecer numa empresa, sugere-se pesquisar o histórico da mesma, produtos que fabrica, serviços que presta, missão e valores. Da mesma forma, é importante reunir informações sobre o público que estará presente na sua apresentação como, por exemplo, faixa etária, escolaridade, perfil social, interesses e expectativas.
Elaboração da apresentação – A estrutura de uma apresentação deve conter introdução, desenvolvimento e conclusão. Geralmente, recomenda-se dedicar 20% do tempo da apresentação para a introdução, 70% do tempo para o desenvolvimento e 10% para a conclusão. Na introdução apresente-se, diga seu nome, quem é e o que faz. Diga o título da apresentação e os objetivos que deseja alcançar. Informe a duração e defina se as perguntas do público poderão ser feitas a qualquer momento ou somente no final. Reforce o que o público ganhará ao ouvi-lo. Elaborar uma introdução que consiga cativar o público é, sem dúvida, um bom começo. Isso funciona bem para quebrar o gelo inicial e ajuda o público a fazer a transição do comportamento de prestar atenção na aparência do apresentador para o de prestar atenção nos temas que estão sendo apresentados. Não se consegue apresentar todos os temas de uma só vez. Por isso, objetivando a maior clareza possível, é necessário selecionar adequadamente esses temas e a ordem de apresentação dos mesmos. As idéias mais importantes devem ser destacadas. Recomenda-se abordar um ponto de cada vez e utilizar palavras que digam exatamente o que se pretende. Se utilizar siglas você deve explicá-las para que o público possa se situar naquilo que está sendo dito. Não deixe de apresentar motivos, evidências e ilustrações com respeito aos temas apresentados. Nunca apresente dados e estatísticas desatualizados. Evite reforçar preconceitos. Apresente o conteúdo partindo do que é conhecido para o desconhecido, do simples para o complexo, do mais para o menos freqüente. Procure fazer analogias e comparações. Conclua sua apresentação sintetizando com o máximo de precisão e ênfase os argumentos desenvolvidos na etapa anterior. Seja objetivo, tenha cuidado e evite ficar se repetindo. A conclusão deve destacar o que foi relevante.
Especificação da infra-estrutura – A infra-estrutura utilizada na apresentação é composta por recursos como, por exemplo, computador (desktop, notebook, laptop, netbook), projetor (datashow), quadro, flip-chart, filmes, slides, formulários, cartões, folhas de tarefa, cartazes, lousa eletrônica, sistema de som e microfone, etc. Temos observado que no ambiente de negócios, a maior parte das apresentações ocorre em salas de reunião onde se utiliza um computador notebook, carregado com a sequencia de slides a ser apresentada – geralmente, slides em formato PPT (do programa MS Power Point ) - conectado a um projetor (datashow).
Avaliação da apresentação – A avaliação é o instrumento utilizado para o aperfeiçoamento do apresentador. Por isso, recomenda-se que ao final de uma apresentação o publico seja convidado a responder um breve formulário de avaliação com, pelo menos, as perguntas abaixo. Cada pergunta poderá receber uma nota de 1 (desempenho mínimo) à 5 (desempenho máximo).
a-) O apresentador se relacionou bem com o público? ( 1-2-3-4-5). A nota 5 significa que o apresentador conseguiu atrair a simpatia e atenção do publico, mantendo a audiência atenta e focada na apresentação.
b-) O apresentador teve domínio do conteúdo? (1-2-3-4-5). A nota 5 significa que o apresentador demonstrou domínio do conteúdo e respondeu as perguntas do público com clareza, não deixando nenhuma dúvida sobre os temas apresentados.
c-) O apresentador falou de forma adequada e clara? (1-2-3-4-5). A nota 5 significa que o apresentador imprimiu um volume de voz adequado, pronunciou bem as palavras, falou num ritmo adequado, evitando os vícios de linguagem, como a repetição do tá e do né ao final de cada frase.
d-) O apresentador olhou e deu atenção para todos? (1-2-3-4-5). A nota 5 significa que a interação visual do apresentador não ficou focada em apenas uma parte ou algumas áreas do público, ou seja, o apresentador deu atenção para todos.
e-) O apresentador utilizou bem a infra-estrutura disponível? (1-2-3-4-5). A nota 5 significa que o apresentador utilizou todos os recursos disponíveis para a apresentação, conforme especificado. Nada do que foi solicitado deixou de ser usado. Além disso, o uso desses recursos foi adequado (slides com letras legíveis, correta escolha de cores, fotos compatíveis com os temas, filme que ajudou a esclarecer e reforçar os conteúdos apresentados, etc).
