A KPMG, uma das empresas de consultoria
mais importantes do planeta, publicou em sua revista KPMG Business Magazine,
de março de 2013, artigo sobre um interessante estudo a respeito da gestão por
processos e sua aderência nas empresas brasileiras. O estudo Benchmarking -
Área de Processos & Projetos Corporativos, realizado pela KPMG no Brasil, analisa
empresas de diferentes segmentos e mapeia, em detalhes, as principais
características, dificuldades e benefícios da atividade. Abaixo, apresentamos
alguns trechos desse artigo.
“A palavra de ordem no cenário
nacional é competitividade. Portanto, encontrar mecanismos que reduzam erros e
possibilitem a obtenção dos resultados planejados é um imperativo no mundo
corporativo. Aos poucos, mas de forma progressiva, as empresas começam a ver as
áreas de processos e projetos como essenciais para atender aos objetivos estratégicos,
especialmente em tempos de grande expansão econômica. Mas há um longo caminho a
ser percorrido. Muitas organizações ainda têm dificuldades em implementar todas
as etapas e obter o melhor desempenho.
Um dos principais resultados da
pesquisa mostra que apenas 14% das empresas pesquisadas adotam a gestão por
processos e 29% optam pela gestão matricial. A maioria (57%) tem uma gestão
funcional, gerenciando seus processos de forma transversal. Isso pode
dificultar que as companhias tenham uma visão do processo do começo ao fim, assim
como prejudica a definição de responsabilidades. Neste tipo de estrutura, o
foco está nos recursos e na cadeia de comando e não no relacionamento primário
cliente-fornecedor.
O levantamento aponta que, em 29%
das empresas, a área de processos se reporta à área de controles internos,
enquanto em outros 29% das companhias o reporte é com a diretoria criada
especificamente para cuidar de processos e 28% se relacionam com a diretoria
financeira. Apenas 14% delas se reportam à vice-presidência.
Em qualquer organização, os
trabalhos são realizados por pessoas que devem conhecer quais são suas
atribuições e resultados esperados. No entanto, em apenas 43% das companhias
estudadas os processos são totalmente formalizados. Em 28% não há qualquer
formalização e em 29%, ela é apenas parcial.
Todas as empresas pesquisadas
afirmam utilizar textos descritivos, power point e planilhas eletrônicas na
documentação dos processos. Em contrapartida, poucas utilizam ferramentas de
BPM (Business Process Management) para viabilizar a atualização contínua dos
processos. Quanto à medição e monitoramento de desempenho, 43% das organizações
não adotam nenhum procedimento com essa finalidade, o que pode impactar no
processo de identificação de possíveis inconsistências ou oportunidades de
melhoria no desempenho.
A segunda parte do levantamento
da KPMG abordou apenas a área de projetos, cuja estrutura geralmente reflete a
cultura organizacional e influencia a maneira como os projetos são conduzidos,
principalmente no que tange à definição de responsabilidades. Metade das empresas
participantes adota uma estrutura projetizada, com um gerente sendo o principal
responsável pelo projeto. Nas demais, a tarefa se divide entre coordenadores/supervisores;
líderes de projetos e os próprios gerentes departamentais. Esse modelo oferece
desvantagens, como a possibilidade de duplicidade do trabalho entre equipes de
projetos diferentes, uso não otimizado dos recursos e incerteza sobre a
alocação dos recursos ao término do projeto.
O estudo revela um bom nível de
alinhamento dos projetos à estratégia da organização, com 67% das empresas
respondendo haver alinhamento total e as demais, parcial. Quanto à demanda
(esforço para gerenciar projetos), todas disseram seguir critérios claros para
definir prioridades. Já o perfil do profissional responsável pela área é bem
variado: metade das companhias disse ter um profissional essencialmente
técnico; 33%, alguém essencialmente generalista e 17%, um profissional prioritariamente
generalista, mas com visão técnica.
De acordo com a pesquisa, 100%
das empresas lançam mão da ferramenta MS Project para dar suporte ao
gerenciamento. Metade também possui software desenvolvido internamente e 67%
contam apenas com um repositório próprio de informações, sem suporte de uma
solução de Enterprise Project Portfolio Management (EPPM). Entre os desafios
para a gestão da área, as organizações apontaram a falta de recursos humanos e
a definição inadequada do escopo como as maiores delas”.
Para ler a revista KPMG Business Magazine na
íntegra, acesse o link: http://www.kpmg.com/BR/PT/Estudos_Analises/artigosepublicacoes/Paginas/BM27.aspx
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