Abelhas são incrivelmente organizadas, trabalhando incansavelmente
para o bem da colmeia. Elas fazem isso porque são geneticamente criadas para tal
e seguem sua programação sem dúvida, questionamento ou culpa. Elas seguem o caminho
que lhes foi traçado desde seu nascimento. As pessoas não são abelhas e é
difícil lidar com elas.
O
ser humano é complicado, certo? Certíssimo. Como pode alguém, em 2016,
concorrendo ao cargo mais importante do planeta, ou seja, o de presidente dos
Estados Unidos da America, fazer comentários grosseiros e vulgares sobre a
própria filha, criticando-a por “ter relações sexuais com mulheres durante seu
ciclo menstrual”? Esses comentários sobre as
mulheres fazem a imprensa norte-americana citar essa pessoa como um homem com
tendências à misoginia, ou seja, alguém com ódio ou aversão às mulheres.
Estamos falando do Sr. Trump, candidato do partido republicano. Me parece
que é o que ele pensa. Mas não é só isso. Basta prestar atenção às declarações
do Sr. Trump e verificar que ele não gosta de negros, hispânicos
e nem de estrangeiros, especialmente os mais pobres, que propôs construir um
muro para separar os Estados Unidos do México (e que enviaria a conta para os
mexicanos pagarem), que afirmou que um militar americano morto em combate não
deveria ser considerado herói, e tantas outras bobagens. Ele joga na mesa do
debate político fortes sinais de intolerância e preconceito e oferece em troca
os empregos que os americanos tanto anseiam. Apesar da história ter mostrado,
em diferentes partes do mundo, exemplos de que esse tipo de liderança não
produz bons resultados, há gente que concorda com ele. O resultado das urnas
nas próximas eleições norte-americanas nos dirá se esses são ou não a maioria.
Martin Luther King disse que aprendemos a
voar como pássaros e a nadar como peixes, mas não aprendemos a conviver como
irmãos.
Vivemos
em tempos de ódio, desconfiança e intolerância, presente em todas as partes.
Com frequência recebemos notícias sobre ataques homofóbicos nas cidades
brasileiras, mostrando que há grupos que não aceitam as diferenças de religião,
cor da pele, opção sexual e tantas outras que nos distinguem como raça humana.
Mas não é só por aqui que isso acontece. Em setembro/2016, foi noticiado na
Inglaterra que uma mulher teve seu hijab
puxado para baixo por um homem. O ataque, que ocorreu em uma
movimentada rua de Londres, foi motivado por intolerância racial. A vítima, de
20 anos de idade, não se feriu, mas ficou chocada e angustiada pelo que
aconteceu, conforme foi informado pela polícia. Esse
tipo de perseguição contra as mulheres, por diferentes motivos e desculpas, já
acontece há muito tempo. As fotos abaixo falam por si só!
Um homem de 46 anos encontrou R$ 11 mil dentro de um envelope e
decidiu devolvê-lo ao dono, um empresário de Ji-Paraná (RO). Segundo
Francisco Claudio, que está desempregado há 5 meses, toda história começou no
dia 13 de maio, quando ele ficou sabendo por meio da TV local que um
comerciante havia perdido mais de R$ 10 mil em uma avenida. Ao saber da
informação, o homem foi ao endereço para tentar encontrar o envelope. “Fiquei
pensando como o dono estava se sentindo e isso me motivou a procurar o dinheiro
para devolver”, afirmou ao portal G1.
Agora, em matéria de cara de pau temos um vizinho que
parece imbatível. Deu no website da revista
Veja o seguinte: “No dia em que o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, recebeu o Nobel
da Paz, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, criou
um Prêmio da Paz ‘alternativo’, em homenagem ao antecessor Hugo Chávez, e
anunciou o vencedor: o mandatário russo Vladimir Putin”. Inacreditável!!!
Agora, aqui entre nós, a quem ele quer enganar?
Mas ainda temos mais um
“torpedo” vindo da Inglaterra. Foi anunciado que o governo abandonou seus planos de forçar as empresas a revelar
quantos funcionários estrangeiros tinham, em face da condenação generalizada e
de acusações de que essa política era semelhante a tatuar trabalhadores
"com números em seus antebraços". Eles estavam pensando nisso mesmo?
