domingo, 21 de junho de 2015

A Mulher Importa ("Woman Matter")!!!

Alguns estudos interessantes têm sido divulgados sobre os desafios da ascensão profissional feminina nas organizações.
Segundo pesquisa da consultoria Bain & Company de 2013, “... o grupo de profissionais do sexo feminino no Brasil nunca foi tão sólido. Desde 1985, o número de mulheres com um diploma superior nas mãos é maior do que o dos homens, representando cerca de 58% dos alunos universitários em 2011. No mesmo ano, elas foram maioria nas salas de aula de importantes disciplinas, como Administração e Direito (51% e 52%, respectivamente)”. Mais adiante, essa pesquisa complementa que “apesar da abundância de mulheres qualificadas e ambiciosas, apenas 4% dos principais executivos entre as 250 maiores empresas brasileiras são do sexo feminino”.

A pesquisa da Bain & Company revelou “três pontos-chave que impedem as mulheres de atingirem posições de liderança:

·         Além dos já conhecidos desafios associados à percepção de prioridades conflitantes entre trabalho e vida pessoal, o estilo das mulheres é diferente dos homens e menos valorizado no mercado de trabalho;

·         Eles e elas reconhecem que têm estilos diferentes, mas homens veem menos obstáculos desta diferença às chances de promoção das mulheres;

·         As empresas tendem a valorizar mais atributos tipicamente reconhecidos como masculinos (solucionar problemas, influenciar) do que aqueles mais identificados como femininos (apoiar e dar “coaching”)”.

Há um aspecto na pesquisa da Bain & Company que gostaríamos de ressaltar: Foi pedido que os entrevistados ranqueassem os dez atributos de liderança na ordem que eles acreditavam ser mais valorizadas por suas organizações. Homens e mulheres identificaram cinco características principais:

·         Solucionar problemas;

·         Encorajar times;

·         Influenciar equipes;

·         Inspirar;

·         Delegar

“Quando solicitado aos entrevistados do sexo masculino que avaliassem outros homens e outras mulheres nos mesmos atributos de liderança, o resultado foi que eles apareceram como mais capacitados que elas em quatro das cinco principais características. A diferença é gritante em três desses atributos: a capacidade de delegar trabalho, solucionar problemas e em influenciar equipes. É preciso avaliar qual a razão de tal resultado. As mulheres, de fato, não são boas para solucionar problemas ou os termos “delegar”, “resolver problemas” e “influenciar equipes” são características normalmente associadas com estilos masculinos de liderança? Parece estranho que mulheres sejam mal avaliadas nessas características quando, na realidade, os dois possuem capacidades similares”.
Por sua vez, dois estudos da McKinsey & Company, realizados em 2007 e 2008, com amostras abrangentes de executivos de diversos segmentos da economia são também muito interessantes. A consultoria identificou cinco “comportamentos de liderança” que estavam presentes com mais frequência em mulheres do que em homens:

·         Desenvolvimento de pessoas;

·         Estabelecimento de expectativas e recompensas;

·         Atitudes que servem como modelo;

·         Ações inspiradoras;

·         Decisões tomadas de maneira participativa

O argumento é que esses comportamentos são particularmente valiosos nas estruturas menos hierarquizadas das empresas atuais. Contrastando com isso, os dois comportamentos que os homens adotam com mais frequência que as mulheres parecem bastante antiquados:

·         Ações controladoras e corretivas;

·         Decisões tomadas de forma individualista

Outra pesquisa da McKinsey & Company de 2013, com o titulo “Women Matter Latin America” (A Mulher Importa America Latina), destaca ter observado que as empresas com mulheres em seus comitês executivos alcançaram melhores resultados. Foi feita a comparação de indicadores financeiros para o ano de 2011, considerando 345 organizações no Brasil, México, Colômbia, Chile, Peru, e Argentina, e constatou-se que o ROE das empresas com mulheres em seus comitês executivos tinha sido 44% maior do que em empresas com apenas homens em seus comitês executivos. Verificou-se também que o EBIT das empresas com mulheres em seus comitês executivos tinha sido 47% maior do que em empresas com apenas homens em seus comitês executivos.
ROE (“Returno on Equity) ou retorno sobre o patrimônio.
EBIT (“Earning Before Interest and Taxes”) ou LAJIR (no Brasil) que é o Lucro Antes dos Juros e Tributos. Os Tributos são o Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido. 
Acredita-se, nos dias de hoje, que é necessário para as empresas, às voltas com constantes mudanças e transformações, ter gestores que sejam capazes de trabalhar com uma mescla de autoridade / controle com gentileza / cooperação. Nesse sentido, as mulheres seriam melhores que os homens para desempenhar esse papel.
Por outro lado, mesmo levando em conta a excelente qualidade das pesquisas citadas e a excelência das empresas que as produziram, ainda existem pesquisadores e estudiosos que duvidam desses resultados, pois não acreditam que se deva colocar esse grupo seleto de executivas em um mesmo saco simplesmente chamado mulheres e o mesmo com os homens. Esses estudiosos acreditam que esses executivos, tanto homens quanto mulheres, são perfeitamente capazes de adaptar os seus estilos de liderança as diferentes circunstâncias de cada organização. Uma prova disso, segundo eles, é que os homens tem adotado uma abordagem colaborativa no exercício da liderança. A questão de fundo, para esse grupo de estudiosos e pesquisadores, é que cada profissional, seja homem ou mulher, deve ser avaliado por seu desempenho individual.
E você, como tem percebido o estilo de liderança do seu chefe na organização em que trabalha? Deixe o seu comentário!!!
Para mais informações sobre esse tema consulte o link abaixo: http://impulsobeta.com.br/consultorias-estrategicas-analisam-desafios-da-mulher-no-mercado/
Fontes:
BATISTA, L. e DAMIANI, D. “Sem atalhos: O caminho das mulheres para alcançarem o topo”. BAIN & COMPANY, 2013.
ARTIGAS, M., NOVALES-FLAMARIQUE, M. e CALLEGARO, H. “Women Matter Latin America”. McKinsey & Company, 2013.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Inclua seu comentário: