Em primeiro lugar devemos lembrar que o conceito de “Project Economy” (Economia de Projeto) surgiu para descrever um cenário em que existe uma demanda por mais projetos e, portanto, por mais gerentes de projetos. Talvez você leitor que me acompanha não esteja vizualizando esse cenário, especialmente aqui no Brasil, onde parece que tudo está andando muito devagar ou até mesmo em marcha ré. Entretanto, o PMI (Project Management Institute), analisando em termos globais, pensa diferente! Somente o tempo vai mostrar se a situação difícil que nos encontramos no país irá melhorar. Mas, isso é tema para outro post.
”The world is becoming projectified” (O mundo está se tornando projetificado). - Sunil Prashara, presidente e CEO do PMI.
De
acordo com o PMI, a Economia de Projetos é aquela em que as pessoas têm as habilidades e
capacidades de que precisam para transformar ideias em realidade. É onde as
organizações entregam valor às partes interessadas por meio da conclusão bem-sucedida
de projetos, entrega de produtos e alinhamento aos fluxos de valor. E todas
essas iniciativas agregam valor financeiro e social.
Para o PMI, a
economia de projetos é real - as organizações estão se tornando cada vez mais
focadas em projetos conforme a velocidade dos negócios continua a acelerar. As empresas devem melhorar e evoluir
continuamente se desejarem permanecer competitivas, e isso significa entregar
valor constantemente ao cliente e à organização. Significa inovar o tempo todo
e transformar essas inovações em soluções reais que atendam às necessidades
reais.
Os eventos de
2020 que estamos vivendo aceleraram a mudança para este ambiente. As operações
normais na maioria dos setores foram fundamentalmente alteradas pela pandemia do
COVID-19 e, em muitos casos, essas operações nunca mais voltarão a ser como
eram antes. Seja num simples ajuste para aumentar o trabalho remoto ou numa completa
recriação de processos para acomodar maiores medidas de segurança, o mundo
agora é um lugar diferente.
Os projetos impulsionarão a recuperação da situação atual
e ajudarão as organizações a se tornarem mais resilientes à próxima ameaça -
essa é a principal força motriz por trás da maior atenção dada à transformação
digital (que já era uma área enorme de investimento antes da pandemia). Os
projetos só terão sucesso com um gerenciamento de projeto forte, e isso
significa que o gerente de projetos é uma peça chave para o sucesso. O gerente
de projetos é um criador de valor e, portanto, um facilitador do progresso!
Por isso, o PMI acredita que haverá uma
enorme demanda por projetos, mas, ao mesmo tempo, a tecnologia e a evolução do
mercado estão mudando o conjunto de habilidades necessárias para que se consiga
alcançar o sucesso. Três aspectos se destacam nesse conjunto de habilidades dos
gerentes de projeto:
(1) Nos projetos chamados digitais
(alinhados com a transformação digital das organizações) existem muitas
incertezas e isso se reflete nos dados e informações disponíveis no início dos
projetos, que leva a seguinte situação: A equipe de projeto não consegue
elaborar um bom plano detalhado por não ter os elementos, informações e requisitos
necessários. Ao invés do plano detalhado entra o feedback do cliente
sobre os primeiros protótipos. No desenvolvimento de software ouvir o cliente é
uma forma inteligente de desenvolver um produto com maior probabilidade de
criar valor para esse mesmo cliente. Assim sendo, isso nos leva a crer
que o gerente de projetos deverá dominar as técnicas do gerenciamento ágil de
projetos.
Não se deve esquecer que existem e ainda
existirão muitos projetos onde será necessário criar estruturas analíticas de
projeto, diagramas de rede e desenhar gráficos de Gantt. Será muito importante
fazer estimativas, identificar riscos e criar planos de mitigação. Sim, tudo
relacionado aos cálculos e técnicas tradicionais de gerenciamento de projetos
preditivos.
O profissional de gerenciamento de
projetos deve conhecer o máximo possível de técnicas e métodos de gestão para
poder aplicar o que for melhor para a organização em que estiver trabalhando, e
assim aumentar a probabilidade de sucesso do projeto.
Sendo ainda mais específico, se um
projeto digital demandar menos habilidades clássicas de gerenciamento de projetos
e, para alcançar o sucesso, mais tempo dedicado às partes interessadas e a
colaboração da equipe, é a isso que o gerente de projetos deverá se dedicar.
(2) Ao descrever a economia do projeto, o presidente e CEO do PMI, Sunil
Prashara, fala sobre renomear “soft skills” (habilidades pessoais) para “power
skills” (habilidades de poder), uma vez que esse novo termo descreveria melhor
sua importância. Com as ferramentas de software de gerenciamento de projetos (com
inteligência artificial) realizando grande parte do trabalho de cálculo, as
habilidades humanas se tornam mais críticas. As novas habilidades solicitadas
que emergem incluem inteligência emocional, empatia, resolução de conflitos e
construção de consenso. Embora sempre valiosas, elas agora são essenciais para saber
lidar com e reter a força de trabalho e a base de clientes.
(3) Ter
conhecimento de tecnologia e ser capaz de adotar novas ferramentas é vital para
acompanhar as novas maneiras de trabalhar com os membros da equipe.
Uma
quantidade cada vez maior de trabalho remoto veio para ficar, e os jovens que
estão entrando no mercado de trabalho hoje cresceram na era digital. A
colaboração e a comunicação para eles (e elas) são principalmente digitais e
por telefone. Os gerentes de projeto devem abraçar esse desenvolvimento
tecnológico ou correm o risco de se tornar irrelevantes e desconectados de uma
porcentagem crescente de colaboradores da equipe. Dessa constatação deriva o
conceito de PMTQ (Project Management Technology Quocient), ou Quociente de
Tecnologia do Gerenciamento de Projetos, que representa a habilidade de um
indivíduo de se adaptar e integrar a tecnologia aos projetos e às necessidades
da empresa.
Bem, é isso aí, até a próxima!
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