quinta-feira, 2 de julho de 2020

A Curva de Mudança KUBLER-ROSS

“As pessoas não mudam” foi uma frase famosa do Dr. House, da premiada série de TV de mesmo nome. Sobre mudanças o citado personagem ainda diria que “não é verdade o que as pessoas dizem, que o tempo muda tudo. Fazer coisas é o que muda algo. Não fazer nada deixa as coisas do jeito que eram”.  Novamente, estamos diante das tais mudanças perturbadoras e que podem causar muitas incertezas.


A mudança é uma parte inevitável e verdade da vida, e não há como fugir dela. Muitos acreditam que se a mudança é bem planejada e formulada, ela pode produzir resultados positivos, mas, apesar do planejamento, é difícil incorporar, aceitar e apreciar a mudança.

Mas como a curva de mudança Kubler-Ross melhora nossa compreensão sobre as mudanças? A Dra. Elisabeth Kubler-Ross (1926 – 2004) é autora do best-seller “On Death and Dying” (publicada no Brasil pela editora Martins Fontes com o título Sobre a Morte e o Morrer), onde aborda sua teoria dos cinco estágios do luto, também conhecida como modelo Kubler-Ross. A curva da mudança, focalizada nesse post, derivada do trabalho da Dra. Elisabeth Kubler-Ross, descreve a jornada emocional interna que os indivíduos normalmente experimentam ao lidar com mudanças e transições.

Os estágios da curva de mudança Kubler-Ross são os seguintes: choque, negação, frustração, depressão, experimentação, decisão e integração.

Choque – Surpresa e choque diante da mudança. Algumas pessoas ficam sem poder de reação. Muitas vezes se faz necessário que a comunicação da mudança seja feita com apoio e acompanhamento profissional. O impacto de comunicar uma má notícia para uma pessoa se atenua com a habitualidade com que este tipo de situação ocorre. Na medida em que esta situação se torna frequente, o impacto a ela associado tende a diminuir.

Negação – Descrença e busca de evidências que indiquem que isso (a mudança que foi comunicada) não é verdade. Nesse estágio o indivíduo tem dificuldade de aceitar a mudança e cria bloqueios, na esperança que tudo vai ficar do jeito que era antes. O indivíduo tenta se desviar do assunto, fugindo da realidade e esperando que passe rápido e nada mude, sempre negando que alguma coisa mudou.

Frustração – Reconhecimento que algo ficou diferente, podendo levar ao sentimento de revolta (porque isso aconteceu comigo?). Nessa etapa a negação se transforma em raiva.

Depressão – Mal humor e falta de energia. Nesse estágio o indivíduo sente que o futuro (depois da mudança concretizada) é incerto e não sabe como ele (ou ela) irá se encaixar no mesmo. Isso causa desmotivação e angústia.

Experimentação – Engajamento inicial com a nova situação. É o momento da adaptação e de deixar de lado a resistência, de testar as novas alternativas e de se conformar com a nova situação gerada pela mudança.

Decisão – É o momento de aprender a trabalhar na nova situação gerada pela mudança e de ter um sentimento positivo, mesmo podendo ter perdido alguma coisa com a mudança.

Integração – É a etapa na curva de mudança onde o indivíduo está novamente estável e integrado a nova situação.

É importante saber lidar com os diferentes estágios da mudança, bem como a manifestação de comportamentos e reações associadas à mudança. Em todas as organizações há uma necessidade de gerenciar com sucesso as  pessoas através de momentos de mudança, a fim de minimizar as perdas de produtividade, engajamento e moral geral.  Nesse sentido, a curva de mudança Kubler-Ross é um modelo que auxilia a navegar através das transições que uma mudança causa nas pessoas, especialmente o sentimento de perda, desde quando a mudança é iniciada até o momento em que se consegue alcançar a meta desejada pela organização.

De modo geral, os líderes nas organizações poderão gerenciar uma mudança tendo em mente duas perspectivas: a individual e a de equipe.

Perspectiva individual – de entender como uma pessoa experimenta e faz a transição através dos vários estágios de mudança e o detalhamento das necessidades da pessoa nesses estágios, permitindo aos líderes gerenciar a mudança de forma positiva.

Perspectiva de equipe – considera a necessidade do estabelecimento de metas e de medir o progresso da equipe durante os momentos de mudança, criando uma união e estabelecendo laços entre os membros da equipe. O gerenciamento do processo de mudança permite que a equipe experimente a mudança de uma maneira positiva e que construa confiança quando ocorrerem novas mudanças no futuro.

Bem, é isso aí, até a proxima!

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