Aqui
temos mais três exemplos que mostram que, no mundo corporativo, os fins
justificam os meios. Note que você, o cliente que compra e usa os produtos e serviços, não interessa ... E eu estou sendo educado!
Antes de iniciar a leitura tenha certeza que eu não sou
tecnofóbico, ou contra a tecnologia e muito menos contra qualquer empresa. Eu sou contrário aos métodos duros e
agressivos que as grandes corporações usam para alcançar seus objetivos, sem se
importar com nada ou ninguém. Para mim, parecendo ingênuo ou não, os fins não
podem justificar os meios. As pessoas não devem ser esquecidas, desconsideradas e desrespeitadas. O ponto aqui é questionar o que se faz com a
tecnologia e não a tecnologia em si.
Lavatórios Menores e Lucros
Maiores
De acordo com matéria do jornal Folha
de São Paulo, de 25 e dezembro de 2016, as empresas áreas norte-americanas
resolveram diminuir o tamanho dos lavatórios nas suas aeronaves para aumentar a
quantidade de passageiros por voo e, em consequência, seus lucros. Essa ação de
instalar banheiros menores foi iniciada em 2013 e desde então as reclamações
dos passageiros começaram, com relatos sobre problemas de segurança (com dedos
machucados, esbarrões e pessoas atingidas) em função da dificuldade de se mover
dentro de tais sanitários. A matéria da Folha de São Paulo relata que os
usuários reclamam e as empresas áreas dizem, simplesmente, que “a pesquisa
dos consumidores não mostrou queixa significativa sobre o tema”. Uns tremendos caras
de pau!!!
UBER e seus carros sem motorista
Eu considero que a segurança é muito importante
quando se trata de carros e da loucura do trânsito, considerando que o Brasil é
quarto pais com mais mortes no transito na America, segundo dados da
Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgados em maio de 2016. Acho que é
nosso dever lembrar que, ainda de acordo com a OMS, mais de 1,25 milhão de pessoas morrem por ano vítimas
de acidentes de trânsito em nosso planeta.
Bem, mas o que isso tem a ver com a
empresa Uber? O Uber usa seus famosos aplicativos nas cidades pelo mundo, mas
não é essa a ideia para um futuro próximo. Eles desejam usar veículos sem motorista
e estão fazendo um grande esforço para transformar esse objetivo em realidade.
Todavia, parece que há ainda um longo caminho a percorrer. Segundo matéria do
jornal britânico The
Guardian, de 22 de dezembro de 2016, o Estado da Califórnia obrigou a
empresa Uber a retirar seus veículos auto-dirigidos (sem motorista) das estradas,
cancelando o polêmico programa piloto da empresa na cidade de São Francisco,
depois de uma semana de relatos de violações de trânsito e problemas de
segurança. A Uber, que havia dito anteriormente que sua rejeição dos
regulamentos governamentais era "uma importante questão de
princípio", confirmou que parou seus testes declarando que “estamos agora
olhando para onde podemos reimplantar esses carros, mas permanecemos 100% comprometidos
com a Califórnia e vamos redobrar os nossos esforços para desenvolver regras
operacionais".
Como uma empresa pode declarar que
rejeita os regulamentos do govêrno como sendo uma importante questão de
princípio? Talvez você leitor esteja pensando que eu errei a tradução do artigo
do The Guardian, mas não é nada disso. A tecnologia dos veículos auto-dirigidos
irá mudar o nosso modo de vida e as regras sobre como essa inovação irá
funcionar de fato no mundo real ainda estão sendo escritas. Por outro lado a
Uber parece que enrola ao dizer que está comprometida com a Califórnia. Mas,
comprometida como? Isso não está muito bem explicado.
Para aqueles que ainda não entenderam,
a Uber não é apenas um aplicativo da Internet que promete transporte mais barato para o
consumidor. A Uber, uma empresa de US$50 bilhões, parece não se importar com violações das leis
vigentes e não está nem aí para a segurança dos usuários. Afinal, vale tudo
quando se está em uma frenética corrida tecnológica. A meta é usar veículos sem
motorista, driblar as responsabilidades relacionadas ao transporte de
passageiros, com mudanças e ajustes na legislação, aproveitando a enorme
redução de custos que isso representa e, naturalmente, ganhar muito dinheiro.
Spotify impondo a renuncia ao sigilo bancário
Mas, como assim? Uma empresa não pode
impor aos usuários de seus serviços que renuncie ao sigilo bancário. Isso não é
ilegal? Sim, com toda a certeza, mas a empresa Spotify parece não se importar!
Segundo matéria do jornal O Estado de São Paulo, publicada
em 22 de dezembro de 2016, o serviço de streaming de música Spotify está
provocando a ira dos usuários no Brasil, depois de lançar uma nova versão de sua política de privacidade, segundo o
qual a empresa impõe que o usuário "renuncie expressamente aos seus
direitos previstos nas leis de sigilo bancário". Segundo a empresa, ao
concordar com o texto, o usuário abre mão do sigilo bancário em relação ao
Spotify, qualquer empresa do mesmo grupo, parceiros de negócio e prestadores de
serviço da empresa. A cláusula é abusiva e, com base no Código de Defesa do
Consumidor, seria considerada nula pela Justiça, numa eventual disputa
judicial. Ao incluir a imposição de renúncia ao sigilo bancário, o Spotify não
esclarece porque essa condição é importante para a prestação do serviço, mas
tudo indica que o objetivo é usar essas informações para fins comerciais.
Como se vê é tudo por dinheiro! A
tecnologia é apenas um habilitador. Aqui você viu apenas três exemplos, mas o
nosso mundo está cheio deles. Bem, é isso aí!
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