A gestão de aquisições em projetos
trata de um conjunto de processos relativos a obtenção de bens e serviços de
empresas externas que serão usados no projeto. Isso refere-se especificamente a
relação entre duas entidades bastante conhecidas e que exercem papéis muito bem
definidos: compradores e fornecedores.
Os projetos são implementados,
basicamente, por e para empresas que, principalmente, por conta de suas
operações, possuem áreas encarregadas em tratar com fornecedores e realizar
suas compras, como parte do seu planejamento e controle da cadeia de
suprimentos. Por outro lado, a importância relativa das áreas de compras nas
organizações vem aumentando sobremaneira, sendo possível observar em muitas
delas, os antigos setores de compras operacionais, encarregados apenas de
processar requisições, sendo, pouco a pouco, transformados em grandes
departamentos de suprimentos, com importância estratégica e poder de decisão.
Tendo isso em mente, podemos
afirmar que, se o projeto necessita comprar bens e serviços de uma empresa
terceira, na maior parte das vezes o gerente de projeto não fará isso por conta
própria. Ele ou ela deverão estabelecer um plano de aquisições para o projeto devidamente
alinhado com as normas, regras e métodos de trabalho estabelecidos pela área de
suprimentos da empresa (chamada de aquisição centralizada). Em linguajar de
projetos, isso significa levar em conta os chamados ativos de processos
organizacionais, que incluiem os processos, regras, diretrizes e procedimentos
da organização para realizar o trabalho. Se um projeto é implementado numa
organização, nada mais natural que o mesmo seja influenciado pela forma, regras
e métodos pelos quais essa organização opera, e o mesmo vale para a área de
suprimentos.
Para KEELLING (2008), quando a
responsabilidade pelas compras da organização é dividida entre o pessoal do
projeto e a área de suprimentos centralizada, o conflito de prioridades pode
frustar a liberdade de ação do gerente de projetos e ser altamente prejudicial
à eficiência. Nesse ponto, vale mencionar que há vantagens e desvantagens na
aquisição centralizada, como veremos no decorrer desse post.
A importância da Área de Suprimentos
As áreas de suprimentos nas
organizações tem assumido um papel cada vez mais estratégico, na medida em que concentram
seus esforços em ações de longo prazo que incluem o desenvolvimento de
fornecedores e a redução de custos de pacotes de compras, ao invés de somente tratar
cada requisição individual de compras de forma isolada (ALTO, PINHEIRO e ALVES,
2009). A figura 1, mostra o envolvimento da área de suprimentos nos diferentes
níveis de decisão da organização; a saber: operacional, tático e estratégico.
Figura 1: Envolvimento da Área de Suprimentos nos Níveis de Decisão da
Organização (Fonte: BAILY, 2000)
Além disso, destacam-se as atividades
voltadas ao estabelecimento e desenvolvimento de relacionamentos com os
fornecedores, dentro de uma abordagem pró-ativa do processo de compras visando
à melhoria das operações da empresa em todos os níveis. Segundo BAILY (2000), a
compra pró-ativa possui grandes diferenças em relação a compra tradicional,
principalmente no que se refere à atividades de longo prazo. Algumas destas
diferenças entre a compra reativa (paradigma tradicional) e a compra próativa estão
descritas na Tabela 1.
Tabela 1: Compra Reativa x Compra Pró-ativa (Fonte: BAILY, 2000)
Vantagens e Desvantagens da Aquisição Centralizada
É fato que as chamadas boas práticas de aquisições aumentam a
rentabilidade das empresas, através da obtenção de, por exemplo, descontos por
volume contratado, minimização de problemas no fluxo de caixa e seleção de
fornecedores de maior qualidade (XAVIER, 2007).
Tabela 2: Vantagens e Desvantagens da Aquisição Centralizada (Fonte:
XAVIER, 2007).
Tabela 3: Vantagens e Desvantagens da Aquisição Descentralizada (Fonte:
XAVIER, 2007).
Nas tabelas 2 e 3 são apresentadas as vantagens e desvantagens da aquisição
centralizada e descentralizada.
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Referências Bibliográficas:ALTO, C. F. M.; PINHEIRO, A. M. e ALVES, P. C. “Técnicas de Compras - Série Cademp”. Rio de Janeiro: FGV, 2009.
BAILY, P. FARMER, D., JESSOP, D. “Compras –
Princípios e Administração”. 8ª. Edição. São Paulo: Atlas, 2000.
KEELLING, R. “Gestão de projetos: uma abordagem
global”. São Paulo: Saraiva, 2008.
XAVIER, C. M. da S., WEIKERSHEIMER, D., LINHARES,
J. G.,DINIZ, L. J. “Gerenciamento de Aquisições em Projetos”. Rio de Janeiro:
FGV, 2007.
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