sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Sobre a Redução de Custos e as Empresas Aéreas


 
A redução de custos tornou-se um mantra na grande maioria das empresas e ficou ainda mais crítica em função da competição feroz que surgiu com a globalização. Quando uma empresa decide reduzir custos precisa mapear cada pedaço de sua operação e entender que ações concretas devem ser implementadas. Algumas ações serão facilmente e rapidamente implementadas, já outras serão mais difíceis e lentas. É evidente que cada caso é um caso que precisa ser visto bem de perto. Muitas vezes a redução de custos em um setor do processo representará um pequeno impacto no que se deseja alcançar, mas sempre será uma contribuição para o todo.

Para início de conversa, é razoável pensar em conseguir mão de obra mais barata para reduzir os custos de produção. Isso tem feito sentido desde os primórdios do capitalismo. Esse pressuposto fez muitas empresas transferirem sua produção para a China e outros países nessa região do planeta.  Pensando nas empresas tupiniquins e mesmo nas estrangeiras operando em solo brasileiro, há exemplos de empresas que transferiram suas fábricas na região do ABC paulista para cidades com menos presença e interferência de sindicatos de trabalhadores. Essas empresas “fugiram” dos sindicatos buscando redução de custos. Afinal de contas, os sindicatos de trabalhadores costumam ter poder de barganha e capacidade de negociar melhores condições salariais e outras vantagens para os trabalhadores que, na ponta do lápis, representam custos adicionais para as empresas.

A redução de custos também ocorre quando se moderniza uma fábrica, com maquinário avançado, capaz de produzir mais, em menos tempo e com menor custo de operação e manutenção. É quase uma regra que uma máquina mais nova deve ser mais econômica do que sua versão anterior, pois ter custo menor é parte integrante de qualquer melhoria que se queira implantar em uma empresa. Em outras palavras, melhorias caras não são bem vindas!

Se um robô entra nessa equação, haverá também a eliminação da necessidade de mão de obra.  Um robô costuma ser caro, mas seu alto custo pode ser compensado com a redução de custos da mão de obra e outros custos derivados de erros humanos que essa mão de obra pode causar. Afinal de contas, errar é humano! Já os robôs, se bem programados, ajustados e mantidos, poderão funcionar fazendo sempre o que lhes é determinado, sem reclamações ou choramingos.

Não menos importante, as ações de redução de custos nas empresas deverão considerar o redesenho e otimização de seus processos, pois afinal se algo é produzido, isso ocorre através de um processo. Em muitos casos a redução de custos será alcançada apenas com a melhoria dos processos existentes na organização. E isso não é pouco!

Há várias maneiras de reduzir os custos da operação de uma empresa que podem considerar os tópicos acima mencionados, além de outros,  usados separadamente ou em conjunto. O que vamos fazer agora é olhar mais de perto como isso foi feito para o segmento das empresas aéreas, que levou ao surgimento das empresas aéreas de baixo custo.

Segundo o Wikipédia, “uma empresa aérea de baixo custo (low cost airline) oferece baixas tarifas eliminando custos derivados de serviços tradicionais oferecidos aos passageiros, baseando-se na simplicidade do serviço sem distinção de classes. O conceito teve origem nos Estados Unidos e popularizou-se na Europa durante os anos 1990, tudo graças à liberalização do setor dos transportes aéreos no mercado norte-americano iniciada em 1978”. Portando, a existência de empresas aéreas de baixo custo não é uma novidade.

Por um lado temos empresas de primeira linha como, por exemplo, as europeias Lufthansa, Air France e British Airlines, que sofrem forte competição de empresas de baixo custo como, por exemplo, a Ryanar, a Easyjet e a Southwest. O que é interessante entender é o que as empresas aéreas de baixo custo fizeram que lhes deu vantagem competitiva. De acordo com dados do documento “Variations in Airport Charges” de dezembro de 2005, há aspectos chave que devem ser observados, como os apontados na tabela abaixo:


- Clique para Aumentar a Tabela -
O que cada parte significou na redução de custos:
Maior densidade de assentos: 16%
Maior utilização da aeronave: 3%
Menor custo da tripulação: 3%
Aeroportos mais baratos: 6%
Tipo único de aeronave: 2%
Custo mínimo de estação: 10%
Nenhum custo com refeições: 6%
Nenhuma comissão para agentes de viagem: 6%
Menor custo de vendas e reservas: 3%
Menor custo da administração: 2%
Deu pra ver que não tem mágica. Cada aspecto tem um pêso dentro da estratégia de redução de custos. Bem, é isso aí. Até a próxima!

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