Como dissemos nos posts anteriores, uma técnica de gerenciamento de projeto é uma estrutura ou ferramenta que ajuda a planejar, organizar e executar um projeto.
Veremos nesse post o PERT (Program Evaluation and Review Technique), que pertence ao grupo das principais técnicas de gestão de projetos. Esta técnica costuma ser estudada junto com o CPM que tratamos no post passado.
A técnica PERT, que pode ser traduzida por técnica de avaliação e revisão de programa, é uma técnica de gestão de projetos usada para estimar a duração do cronograma de um projeto. Aqui a palavra programa está relacionada ao gerenciamento do tempo e ao cronograma do projeto.
Esta técnica assume que a estimativa de duração de uma atividade pode ser vista como uma função de distribuição Beta, ilustrada à seguir.
Nesta curva de distribuição a posição em que se localiza o pico (maior valor na curva Beta) é a estimativa mais provável. Na posição mais à esquerda encontra-se o ponto em que a estimativa pode alcançar o menor tempo e, portanto, a atividade é executada antes do prazo mais provável. Por sua vez, na posição mais à direita encontra-se o ponto em que a estimativa pode alcançar o maior tempo e, portanto, a atividade é executada com atraso em relação a estimativa mais provável. O jeitão da curva de distribuição Beta, sendo maior para a direita do que para a esquerda, apoia-se na ideia - muitas vezes comprovada na prática - de que, em um projeto é mais fácil uma atividade atrasar do que adiantar.
A técnica PERT primeiro identifica as tarefas de um projeto e registra três estimativas de tempo para cada tarefa: o tempo otimista (O), o tempo pessimista (P) e o tempo mais provável (M).
A partir daí, as três estimativas de tempo são usadas para calcular uma média ponderada (Xp) para cada tarefa. Em seguida, um caminho crítico de tarefas necessárias é identificado e as estimativas médias ponderadas são usadas para criar o cronograma geral do projeto.
Para ilustrar a técnica PERT vamos usar o exemplo da tabela abaixo que se refere a um projeto com as atividades A, B, C, D, E, F e G. Note que na tabela estão registrados as estimativas (em semanas) otimista (O), mais provável (M) e pessimista (P), para cada atividade do projeto e os valores calculados da média ponderada (Xp), o desvio padrão e a variância.
Nesse exemplo, estamos considerando que a organização executora do projeto possui registros de vários projetos já realizados e executados para diferentes clientes. Com base nesses registros extraídos da experiência prática de muitos projetos foi possível obter as estimativas de duração das atividades usadas na técnica PERT.
O método PERT utiliza a estimativa de três pontos e calcula a média ponderada (Xp) através da seguinte expressão: Xp=(P+4M+O)/6.
As estimativas de duração das atividades devem incluir as faixas de variação de valores possíveis. Tendo esse conceito em mente, precisamos conhecer como calcular as faixas de variação de valores possíveis pelo método PERT. Para tanto, vamos introduzir a fórmula do desvio padrão, que é expressa com a seguinte fórmula: Desvio Padrão = (P-O)/6.
Quanto maior o intervalo entre as estimativas pessimista e otimista, maior incerteza (menos confiança) teremos associada ao valor da média ponderada (Xp) calculada com o método PERT.
No método PERT é comum usar o parâmetro variância que é o desvio padrão elevado ao quadrado.
O diagrama de rede das atividades do projeto não deve ser construído considerando apenas uma estimativa determinística para cada atividade, mas considerar o valor da média ponderada, que é o tempo esperado da atividade calculado no PERT e a variância a ela associada.
O diagrama de rede é construído usando os parâmetros PDI (Primeira Data de Início), PDT (Primeira Data de Término), UDI (Última Data de Início) e UDT (Última Data de Término), exatamente como descrito no post Técnicas Fundamentais de Gestão de Projetos - Parte 2, que trata do método do caminho crítico.
Por definição, as atividades no diagrama de rede com folga igual a zero estão no caminho crítico. Para o nosso exemplo, o caminho crítico passa pelas atividades A – C – D – F – G. Somando as durações estimadas pelo método PERT (Xp) para cada atividade temos: 6+2+5+5+4 = 22 semanas.
Somando agora o valor da variância de cada atividade no caminho crítico (1+1/9+1+1+1=4,111) e extraindo a raiz quadrada do resultado, podemos encontrar a folga estimada que é igual a 2,03, e que, por simplificação, será arredondada para 2 semanas.
O PERT é uma ótima ferramenta que auxilia na avaliação do cronograma de um projeto. No entanto, em função de sua complexidade recomenda-se seu uso em projetos com muita incerteza, onde várias estimativas de tempo são necessárias para chegar a valor estimado inicial que será usado no plano do projeto.
As técnicas
de gestão de projetos representam as principais estruturas e ferramentas capazes
de ajudar o gerente de projetos a gerenciar um projeto com sucesso, cada uma
com vantagens e desvantagens.
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