Ao
longo dos anos, diversos autores tem abordado o tema da liderança enfatizando,
principalmente, aspectos como os traços de personalidade dos líderes, o
ambiente que o líder está inserido e os estilos de liderança de cada indivíduo.
A
base teórica sobre liderança é vasta, ganhando cada vez mais importância, uma
vez que muitos buscam conhecer seu significado. Nessa busca é comum separar o
chefe do líder, sendo o primeiro o indivíduo que dá ordens sem guiar sua
equipe, e o segundo a pessoa com a capacidade de inspirar e guiar sua equipe. Não
sei se realmente é possível separar isso na prática. Minha experiência me
ensinou que todo gerente em uma organização – de projeto ou de linha - precisa
ser ou exercer o papel de, dentro de suas atribuições e responsabilidades,
chefe e líder ao mesmo tempo.
Como
dito no início desse texto, as teorias sobre liderança incluem um vasto
material de estudo e discussão, com tópicos como, por exemplo, os chamados
traços de liderança, os estilos de decisão, a liderança situacional, a teoria
do carisma, a teoria da atribuição, a liderança transacional e a liderança
transformacional. Não vamos discutir tudo isso aqui nesse espaço, embora seja
nossa intenção, trabalhando diferentes abordagens, voltar a esse assunto ainda
muitas vezes.
Dessa
vez, vamos falar dos três estilos de liderança de Kurt Lewin, um psicólogo que liderou
uma pesquisa em 1939 e identificou o que chamou de estilos de comportamento de
liderança em um artigo do Journal of Social Psychology. Esses estilos foram batizados de autoritário,
participativo e delegativo. Aproveitaremos também para mencionar alguns
exemplos de líderes de nosso tempo que se encaixariam nos estilos criados pelo citado
autor.
Estilo Autoritário
Também
chamado de estilo autocrático. É
aqui que os líderes definem as metas, prazos e métodos enquanto tomam decisões
por conta própria, com pouca consulta a outros. Aqui, o líder geralmente não se
envolve no trabalho do grupo e é menos provável que tome decisões criativas sob
esse estilo de liderança. No entanto, é uma maneira decisiva de liderar e pode
se adequar a decisões de alto risco e curto prazo. Lewin observou que os
líderes que adotam esse estilo podem ser vistos por outros como ditatoriais e tendem
a ficar presos em um modo de comportamento.
Elon
Musk – É um dos CEOs e empreendedores mais influentes do mundo atualmente, liderando
empresas como a fabricante de automóveis Tesla e a agência de exploração
espacial SpaceX. Um líder a quem se atribui ter estabelecido padrões
excepcionalmente altos para seus comandados, combinando autoritarismo com uma
abordagem visionária, com capacidade de fazer as pessoas acreditarem em sua
visão. Musk entende o benefício de orientar seus funcionários para criar uma base
sólida de liderança para a empresa.
Bill
Gates – O principal líder e fundador da Microsoft, sendo também um grande
filantropo, a quem se atribui ter um estilo de liderança que pode ser
considerado autoritário. Como visionário, ele conseguiu fazer uma das
contribuições mais importantes e úteis na indústria de computadores: A visão de
que todos os lares americanos deveriam ter um computador em casa, e isso
realmente aconteceu. Além disso, Gates tem o sonho de conseguir erradicar a
pobreza global até o ano de 2030. Para esse sonho só faltam 10 anos e, nesse
momento de nossa história, não parece ser um sonho que se torne realidade. Quem
viver, verá!
Estilo Participativo
Também
chamado de estilo democratico. É
aqui que o líder expressa suas prioridades e valores ao estabelecer metas e
tomar decisões, mas também participa do trabalho do grupo e aceita conselhos e
sugestões de colegas. No entanto, o líder toma a decisão final. Esse estilo
pode ser melhor que o estilo autoritário quando se precisa trabalhar em ambientes
de inovação, que necessitem de criatividade para encontrar a solução de
problemas, fazendo sentido adotá-lo em situações competitivas e não
emergenciais.
Muhtar
Kent - Foi CEO e presidente do conselho da Coca-Cola, a quem se atribui uma
reputação de buscar informações de outras pessoas sobre as principais decisões.
Kent tem um estilo inclusivo que reflete seu compromisso com a diversidade. É
tão comprometido com a melhoria de processos gerenciais e eficiências de
fabricação quanto com o trabalho em equipe. Ele subiu a escada corporativa, em
parte, dobrando a produção de operações de engarrafamento da Coca-Cola. Como
CEO, Kent construiu equipes de gerenciamento colaborativo para lidar com o
lento crescimento das vendas e enfrentou desafios de concorrentes globais,
refletindo uma mistura de estilos autocráticos e democráticos.
Jeff
Bezos - Fundador e proprietário da Amazon a quem se atribui que prosperou ao ajustar
todos os três modelos de liderança de Lewin. Começou na Amazon com um estilo
basicamente delegativo (ver no próximo destaque) mantendo-se, entretanto, como o
árbitro final de todas as decisões-chave. Bezos recrutou muitos programadores
de computador veteranos e rapidamente implementou um modelo de liderança
democrática / participativa. Hoje, a Amazon vende tudo o que se possa imaginar,
incluindo serviços em nuvem e armazenamento de segurança de big data. A Amazon
é necessariamente autocrática por causa de seu compromisso com o atendimento
pontual ao cliente. No entanto, em sua essência, a empresa mantém seus valores
democráticos entre seus executivos, chefes de divisão e diretores de projetos.
Bezos teria dito que: "Acredito firmemente que os missionários (funcionários que trabalham em função de sua
missão na empresa) fabricam produtos melhores. Eles se importam mais. Para
um missionário, não se trata apenas de negócios. Tem que haver um negócio, e o
negócio tem que fazer sentido. Mas não é por isso (apenas pelo negócio) que você faz isso. Você faz isso porque tem
algo significativo que o motiva".
Estilo Delegativo
Também chamado de estilo Laissez-Faire. O estilo delegativo
significa que o líder cede a responsabilidade pelos resultados ao grupo. Ele ou
ela permite que eles estabeleçam metas, decidam sobre os métodos de trabalho,
definam os papéis dos indivíduos e estabeleçam seu próprio ritmo de trabalho.
Pode funcionar bem desde que o grupo compartilhe a mesma intenção geral do
líder e se ele / ela confia em todos os membros do grupo. Um estilo de liderança em que um líder
transfere o poder de tomada de decisão para um ou mais funcionários, mas
permanece responsável por suas decisões.
Warren Buffet – Um líder a quem
se atribui que procurou cercar-se de pessoas que – ele sabia - poderiam executar suas tarefas de maneira criativa e
adequada sem a ajuda dele, só intervindo quando necessário para corrigir uma
situação desfavorável, sem mencionar que ele permitia que erros acontecessem
para que seu pessoal pudesse aprender com eles.
No entanto, para se tornar
bem-sucedido em uma era de relatórios diários de métricas de produtividade, os
líderes que usam o estilo delegativo devem estabelecer marcos para sua equipe,
o que significa que tais marcos não podem mais ser completamente dispensados. Isso
obriga, de certa forma uma adaptação, fazendo com que os líderes modernos do
laissez faire acompanhem os resultados e se mantenham no topo dos problemas,
observando o desempenho individual e o desempenho em grupo, dando crédito onde
é devido e incentivando a
responsabilidade entre os indivíduos.
Bem, é isso aí, até a próxima.
Referência: Lewin, K.; Lippitt, R.; White, R.K.
(1939). Patterns
of aggressive behavior in experimentally created social climates. Journal of
Social Psychology 10:
271–301.
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