sábado, 3 de setembro de 2022

As Áreas Cinzentas do Gerenciamento de Projetos

As coisas que acontecem nas organizações podem surpreender até os gerentes de projeto mais experientes e, portanto, a teoria do gerenciamento de projetos só pode ajudar até certo ponto na tomada de decisões que afetam pessoas reais trabalhando em projetos planejados e executados em organizações reais. 

Para encarar essa questão, os gerentes de projetos podem combinar as teorias e conceitos sobre gestão de projetos com a arte da gestão de pessoas. Aqui é evidente que o objetivo dessa combinação é poder alcançar melhores resultados. O gerenciamento de projetos usa números e estatísticas em suas estimativas e previsões, e usa também, em um mesmo plano de importância, a habilidade de liderança, colaboração e trabalho em equipe. Tudo isso precisa ser levado em conta no plano do projeto e nas estratégias do gerente de projetos.

Essa reflexão nos leva ao debate sobre como o gerente de projetos deve se comportar nos projetos. O gerente de projetos deve manter uma abordagem “proativa” ou mais moderada (menos “proativa”) em relação às questões que envolvem o projeto?

Por abordagem proativa, compreenda-se adotar um comportamento que favorece o intervencionismo do gerente de projetos, significando a intervenção no dia a dia do projeto. Essa abordagem se manifesta, por exemplo, no setor de TI, onde o gerente de projetos é chamado a se envolver nos aspectos técnicos do projeto, que incluem a participação no design, codificação e outras atividades. Não se pode dizer que esse fenômeno seja restrito apenas ao setor de TI, pois esse envolvimento mais direto do gerente de projetos pode ocorrer em outros tipos de projetos e segmentos de negócio.

Vale mencionar também que existem organizações que tratam a função de gerente de projetos com bastante clareza, definindo o papel e as responsabilidades dessa função. Isso geralmente acontece em organizações matriciais, onde a estrutura é tal que há muita ênfase na clareza dos papéis dentro da organização. 

Muitos já tentaram responder, sem sucesso, a pergunta sobre se o gerente de projetos deve ser o centro do universo ou apenas um maestro dirigindo a sinfonia dentro de uma organização. Eu até entendo que alguns profissionais desfrutam dessa dúvida. Para aqueles que ocupam posições secundárias de líder de projetos, sem desfrutar de poder real, tendo que se virar, sendo competentes e, ao mesmo tempo, criativos para influenciar as partes interessadas, ser o centro do universo soa como um exagero. Eu diria que ser um maestro já é muito, mas isso pode ser pouco se o que está na mente do indivíduo é a máxima do céu é o limite.

No mundo acelerado das organizações e do gerenciamento de projetos, o papel central de um gerente de projeto garante que ele esteja sempre no meio da ação e no meio das coisas. A gestão de projetos é uma profissão cada vez mais necessária em nosso mundo em constante mudança. Os projetos são a melhor forma para uma organização implementar mudanças bem sucedidas.

Muitos acreditam que o gerenciamento de projetos é uma atividade altamente contextual e dependente da situação, que a teoria só pode apontar o caminho e cabe ao gerente de projetos tomar as decisões e trilhar o caminho de acordo com cada situação. Dependendo da situação será possível, ou não, levar o projeto adiante e satisfazer as partes interessadas. Então, sendo razoável, podemos entender que existe uma parcela importante do eventual fracasso do projeto que pode ser atribuída a situação em que o projeto se encontra. Em outras palavras, nem sempre o projeto fracassa por culpa do gerente de projetos. Nesse caso, o gerente de projetos fez tudo que estava à seu alcance para levar o projeto a bom termo, mas a situação ruim o impediu de fazer isso acontecer.

Mas nem todos pensam de forma razoável nesse nosso mundo. Alguns compartilham da crença que estabelece que um gerente de projetos deve, qualquer que seja a situação, ter o equilíbrio necessário para reunir os diferentes requisitos das partes interessadas e, em seguida, garantir que tudo se encaixe com o objetivo comum de atender às entregas do projeto. E quando a situação que se coloca dificulta seriamente ou, até mesmo, não permite que isso aconteça, não interessa. A culpa pelo fracasso de um projeto é sempre colocada na "inabilidade" do gerente do projeto. Sendo assim, o gerenciamento de projetos deve proporcionar satisfação ao cliente e valor para as partes interessadas, não importando o contexto em que o projeto se encontra.

São muitas áreas cinzentas para levar em conta na profissão do gerente de projetos. E você, o que pensa sobre esse tema? Deixe seus comentários! É isso aí, até a próxima.


2 comentários:

  1. Olá Haroldo, estou iniciando a elaboração do meu TCC do MBA em Gestão de Projetos, não estou inserida na área atualmente, e seu blog me ajudou a delimitar algumas áreas de pesquisa. Obrigada!

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  2. Olá Beatriz, que bom que pude te ajudar. Também atuo em orientação de TCC online. Se desejar entrar em contato, basta me enviar uma mensagem via whatsapp para 11956170115. Boa sorte!

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