A revista Você RH publicada pela editora Abril, na sua edição de no.
28 de outubro/novembro de 2013, imprimiu em sua capa a seguinte pergunta:
“Viramos zumbis corporativos?” Na capa foi colocado um desenho de um cara (tipo
clipart), representando o executivo de terno e gravada, com os olhos
esbugalhados, do jeito que alguém fica quando está hipnotizado (ou drogado).
Nas costas o sujeito engravatado tinha uma chave, como os bonecos de corda
possuem. Em baixo da chamada principal vinha a seguinte afirmação: “A atual
rotina de trabalho está esgotando os funcionários, matando a inovação e
provocando perdas bilionárias para os negócios”. Na sequência, vinha a pergunta
que justificaria a leitura do artigo e a compra da revista: “Como impedir que
sua empresa se transforme em uma fábrica de bitolar pessoas?”
Particularmente, gostei muito do
artigo e acho que esse é um debate que vale a pena participar! Nesse post vou
abordar a necessidade de criatividade no trabalho, algo que a rotina no ambiente
de trabalho tem dificultado de muitas maneiras. O fato é que ainda se confunde
muito inovação com trabalhar de forma criativa. São coisas muito diferentes.
Para reduzir custos e fazer certo
da primeira vez as empresas entenderam que precisavam reduzir a variabilidade,
que as levava a errar de muitas formas diferentes. Fazendo as coisas sempre da
mesma forma é mais fácil identificar erros e corrigi-los mais rapidamente. Não
é perfeito, mas tem funcionado. As empresas que trabalham assim usam processos para
fazer praticamente tudo que precisam. Essas processos são repetitivos e, depois
de um certo tempo, com os recursos certos e as pessoas treinadas, tendem a
ajudar as empresas a fazer as coisas errando menos. Então as pessoas trabalham
dentro de certas rotinas? Sim, nas empresas que trabalham por processos isso
acontece. E aí sim, não é necessário pensar em cada detalhe, uma vez que isso
já deve estar previsto no processo.
E quando os processos são
otimizados? Não seria esse um momento de mudar as coisas e pensar em novas
formas de trabalhar? Sim, certamente. Mas isso não é alguma coisa que acontece
todo dia. Mesmo os processos mais modernos, onde os recursos permitem
determinados ajustes e modificações, não há como fugir de um modo básico de
trabalhar que se aplica a toda a gama de produtos ali fabricados. Uma grande
mudança num processo, com a introdução, por exemplo, de novas máquinas, leva
tempo para ser feita e se algo assim ocorresse todo o dia, a empresa não
poderia usufruir de seus meios de produção de forma adequada. A repetição do
processo através da economia de escala é um fator crítico de sucesso para toda
empresa que tem no seu alicerce a produção em larga escala.
E então de que trata o artigo da
revista acima mencionada? Trata da robotização das pessoas nas empresas e isso
é muito ruim para as pessoas e para as próprias empresas. Da maneira que se
encara o trabalho hoje, com certos mitos e crenças, as pessoas estão se
tornando, cada vez mais, zumbis no ambiente de trabalho. Os processos ajudam a
trabalhar de forma correta, estabelecem uma rotina, mas não são eles que causam
a tal da robotização. Os gurus de gestão de pessoas então deitam falação sobre
a importância da inovação, afirmando que as empresas precisam dela, mas quando
analisamos a questão com um pouco mais de cuidado, vemos que - sim, a inovação é importante e a criatividade no trabalho mais ainda, mas não é exatamente
esse o ponto principal a ser considerado.
Então a palavra chave não é
inovação, uma vez que somente um pequeno grupo de empresas consegue trazer para
o mercado produtos e processos realmente novos e inovadores. Um segundo grupo
de empresas, muito maior que o primeiro, apenas copia essas inovações, na luta
pela sobrevivência e manutenção no mercado. Um outro grupo, ainda maior que os
grupos anteriormente citados, simplesmente não faz nada de novo, ou seja,
continua fazendo o que sempre fez desde a época de suas fundações e, assim
permanecerá até que alguma coisa nova apareça, que seja capaz de substituir o
produto ou o serviço que este grupo de empresas faz. Aí sim essas empresas serão
simplesmente extintas e substituídas por outras.
As empresas precisam de pessoas
que tenham maturidade para lidar bem com seu ambiente de trabalho, seja esse
ambiente moderno ou antigo, numa empresa inovadora ou copiadora, ou em uma
empresa que não está interessada em mudar o que ela já faz e que vem dando
certo até o momento.
Quando uma empresa diz que quer um
funcionário que seja inovador, na verdade está dizendo que precisa de alguém
criativo para lidar com as ineficiências da organização. As empresas são
imperfeitas e não querem de fato investir para corrigir tudo que tem de
errado. Isso custaria muito caro e levaria muito tempo. Ao invés disso, elas desejam
encontrar pessoas que consigam trabalhar bem no meio dessa bagunça.