Fala sério! Os nazistas, literalmente, fizeram isso com os judeus, nos campos
de concentração. Fontes do governo britânico disseram que a informação seria
confidencial, usada para identificar as competências disponíveis e não para
envergonhar as empresas que dependem de trabalhadores estrangeiros. Parece
coisa do "Grande Irmão", do livro 1984 de George Orwell. Que direito
eles acham que tem pra se meter na vida dos outros? O jornalista, ensaísta e
romancista britânico George Orwell publicou o livro 1984 no ano de 1949. O
livro denunciou as mazelas do totalitarismo e tornou-se um dos mais influentes
romances do século 20.
Mahatma Gandhi afirmava que
a força não provêm da capacidade física. Provêm de uma vontade indomável. E
ensinava que nas grandes batalhas da vida, o primeiro passo para a vitória é o
desejo de vencer. E que o futuro dependerá daquilo que fazemos no presente.
Um
gari, que recebe menos de dois salários mínimos para trabalhar oito horas por
dia, seis dias por semana, deu uma prova de honestidade e nobreza. Enquanto varria as ruas de Uruguaiana (649 km
de Porto Alegre), na fronteira oeste do Rio Grande do Sul, ele achou um cheque,
em branco e assinado. Mais que depressa, o rapaz de 25 anos, pai de dois filhos,
fez o que deveria ser natural a qualquer pessoa: devolveu ao dono.
Um taxista de Brasília encontrou dois mil
dólares em notas de 50 dentro de uma mochila deixada por um passageiro no
banco de trás do carro. O condutor, Maurício Quirino, conta que não hesitou em
devolver a quantia para o dono, que havia embarcado no táxi, no aeroporto, na
noite anterior. Taxista há 30 anos, Quirino relata que deixou o
passageiro, um homem, segundo ele, bastante sério, na Octogonal. A corrida
custou R$ 40.
Eu
não poderia deixar de citar a entrevista do professor Clovis de Barros Filho à revista Isto
É, cuja chamada foi: “Hoje, há uma espécie de proliferação
da canalhice”. O professor Barros Filho afirma que “do ponto de vista de ganhos
e perdas, toda vitória do canalha é negativa. O benefício obtido pelo canalha
não compensa o prejuízo que a canalhice acarreta junto aos demais. Toda
iniciativa canalha, tomando para si patrimônio público é contabilizada como
prejuízo. É uma perda social ininterrupta e despotencializada, fragilizada pelo
triunfo de dois ou três. Estamos assistindo uma transformação da sociedade
brasileira que parece mais consciente da necessidade de buscar soluções do que
procurar repetir iniciativas canalhas”.
Nelson Mandela acreditava que ninguém nasce odiando outra
pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para
odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, elas podem
ser ensinadas a amar.
Como é difícil sobreviver nos dias de hoje, no
meio de tanto ódio, preconceito e medo! Ou talvez seja melhor dizer que ainda
vivemos em uma selva, um verdadeiro inferno selvagem, que sempre esteve
presente, e no qual a sobrevivência continua sendo muito difícil. Ou ainda
melhor, talvez devêssemos copiar Sartre (filósofo Frances, 1905-1980) e
concluir que o inferno são os outros, idiotas de plantão que nos irritam com
sua canalhice. O leitor atento notou alguns bons
exemplos que apareceram nesse texto. Isso porque, apesar de tudo, sim, há ainda
bons exemplos que nos orgulham de pertencer a raça humana.
Não é possível, simplesmente, se livrar dos outros.
Como fazer isso se vivemos coletivamente em sociedade? O ser humano é realmente
complicado e isso torna a relação com as pessoas um sério desafio. Portanto,
ter as ferramentas que possibilitam lidar com as pessoas, que nos ajudam a
conviver com seus defeitos e também com suas virtudes, é uma parte crítica que
aumenta as chances de solução dessa equação complicada. E tudo começa com as
nossas escolhas, sobre quem são nossos amigos e colegas. Sim, os colegas nem
sempre podemos escolher, mas devemos saber identificar quem é quem! Bem, é isso
aí. Até a próxima.
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