O formulário de avaliação é uma excelente ferramenta para ajudar o apresentador a conhecer seus pontos fortes – que deverão ser conservados e se possível aprimorados- e seus pontos fracos – que deverão ser considerados como áreas potenciais de melhoria.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Video e TV no Celular: Mais Opções na Telinha

O IPhone fez muita gente pensar que assistir TV no celular poderia ser mais (e melhor) que uma mera novidade. Há cerca de um ano surgiram aplicações de streaming de vídeo para IPhone nas lojas App Store, com qualidade que deixava um pouco a desejar e explicava o baixo interesse do público (nos Estados Unidos, é claro). É bom que se diga que, como muitos desenvolvedores de aplicativos para celular escolheram o IPhone como sua plataforma, ainda há poucas aplicações de streaming de vídeo para outros celulares, incluindo também o Android. O tempo passou e o cenário de streaming de video mudou para melhor. Hoje, o video móvel nos Estados Unidos é considerado um gigante adormecido que agora está despertando. Uma pergunta surge imediatamente: o que está motivando todo esse interesse? Em primeiro lugar, porque mais pessoas possuem smartphones e outros dispositivos móveis avançados (como e-books e Tablets PC), e querem assistir vídeo nesses dispositivos. Além disso, as novas redes sem fio 3G estão ficando mais rápidas e confiáveis. E um fator que torna esse movimento ainda mais dinâmico é a percepção dos anunciantes de que o vídeo móvel se constitui numa grande oportunidade para a veiculação de anúncios. Como a demanda se aquece, várias empresas se movem rapidamente para se estabelecer como prestadoras de serviços de vídeo streaming móvel. Vejamos, a seguir, alguns desses players (ainda nos Estados Unidos, é claro):
Bitbop
A empresa News Corporation, subsidiária da Fox Mobile Group, está desenvolvendo um serviço de vídeo móvel chamado Bitbop que parece bastante promissor. Anunciado no evento do CTIA de março/2010, o serviço deverá rodar nos telefones IPhone, Android e BlackBerry, a um custo de US$10 por mês. Os usuários poderão se conectar ao serviço via 3G ou Wi-Fi, e então baixar conteúdo em seus terminais móveis. Os usuários do Bitbop terão acesso aos conteúdos do Fox e seus parceiros, como a NBC Universal e a Discovery.
MoviTV
O Movi TV é um aplicativo que já está pronto para rodar em dispositivos iPhone e iPod Touch. É possível acessar conteúdo ao vivo, como o da ABC News, bem como material on-demand (por demanda) da Fox News, NBC News e NBC Sports. Mas para conseguir uma seleção razoável de vídeos é necessário assinar pacotes de um, três ou seis meses, com preços de US10, US$25 e US$45, respectivamente. Os pacotes de serviço fornecem oito canais de TV ao vivo e mais de 30 canais de conteúdo on-demand. O MobiTV funciona em parceria com as operadoras de telefonia móvel (AT&T, Verizon, Sprint, T-Mobile e pequenas operadoras regionais). A empresa, lançada em 1999, começou a prestar serviços em 2003, e já conta com 9 milhões de assinantes. Normalmente, o usuário baixa um software MobiTV para o seu telefone para obter o serviço. Durante o Consumer Electronics Show de 2010, a MobiTV anunciou que agregaria o conteúdo da TV aberta aos seus serviços, mas não disse quando isso ficaria disponível para os consumidores.
Netflix
Para muitos consumidores, Netflix e Hulu significa ir a um lugar (ou seja, ir a um site da Internet) para assistir vídeo no computador. Aqui a pergunta é a seguinte: - Quando seremos capazes de fazer o mesmo em nossos dispositivos móveis? A Netflix desenvolveu rapidamente um aplicativo de vídeo streaming para o IPAD, mas, ao que tudo parece, não está tão interessada assim em fazer o mesmo para o iPhone ou qualquer outro telefone móvel. O que o mercado espera, é que, muito em breve, o Netflix ganhe versões capazes de rodar no IPhone, iPod Touch, dispositivos Android e outros dispositivos avançados.
