Os
problemas causados pela empresa norte-americana Facebook, de Mark Zuckerberg, a
levaram a virar alvo de processos na Justiça de vários países, inclusive no
Brasil. A lista de pessoas reclamando da gigante das redes sociais também não é pequena. A
empresa foi condenada a pagar milhões em multas. Além disso, através do jeito
Zuckerberg de ser, o Facebook fez vários pedidos de desculpas. Mas será mesmo que o Facebook é uma empresa
do mal?
Em
matéria de dezembro de 2018, o jornal britânico The Guardian apontava para os problemas
do Facebook com a privacidade do usuário:
•
Uma pessoa apresentou uma denuncia em março/2018 que tratava da coleta indevida de dados pessoas
do Facebook pela empresa Cambridge Analytica, envolvendo 50 milhões de pessoas,
com o propósito de direcionar os usuários a anúncios políticos. Após
cinco dias de silêncio, Mark Zuckerberg pediu desculpas pelos "erros"
de sua empresa.
• Um bug em junho/2018 causou uma
falha que tornou publicas as postagens de 14 milhões de usuários que deveriam
ser privados. Erin Egan, diretor de privacidade do Facebook, pediu
desculpas pelo "erro" e disse que a empresa havia corrigido a falha.
• Hackers
conseguiram acessar e roubar
informações pessoais em milhões de contas afetadas por uma violação de
segurança. O Facebook acreditava inicialmente que 50 milhões de usuários
tinham sido afetados por esse ataque que dava aos hackers o controle dessas
contas.
•
Mark Zuckerberg enfrentou acusações em um processo movido pela empresa de
software Six4Three em maio/2018 de que ele "armava" (permitia com um esquema
fraudulento) a capacidade de acessar dados do usuário. A empresa
rejeitou todas essas alegações e fez repetidas moções para que o caso fosse
julgado improcedente. Foi nesse mesmo processo que o parlamento do Reino Unido
obteve documentos de uma ação extraordinária (correndo em um tribunal da
California/EUA) que responsabilizava o Facebook e Zuckerberg. Os documentos tinham sido selados
por esse tribunal da Califórnia, e os advogados do Facebook e o juiz do caso
criticaram a equipe jurídica da Six4Three por entregar os tais documentos
confidenciais.
• Acontece que esses documentos revelaram
que a equipe do Facebook discutiu a venda de acesso aos dados do usuário para
anunciantes em 2012 antes de decidir restringir esse acesso dois anos depois. Os documentos também levaram o Facebook a
finalmente concordar com uma audiência em frente à Câmara dos Comuns (Reino
Unido), realizada em novembro. O Facebook enviou um representante, o
ex-deputado liberal democrata Richard Allan. Durante horas de interrogatório,
foi revelado que um engenheiro havia avisado a empresa em 2014 que usuários
aparentemente baseados na Rússia estavam coletando grandes quantidades de dados
todos os dias. Um
porta-voz da empresa posteriormente comentou que o assunto foi investigado
adequadamente e considerado não violação de dados.
•
Em março/2018, os usuários
perceberam que a empresa havia coletado mensagens de texto e registros de
chamadas telefônicas por meio de aplicativos para smartphone sem o
consentimento deles. O Facebook emitiu imediatamente uma “verificação de
fatos”, alegando que “as pessoas têm que concordar expressamente em usar esse
recurso” e “o upload dessas informações sempre foi aceito apenas”. Mas a
"verificação de fatos" não reconheceu que algumas telas de
notificação anteriores não avisavam aos usuários que o histórico de chamadas e
texto seria enviado.
• Isso levou a uma ação coletiva alegando que, ao fazer isso, o Facebook “apresenta vários erros, incluindo invasão de privacidade, monitoramento indevido e possíveis ataques a comunicações privilegiadas”. O Facebook disse que pede permissão dos usuários para ativar o recurso que dá acesso aos registros de chamadas.
• O
Facebook disse que parou de conceder aos desenvolvedores de aplicativos
terceiros acesso aos dados dos usuários em 2015. Mas o Wall Street Journal informou em junho que a empresa
continuava compartilhando os dados dos usuários com os desenvolvedores de
terceiros, mesmo após a data em que os executivos alegaram que a prática
pararia. Os funcionários do Facebook confirmaram esta reportagem.
Mais recentemente, em outubro de 2019, matéria publicada pelo jornal The Washington Post, dizia o seguinte:
“Enquanto os líderes de
direitos civis se preparavam para um evento da prefeitura em Atlanta, no mês
passado, com Sheryl Sandberg, a segunda no comando do Facebook, houve um grande
otimismo de que os funcionários da empresa abordariam questões que eram preocupações
de longa data sobre o racismo na plataforma. Próximo ao topo dessa lista de
preocupações estavam as mensagens
de supressão de eleitores (ações destinadas a desencorajar ou impedir que
as pessoas votem) que inundaram o Facebook durante as eleições presidenciais de
2016 e, os líderes dos direitos civis temiam que isso ocorresse novamente
quando outra temporada eleitoral estivesse surgindo. Mas quando começaram a
chegar a Atlanta para o evento de 26 de setembro, essa esperança se tornou ultrajante quando líderes
de direitos civis descobriram que o Facebook havia anunciado o que muitos agora
chamam de "isenção de Trump" - significando a regra que permite que
qualquer político fique livre para mentir em anúncios ou posts gratuitos, sem
consequências.
Embora o Facebook tenha retratado essa
decisão como refletindo os ideais de discurso político irrestrito do país, os
líderes de direitos civis dizem que veem outro valor emergente nos cálculos do
Facebook: a busca irrestrita de lucrar com publicidade política. "O
único princípio são os negócios como sempre (business as usual) e tentar encher
o bolso", disse Arisha Hatch, vice-presidente da Color of Change, um dos
vários grupos de direitos civis que mantinham contato regular com Sandberg e
outros funcionários da empresa. "Não existe uma posição de princípios que
as pessoas possam adotar que permita que elas se comportem na plataforma à
medida que os supressistas de eleitores se comportam em nosso país há
décadas".
A internet é o espaço para a ampla
manipulação e propaganda.
E como funciona a propaganda na internet? Uma das respostas é óbvia: agindo de
forma eficaz e eficiente para encontrar técnicas narrativas que irão atrair as
pessoas e influenciá-las. O êxito, no fim, depende sempre da resposta das
pessoas. Os trolls
são uma das fontes de desinformação na internet. São perfis falsos que
difundem automaticamente informação, espalhando-a em redes e provocando
distribuição viral.
Uma fábrica de trolls cria contas
com perfis falsos de pessoas que não são pessoas reais. Essas contas falsas são
geridas por uma pessoa (que trabalha nessa fábrica de trolls) que é paga para o
fazer. Os trolls
trabalham e fazem campanhas de desinformação nas redes sociais, principalmente
no Facebook.
O garoto Mark continua o
mesmo! É isso aí, até a próxima.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Inclua seu comentário: