Gerenciar
projetos é planejar e acompanhar a sua execução. O gerente do projeto deve se
manter alerta e flexível com os acontecimentos do dia-a-dia, com atenção ao plano inicial para não perder o controle. Muitos acreditam que saber
gerenciar pessoas e se comunicar bem são as principais qualidades de um gerente
de projeto. Mas, não é só isso. O gerente de projetos precisa saber fazer
muitas outras coisas como, por exemplo, selecionar um projeto, planejar o
trabalho da equipe, administrar conflitos, gerenciar o escopo, gerenciar o
tempo, gerenciar os custos, gerenciar os riscos, administrar a documentação,
gerenciar a qualidade, administrar métricas e administrar contratos. O segredo,
embora isso já não seja há algum tempo um segredo para ninguém, é envolver a
equipe, cliente e fornecedores de tal forma que todos se sintam diretamente
responsáveis pelo sucesso do projeto.
Sim, mas seria essa visão compartilhada e
aceita por todos? Um grande número de organizações, especialmente no campo da
manufatura, fortemente orientadas aos processos repetitivos, simplesmente não
acredita que um projeto necessite ser gerenciado de forma própria, ou melhor, com
um método apropriado e processos diferentes daqueles que são usados para gerenciar
as operações do dia a dia. Essas organizações são, portanto, imaturas do ponto
de vista da gestão de projetos. Um gerente de projetos que tenha que trabalhar
em organizações com baixo grau de maturidade em gerenciamento de projetos
costuma enfrentar situações difíceis.
Para essas organizações não existem bons
gerentes de projetos, somente existem gerentes sortudos. O sucesso do projeto
não se relaciona ao bom planejamento e a boa execução, mas a sorte do gerente.
Qualquer estimativa de custo, tempo ou esforço, será considerada cara e
excessiva, não importando a qualidade da sua elaboração. Ainda há muitos chefes
que pensam que todos mentem nas suas estimativas, que acrescentam gordura para
se proteger de seus erros ou justificar sua preguiça em fazer as coisas no
tempo normal e correto. Ou, por outro lado, mesmo que os colaboradores não
mintam ou não aumentem suas estimativas, esses chefes acreditam que tem o poder
de reduzir custos, de fazer com que alguém execute uma tarefa em menos tempo, ou
com uma quantidade menor de pessoas, só porque eles (ou elas) assim o desejam. É
como se atitude de pressão do chefe pudesse realizar verdadeiros milagres. Dizendo de outra forma, a apresentação dos
fatos e detalhes que justificam uma estimativa não será suficiente para impedir
que cortes e mutilações fossem aplicadas as mesmas.
É realmente espantoso saber que 97% das
organizações acreditam, segundo a “PricewaterhouseCoopers”,
que o gerenciamento de projetos é fundamental para o desenvolvimento do negócio
e do sucesso organizacional. Mas, o que as organizações fazem com essa crença é
pelo menos duvidoso. Basta verificar que, de acordo com a “University of Ottawa”, 33% dos projetos falham por causa da falta
de envolvimento da alta direção. Por sua vez, foi divulgado pela Harvard Business Review que um em cada
seis projetos de TI estão 200% acima do custo orçado e 70% atrasados em relação
ao cronograma original. Os números mostram uma distância entre as intenções e a
realidade prática. Alguém poderia dizer que esses são resultados desatualizados, divulgados em 2015, mas eu duvido que tenha
havido alguma mudança significativa, pois afinal estamos ainda em meados de
2016.
Todo o conhecimento, experiência e
criatividade do gerente de projetos terá pouca ou nenhuma utilidade se não houver
apoio da direção da organização. Esse apoio precisa ser claramente manifestado,
para que não haja dúvidas sobre as mudanças que precisam ser implementadas na
forma de proceder e de trabalhar com os projetos. O problema é que nessas
organizações, via de regra, esse apoio faz parte apenas dos sonhos do gerente
de projetos. Sem esse apoio da alta direção, o gerente de projetos vai estar
sozinho, falando com as paredes. Então, com essa montanha de problemas, devemos
desistir? Certamente que não! Vivemos em um mercado promissor, repleto de novas
oportunidades. Já passamos por turbulências políticas em outros tempos, e ainda
estamos aqui para contar nossa história. Temos muito que fazer, aprender e
trabalhar. O mundo muda e as mudanças significam oportunidades. Apesar das
dificuldades vamos ampliar nossa capacidade de realizar e de vencer desafios. Sim,
o gerenciamento de projetos ainda é novo para muitas organizações e grande
parte de seus colaboradores. A boa notícia é que o
novo sempre vem!
O happer Projota é o autor da frase: "O ser humano é falho. Hoje mesmo eu falhei. Ninguém nasce sabendo ... ".
O happer Projota é o autor da frase: "O ser humano é falho. Hoje mesmo eu falhei. Ninguém nasce sabendo ... ".
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