Hulu
O popular serviço de vídeos on-line Hulu está preparado para levantar até US$ 300 milhões por meio de uma oferta pública inicial de ações provavelmente organizada pelo Morgan Stanley, afirmam fontes próximas do assunto (segundo nota da agência Reuters de outubro/2010). A razão para conseguir tanto dinheiro, seria para responder aos avanços de concorrentes, como a Netflix e outros pesos pesados, como a Google. O Hulu – uma parceria entre NBC Universal, Walt Disney, News Corp. e o grupo de capital privado Providence Equity Partners - foi lançado três anos atrás como uma ambiciosa tentativa de explorar o crescimento explosivo no consumo de vídeos on-line. Embora os executivos da Hulu não declarem que a empresa irá abraçar o mundo móvel, há uma grande expectativa de isso ocorra. Como o Hulu é executado em Flash, o serviço poderia rodar nos telefones Android que usam o Flash.

Todas as empresas acima mencionadas buscam fortemente se consolidar como players de primeira grandeza no mercado de vídeo e TV no celular, e a razão é muito simples: o mercado mundial de vídeo online deve movimentar US$ 16,1 bilhões em serviços pagos e bancados por publicidade, até 2012, de acordo com a ABI Research.
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“Nos Estados Unidos, o mercado dos computadores colide com o mercado de celulares. As operadoras americanas cobram mensalidades caras pelos serviços móveis e incentivam seus consumidores a trocar de celular no final do contrato. O resultado é que aproximadamente 60% dos usuários têm um celular com menos de 12 meses. O ciclo do mercado é de apenas dois anos. Nenhuma outra tecnologia conseguiu evoluir com tanta rapidez. Daqui a aproximadamente dois anos, espera-se que os celulares sejam bem parecidos com os notebooks, com Skype instalado, e funcionem nas redes 4G. Com toda essa evolução, as tarefas que, hoje, exigem um computador poderão ser executadas em um dispositivo de bolso”.
(Fonte: http://www.mobilepedia.com.br/noticias/5-tendencias-que-irao-revolucionar-o-mundo-mobile)
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TV no Celular no Brasil
No Brasil o usuário pode usufruir da TV no celular de duas formas: através do sinal (analógico ou digital) aberto das emissoras de TV e via rede de telefonia 3G das operadoras móveis. De qualquer forma, o usuário necessita possuir um telefone celular compatível.

TV aberta no celular – o usuário deve possuir um telefone celular com chip receptor de TV interno. Há modelos que só recebem o sinal analógico da TV aberta, idêntico ao recebido nos aparelhos de televisão comuns. O modelo TCTV-108 (fabricação chinesa), compatível com a tecnologia GSM e receptor da TV analógica, é um exemplo típico. Há também modelos, como o Sansung V820L, com tecnologia 3G, que é capaz de receber o sinal da TV digital. Em ambos os casos o usuário não paga para assistir a TV aberta no seu celular.
TV no celular via rede 3G - as principais operadoras de telefonia móvel se preparam para lançar planos de TV digital fechada no celular a partir de outubro deste ano, conforme matéria publicada na Folha Online de 11/agosto/2010. A operadoras Vivo, Claro, Oi e TIM vão lançar pacotes com acesso a cerca de 30 canais pagos por até R$ 29,90 mensais. Não vai haver custo para as transmissões digitais das emissoras abertas. Também vai ser possível comprar programas pela opção conhecida como "pay-per-view" (pague pelo uso). Haverá a oferta de vídeos sob demanda (VOD = Video On Demand) a partir de uma lista de títulos disponíveis para download que poderão ser salvos no celular. O pagamento será na conta telefônica ou no cartão de crédito, digitando o número como se o celular fosse uma máquina de débito.
Bem, agora é só conferir para ver se tudo isso vai acontecer mesmo!

Glossário:
3G – terceira geração de padrões e tecnologias de telefonia móvel..
