O gerenciamento de custos do projeto utiliza vários
conceitos interessantes em destaque nos processos do PMBOK. A pergunta que
muitos estudantes de gestão de projetos costuma fazer é a seguinte: Sim,
professor, eu li tudo, mas ainda tenho dúvidas sobre o que usar disso tudo e quando
devo usar cada coisa???
Uma forma mais direta de pensar na gestão de custos do
projeto – e que responde boa parte da pergunta anterior - é verificar o que
usamos e fazemos em cada fase do ciclo de vida do projeto. Pensando assim,
podemos consolidar os conceitos estudados no gerenciamento de custos com as
ações, ferramentas e técnicas destacadas abaixo:
Fase de pré-iniciação – é quando se está decidindo se
vamos em frente ou não com o projeto. É necessário usar ferramentas como o ROI,
o payback, o VPL e o TIR, para tomar essa decisão. Essas ferramentas de matemática
financeira são usadas na preparação do business case do projeto. O projeto nem
começou e o business case é feito com base em premissas e restrições. Recomenda-se convidar profissionais
especialistas, que trabalham com dados e informações de casos semelhantes, além
dos dados e informações específicas do projeto que está sendo analisado. Os
especialistas fazem a análise de mercado e da empresa. O resultado é um
relatório sobre a análise de viabilidade do projeto e o business case.
Fase de Iniciação – é preparado o termo de abertura do
projeto com o uso de dados e informações contidas no relatório sobre a análise
de viabilidade do projeto. São feitas estimativas de custo do projeto (estimativas
top-down / button-up).
Fase de planejamento – é elaborado o orçamento do projeto,
com o detalhamento das estimativas (top-down / button-up / PERT), e a agregação
de custos. Depois da elaboração do plano de riscos, são definidas as reservas
de contingência e reservas gerenciais.
Fase de execução / monitoramento e controle – é feito o
acompanhamento do orçamento e a comparação entre o real versus planejado (curva
S, análise de valor agregado). Com base nisso decisões são tomadas para
corrigir o andamento do projeto, se necessário. É feito o controle integrado de
mudanças (análise de impactos, com aprovação ou rejeição de mudanças).
Dependendo do que aconteça, o projeto pode ser até encerrado antes da hora.
Fase de encerramento – é o momento de preparar o relatório
de custos do projeto, com todas as mudanças e a explicação do motivo de cada
mudança. Se o projeto segue em frente até o seu final, mas gastou mais do que o
planejado, isso pode afetar o ROI inicialmente estimado. Depende, é claro, se
gastou só um pouco mais, ou se gastou bem mais do que o valor previsto
inicialmente. Portanto, o controle de custos tem implicações diretas sobre o
business case. Quanto mais longo é um projeto, maior será esse risco.
Glossário:
Agregação de custos – é a técnica que agrega os custos
estimados das atividades em função do cronograma para obter a linha de base de
custos do projeto. Para saber mais sobre a agregação de custos e outras técnicas e ferramentas do gerenciamento de custos do projeto clique aqui!
Análise
de valor agregado – é um método de medição do desempenho sobre uma atividade ou
um pacote de trabalho, que considera três parâmetros; a saber: o valor
planejado (PV ou “planned value”, que é o custo orçado ou planejado), o valor
real (AC ou “actual cost”, que é o custo real efetivamente gasto) e o valor
agregado (EV ou “earned value”, que é o custo planejado para o trabalho
realizado). Para saber mais sobre a análise de valor agregado clique aqui!
Business case – é um documento que explica o caso específico
de um negócio, apresentando formalmente as motivações para sua implementação,
as necessidades de recursos humanos, materiais e financeiros, e os benefícios e
vantagens que o justifiquem, incluindo, geralmente, textos descritivos e
planilhas financeiras. Para saber mais sobre business cases clique aqui!
Curva S – é um instrumento de acompanhamento gerencial com
o qual é possível identificar desvios entre valores planejados e realizados.
Muito usada na análise de valor agregado. Para ver mais exemplos sobre o uso da curva S clique aqui!
Estimativa botton-up – é uma técnica de fazer estimativas
“de baixo para cima”. Uma atividade é decomposta em várias sub atividades. São
feitas, por sua vez, estimativas de cada sub atividade. A soma das estimativas
das sub atividades que formam uma atividade é a estimativa dessa atividade. A
estimativa botton-up é, portanto, mais detalhada.
Estimativa top-down – é uma técnica de fazer estimativas
“de cima para baixo”, ou por analogia. Essas estimativas são feitas por
especialistas (estimando o valor total da atividade com base em seu
conhecimento) ou com base em projetos similares. A estimativa top-down é,
portanto, menos detalhada.
Payback – é um indicador financeiro usado na análise de
retorno financeiro de projetos que indica o tempo necessário para as receitas
geradas e acumuladas igualarem o investimento inicial. É calculado em unidades
de tempo (semanas, meses, anos).
PERT – ou “Program Evaluation and Review Technique”, é uma
técnica que consiste em estimar a duração de uma atividade baseando-se em três
estimativas possíveis para essa atividade: estimativa Otimista (O), Pessimista
(P) e Mais Provável (MP). A estimativa PERT é dada pela fórmula PERT = (O +
4xMP + P) / 6.
Reservas de contingência – é um adicional relacionado aos
riscos identificados no projeto e para os quais são desenvolvidas respostas de
contingência. Esse adicional pode ser um tempo a mais (chamado de buffer ou
pulmão) ou um custo extra, definido para cada atividade ou pacote de trabalho. O
gerente de projetos poderá usar as reservas de contingência sem a necessidade
de pedido de autorização, a menos que as políticas da empresa digam o contrário.
Reservas gerenciais - é uma margem de segurança, materializado
por um tempo a mais ou um custo extra, para garantir que riscos que ainda não
foram identificados inviabilizem o projeto. Para usar essa reserva o gerente de
projetos deve pedir autorização para o “sponsor” do projeto.
ROE – ou “Return on Equity”, é conhecido como Retorno
sobre o Patrimônio Líquido. O ROE é calculado pela fórmula: ROE = (Lucro Líquido
/ Patrimônio Líquido). Exemplo: Calcule o ROE de uma empresa que teve um lucro
líquido de R$65.000, conforme consta no DRE (Demonstração de Resultados do Exercício).
O patrimônio líquido dessa empresa é de R$250.000. O ROE deve ser calculado
pela formula ROE = (65.000 / 250.000) = 0,26 (ou 26%). Para mais informações sobre o DRE clique aqui!
ROI – ou “Return on Investment”, é o retorno sobre o
investimento. O ROI é calculado pela fórmula: ROI = (Retorno / Investimento).
Exemplo: Calcule o ROI de uma aplicação financeira em foram aplicados R$20.000
por 30 dias, com rendimentos R$240 ao final do período. O ROI deve ser
calculado pela fórmula ROI = (240 / 20.000) = 0,012 (ou 1,2%). Portanto, o ROI desse
investimento foi 1,2% ao mês.
TIR – ou Taxa Interna de Retorno, é a taxa necessária para igualar o valor de um investimento
(valor presente) com os seus respectivos retornos futuros ou saldos de caixa.
Para mais detalhes sobre o calculo da TIR clique aqui.
VPL – ou Valor Presente Líquido, é a soma dos valores
presentes dos fluxos estimados de uma aplicação, calculados a partir de uma
taxa definida e de seu período de duração. Para
mais detalhes sobre o calculo do VPL clique aqui.
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