segunda-feira, 23 de setembro de 2013

A solução está nas pessoas! Pergunta pro seu RH!

Há cada vez mais pressões no ambiente de trabalho. Os profissionais mais experientes, mesmo os mais cascudos e duros na queda, são vítimas e, como numa teia de aranha, quanto mais se debatem, mais se veem aprisionados e estressados. Do mesmo modo, os jovens profissionais também sentem esse problema na pele. Como é difícil para um iniciante, alguém que está tentando aprender como as coisas funcionam, ter que aguentar o mau humor do colega e as patadas do chefe. Ninguém consegue escapar por que afinal todos nós, a imensa maioria de não ricos e milionários, precisamos trabalhar!

Vivemos num mundo no qual o profissional desejado pelas organizações não é mais aquele que apenas faz bem a sua parte. As qualidades e competências que as empresas exigem dos profissionais são tantas que, muitas vezes, confundem e, até mesmo, assustam a maior parte dos seus empregados. Esse colaborador precisa ter afinidade com os objetivos da empresa, ser auto motivado, ter iniciativa própria, ter capacidade de comunicação, ser orientado à resultados, ser flexível, procurar assimilar os valores e a cultura da empresa, saber gerenciar seu tempo e trabalhar em equipe. E tudo isso sem esquecer, é claro, da sua especialidade, aquilo que o colaborador sabe e conhece e motivou a sua contratação. É como se as empresas quisessem demais! Elas pedem demais, sem fazer a menor cerimônia, como se isso fosse a coisa mais natural do mundo.

Para enfrentar esse mar de pressões as empresas buscam pessoas com um certo tipo de comportamento adequado. E bota adequado nisso. Alguém que haja no melhor interesse da organização, mesmo nas situações mais difíceis. Alguém que não amarele, não trema, não pipoque, não se apavore, mesmo nos piores momentos. Alguém que consiga, apesar das imperfeições e problemas organizacionais, da inexplicável ignorância do chefe, das falhas de sistema, da falta de informação, das panes inexplicáveis e erros inconfessáveis, entregar o que promete.

Devido a tantas pressões, muitos acreditam que as pessoas vivem num verdadeiro inferno chamado empresa, e que isso não ajuda as pessoas em nada, e nem fornece o combustível necessário que as ajude a dar conta de suas tarefas em meio às montanhas de e-mails, às demandas de reuniões, e dificuldades de relacionamento com superiores, colegas, clientes e fornecedores. Estão todos contra todos, esbravejam alguns. Elas dizem: - “As pessoas (= os outros) são o problema”.

No meu post “Odeio Gente”, escrevi: “O trabalhador não sofre de estafa só por ter trabalhado em excesso – ele se esgota por causa das pessoas”. Essa é uma das frases do capitulo de introdução de Odeio Gente, um livro sobre o relacionamento humano no ambiente de trabalho. A ideia básica dos autores Jonathan Littman e Marc Hershon é que há uma crise na relação entre colaboradores nas organizações que provoca muito stress por causa de certos comportamentos das pessoas, que acaba gerando ineficiência operacional e que atrapalha o alcance dos objetivos.

O filósofo Sartre disse certa vez que “o inferno são os outros”. Pessoas nos machucam, fazem com que nossos planos não deem certo, por isso, geralmente pensamos que se não fossem os outros, a vida seria mais fácil. Contudo, se não fossem os outros, também não teríamos em quem confiar, não poderíamos compartilhar nossas vitórias e nos faltaria um ombro amigo para buscar apoio e conselhos. Sem os outros, não teríamos nenhum motivo para trabalhar. Para que fazer algo de extraordinário, se não vai servir a ninguém? Obviamente, o filósofo deve ter considerado “outros” de tipos diferentes, alguns que são bons para nós e outros, é preciso dizer, nem tanto.

Nos projetos – implementados nas organizações por pessoas - convivemos intensamente com as faces dessa mesma moeda humana: os projetos são feitos por pessoas e o ser humano, com toda a sua riqueza e diversidade, está no centro das ações. Sim, algumas vezes as pessoas são o problema. Mas, na maior parte das vezes, as pessoas serão a solução. Mas onde encontrar as pessoas certas para o projeto? Elas estão por aí, na sua própria empresa e no mercado. Pergunte para a área de RH da sua empresa.

 

“O bêbado estava procurando a chave debaixo do poste, quando alguém perguntou se ele a havia perdido naquele lugar. Ele disse que não, mas estava procurando ali porque era onde estava mais claro. Moral da estória: Há sempre uma tentação de buscar as respostas onde está mais claro – e não onde elas realmente se encontram” (XAVIER, 2006).

Sim, essa história não tem um final feliz. Essa história tem muitas constatações e mais perguntas do que respostas. Se você precisa trabalhar, esse é seu desafio. Vá se acostumando.
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Fonte: Xavier, R. “Gestão de Pessoas na Prática: Os desafios e as soluções”. Editora Gente: São Paulo, 2006.

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