ABI Research – fundada em 1990, é uma importante empresa do segmento de inteligência de mercado, especializada em temas como conectividade global e tecnologias emergentes. (http://www.abiresearch.com)
Android – é um sistema operacional para celulares, desenvolvido pela Google e que permite aos desenvolvedores escrever software na linguagem de programação Java, controlando o dispositivo móvel através de bibliotecas desenvolvidas pela Google. O Android permitirá levar os produtos Google, como o Gmail, Google Maps, Google Docs, e a pesquisa na Internet aos telefones celulares.
App Store - é um serviço para o iPhone, iPod Touch e iPad criado pela Apple Inc., que permite aos usuários navegar e fazer download de aplicativos da iTunes Store. Dependendo da aplicação, ela pode ser grátis ou paga. As aplicações podem ser baixadas diretamente no dispositivo, ou baixados para um computador via iTunes.
Consumer Electronics Show – a CES (cuja tradução livre seria Mostra de Eletrônicos para Consumo) é uma feira profissional realizada anualmente em Las Vegas, nos Estados Unidos, patrocinada pela Consumer Electronics Association. A CES é um grande evento no qual novos produtos são apresentados e anunciados.
CTIA – The Wireless Association®, originalmente conhecida como Cellular Telephone Industries Association, é uma organização internacional sem fins lucrativos que representa a indústria de comunicação sem fio desde 1984. Seus associados incluem operadoras de telecomunicações e seus fornecedores, bem como provedores e fabricantes de produtos e serviços de dados sem fio. O CTIA promove um evento anual que inclui uma série de conferências e onde são apresentados novos produtos e serviços.
E-Book – livro em formato digital que pode ser lido em dispositivos eletrônicos como o IPad da Apple e computadores.
Espectro Wireless – faixa de radiofreqüências definida para a prestação de serviços de comunicação sem fio. No Brasil a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) define e vende, através de leilão, esses blocos de freqüência para as operadoras. Nos Estados Unidos isto é tarefa do FCC (Federal Communications Commission).
Flash – é um software utilizado geralmente para a criação de animações interativas que funcionam embutidas num navegador web. O produto era desenvolvido e comercializado pela Macromedia, empresa especializada em desenvolver programas que auxiliam o processo de criação de páginas web.
iTunes - é um player (tocador) de áudio e vídeo (a partir da versão 4.8, chamado de media player), desenvolvido pela Apple, para reproduzir e organizar música digital, arquivos de vídeo e para a compra de arquivos de mídia digital.
Player – pode ser traduzido como tocador (exemplo: tocador de MP3). Pode ser entendido também como agente de negócios, empresa que participa dos negócios e atua em um determinado segmento de mercado (exemplo: operadoras de telefonia fixa e móvel, fornecedores de equipamentos de TI e de telecomunicações).
Smartphones – telefone celular com funcionalidades avançadas que operam por meio de programas executados no seu sistema operacional. É possível desenvolver programas (aplicativos) para esses telefones. Atualmente os principais sistemas operacionais existentes são: Symbian, Blackberry OS, Windows Mobile, iOS, Samsung Bada, Palm WebOS, Android e Maemo, sendo os três ultimos baseados em Linux.
Streaming (download e execução de audio e video na web) – tecnologia que permite escutar e visualizar os arquivos enquanto se faz o download. Se não utilizamos streaming, para mostrar um conteúdo multimídia na Internet, temos que descarregar primeiro o arquivo inteiro em nosso computador e mais tarde executá-lo, para finalmente ver e ouvir o conteúdo do arquivo.
Tablet PC – computador pessoal em formato de prancheta.
TI – Tecnologia da Informação
Wi-Fi – uma marca registrada da Wi-Fi Alliance, que é utilizada por produtos certificados que pertencem à classe de dispositivos de rede local sem fio (WLAN = Wireless Local Area Network) baseados no padrão IEEE 802.11. Seu nome é uma abreviação do termo inglês Wireless Fidelity. Para se ter acesso à internet através de rede Wi-Fi deve-se estar no raio de ação ou área de abrangência de um ponto de acesso (normalmente conhecido por hotspot) ou local onde opere rede wireless Wi-Fi e usar dispositivo móvel, como computador portátil, Tablet PC ou PDA com capacidade de comunicação wireless Wi-Fi.