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As empresas precisam de pessoas
comprometidas com os resultados e criativas para encontrar soluções para os
problemas do dia a dia que surgem aos borbotões na maioria das organizações. É
essa a questão de fundo e que tem se agravado por uma forma errada de encarar a
gestão de seus recursos humanos. O problema da robotização deriva da forma como
as empresas – praticamente todas as empresas – entendem que deve ser o trabalho
dos seus colaboradores.
É esse entendimento equivocado que gera todos esses erros! De acordo com a organização The Energy Project, as organizações precisam mudar a sua
forma de gerenciar seus recursos humanos urgentemente.
Os seres humanos não são computadores
Não fomos feitos para correr em
altas velocidades, de forma contínua, por longos períodos de tempo. A ciência diz
que estamos no nosso melhor quando avançamos num certo ritmo, entre gastos e
renovação de energia. Essa seria, de acordo com o The Energy Project, uma
realidade que as empresas deveriam compreender e, tendo isso em mente, fazer
mudanças na sua forma de encarar o ambiente de trabalho para obter pessoas
engajadas de forma sustentável e de alta performance.
Que evidências o The Energy
Project usou?
Com base em uma pesquisa do
Instituto Gallup de 2013, sobre o engajamento do trabalhador norte-americano no
ambiente de trabalho, foi verificado que:
·
70% dos trabalhadores estão desligados ou ativamente
desengajados;
A pesquisa revelou que os
trabalhadores de hoje estão emocionalmente esgotados, sem foco e sem propósito.
Não é nenhuma surpresa que eles estejam desengajados de suas organizações. E para quem ainda não entendeu o significado
de estar desengajado, essa palavra traz a ideia de estar desligado ou descompromissado
com a organização.
·
59% dos trabalhadores não dormem regularmente (pelo
menos 7 - 8 horas de sono) e / ou muitas vezes acordam sentindo cansaço;
·
69% dos trabalhadores têm dificuldade em se
concentrar em uma coisa de cada vez e são facilmente distraídos durante o dia,
principalmente por e-mails;
·
58% dos trabalhadores dizem que há lacunas
significativas entre o que eles dizem ser importante em suas vidas e como eles realmente
vivem.
O mito versus realidade
Mito 1: Quanto mais
horas trabalhamos, mais produtivo somos.
A realidade: Não é o número de horas que trabalhamos que determina
o valor que criamos, mas sim a energia que colocamos no trabalho. Para sermos mais produtivos precisamos estar
no nosso melhor e a ciência diz que estamos no nosso melhor quando avançamos num
certo ritmo, entre gastos e renovação de energia. O que não acontece quando
estamos atolados de trabalho, sem tempo nem para ir ao banheiro.
Mito 2: Trabalhar com multitarefa é crítico em um mundo de demanda infinita.
A realidade: Trabalhar com multitarefa aumenta em 25%, em média, o tempo que se leva para terminar a atividade principal e mais importante.
Mito 3: A criatividade é genética.
A realidade: A criatividade pode ser desenvolvida de forma
sistemática, possibilitando o uso do cérebro de modo mais flexível. O processo
criativo se desenrola de uma forma muito mais acessível do que normalmente imaginamos.
Mito 4: Um pouco de ansiedade nos ajuda a ter um
melhor desempenho.
A realidade: Quanto mais nos sentimos ansiosos, menos claramente, de
forma racional e imaginativa conseguimos pensar, e mais reativos e impulsivos nos
tornamos.
Segundo o The Energy Project, estamos no nosso melhor quando nos movemos entre gastos e renovação de energia, e de forma intermitente, renovando nossas quatro necessidades energéticas: físicas, emocionais, mentais e espirituais. O The Energy Project é direto ao afirmar que quando se tem a intenção de fornecer combustível para cada uma das dimensões de energia, a organização está criando pessoas mais felizes e isso afeta para melhor o sucesso da própria organização. Você acha que a sua organização estaria pronta para essa mudança? Provavelmente, não. Afinal de contas, os mitos e crenças acima mencionados permanecem como práticas "modernas" de gestão de pessoas. Isso, e eu não tenho evidências do contrário, nos coloca nesse o processo de robotização que deverá perdurar ainda por muito tempo.
Segundo o The Energy Project, estamos no nosso melhor quando nos movemos entre gastos e renovação de energia, e de forma intermitente, renovando nossas quatro necessidades energéticas: físicas, emocionais, mentais e espirituais. O The Energy Project é direto ao afirmar que quando se tem a intenção de fornecer combustível para cada uma das dimensões de energia, a organização está criando pessoas mais felizes e isso afeta para melhor o sucesso da própria organização. Você acha que a sua organização estaria pronta para essa mudança? Provavelmente, não. Afinal de contas, os mitos e crenças acima mencionados permanecem como práticas "modernas" de gestão de pessoas. Isso, e eu não tenho evidências do contrário, nos coloca nesse o processo de robotização que deverá perdurar ainda por muito tempo.
Veja se interessa o Livro - Corporate Zombies Manual de Sobrevivência Corporativa.
ResponderExcluirOlá Victor,
ExcluirAinda não li, mas vou ler, pois esse livro que você comenta parece ser bastante interessante. Valeu pela dica!
Saudações!
Ok obrigado e espero que goste, tem detalhes no site www.corporatezombies.com.br
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