Alguns estudos interessantes têm sido divulgados
sobre os desafios da ascensão profissional feminina nas organizações.
Segundo pesquisa da consultoria Bain & Company
de 2013, “... o grupo de profissionais do sexo feminino no Brasil nunca foi tão
sólido. Desde 1985, o número de mulheres com um diploma superior nas mãos é
maior do que o dos homens, representando cerca de 58% dos alunos universitários
em 2011. No mesmo ano, elas foram maioria nas salas de aula de importantes
disciplinas, como Administração e Direito (51% e 52%, respectivamente)”. Mais
adiante, essa pesquisa complementa que “apesar da abundância de mulheres
qualificadas e ambiciosas, apenas 4% dos principais executivos entre as 250 maiores
empresas brasileiras são do sexo feminino”.
A
pesquisa da Bain & Company revelou “três pontos-chave que impedem as
mulheres de atingirem posições de liderança:
·
Além
dos já conhecidos desafios associados à percepção de prioridades conflitantes
entre trabalho e vida pessoal, o estilo das mulheres é diferente dos homens e
menos valorizado no mercado de trabalho;
·
Eles
e elas reconhecem que têm estilos diferentes, mas homens veem menos obstáculos
desta diferença às chances de promoção das mulheres;
·
As
empresas tendem a valorizar mais atributos tipicamente reconhecidos como
masculinos (solucionar problemas, influenciar) do que aqueles mais identificados
como femininos (apoiar e dar “coaching”)”.
Há
um aspecto na pesquisa da Bain & Company que gostaríamos de ressaltar: Foi
pedido que os entrevistados ranqueassem os dez atributos de liderança na ordem
que eles acreditavam ser mais valorizadas por suas organizações. Homens e
mulheres identificaram cinco características principais:
·
Solucionar
problemas;
·
Encorajar
times;
·
Influenciar
equipes;
·
Inspirar;
·
Delegar
“Quando solicitado aos entrevistados do sexo
masculino que avaliassem outros homens e outras mulheres nos mesmos atributos
de liderança, o resultado foi que eles apareceram como mais capacitados que
elas em quatro das cinco principais características. A diferença é gritante em
três desses atributos: a capacidade de delegar trabalho, solucionar problemas e
em influenciar equipes. É preciso avaliar qual a razão de tal resultado. As
mulheres, de fato, não são boas para solucionar problemas ou os termos
“delegar”, “resolver problemas” e “influenciar equipes” são características
normalmente associadas com estilos masculinos de liderança? Parece estranho que
mulheres sejam mal avaliadas nessas características quando, na realidade, os
dois possuem capacidades similares”.
Por sua vez, dois estudos da McKinsey &
Company, realizados em 2007 e 2008, com amostras abrangentes de executivos de
diversos segmentos da economia são também muito interessantes. A consultoria
identificou cinco “comportamentos de liderança” que estavam presentes com mais
frequência em mulheres do que em homens:
·
Desenvolvimento
de pessoas;
·
Estabelecimento
de expectativas e recompensas;
·
Atitudes
que servem como modelo;
·
Ações
inspiradoras;
·
Decisões
tomadas de maneira participativa
O
argumento é que esses comportamentos são particularmente valiosos nas
estruturas menos hierarquizadas das empresas atuais. Contrastando com isso, os
dois comportamentos que os homens adotam com mais frequência que as mulheres
parecem bastante antiquados:
·
Ações
controladoras e corretivas;
·
Decisões
tomadas de forma individualista
Outra pesquisa da McKinsey & Company de 2013,
com o titulo “Women Matter Latin America” (A Mulher Importa America Latina),
destaca ter observado que as empresas com mulheres em seus comitês executivos
alcançaram melhores resultados. Foi feita a comparação de indicadores
financeiros para o ano de 2011, considerando 345 organizações no Brasil, México,
Colômbia, Chile, Peru, e Argentina, e constatou-se que o ROE das empresas com
mulheres em seus comitês executivos tinha sido 44% maior do que em empresas com
apenas homens em seus comitês executivos. Verificou-se também que o EBIT das
empresas com mulheres em seus comitês executivos tinha sido 47% maior do que em
empresas com apenas homens em seus comitês executivos.
ROE (“Returno on Equity) ou
retorno sobre o patrimônio.
EBIT (“Earning Before Interest
and Taxes”) ou LAJIR (no Brasil) que é o Lucro Antes dos Juros e Tributos. Os Tributos são o Imposto de Renda e Contribuição Social
sobre o Lucro Líquido.
Acredita-se, nos dias de hoje, que é necessário
para as empresas, às voltas com constantes mudanças e transformações, ter
gestores que sejam capazes de trabalhar com uma mescla de autoridade / controle
com gentileza / cooperação. Nesse sentido, as mulheres seriam melhores que os
homens para desempenhar esse papel.
Por outro lado, mesmo levando em conta a excelente
qualidade das pesquisas citadas e a excelência das empresas que as produziram, ainda
existem pesquisadores e estudiosos que duvidam desses resultados, pois não
acreditam que se deva colocar esse grupo seleto de executivas em um mesmo saco
simplesmente chamado mulheres e o mesmo com os homens. Esses estudiosos
acreditam que esses executivos, tanto homens quanto mulheres, são perfeitamente
capazes de adaptar os seus estilos de liderança as diferentes circunstâncias de
cada organização. Uma prova disso, segundo eles, é que os homens tem adotado
uma abordagem colaborativa no exercício da liderança. A questão de fundo, para
esse grupo de estudiosos e pesquisadores, é que cada profissional, seja homem
ou mulher, deve ser avaliado por seu desempenho individual.
E você, como tem percebido o estilo de liderança
do seu chefe na organização em que trabalha? Deixe o seu comentário!!!
Para
mais informações sobre esse tema consulte o link abaixo: http://impulsobeta.com.br/consultorias-estrategicas-analisam-desafios-da-mulher-no-mercado/
Fontes:
BATISTA, L. e DAMIANI, D. “Sem atalhos: O caminho
das mulheres para alcançarem o topo”. BAIN & COMPANY, 2013.
ARTIGAS,
M., NOVALES-FLAMARIQUE, M. e CALLEGARO, H. “Women Matter Latin America”. McKinsey
& Company, 2013.
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