Este post traz a tradução de um artigo publicado na
edição americana do jornal The New York Times, de 10 de maio de 2013, com o
seguinte título: “Sorry, College Grads, I Probably Won't Hire You” (Sinto
muito, graduado, provavelmente não vou contratar você). O autor é o Sr.
McDonald, presidente da empresa PubMatic, da área de comunicação e
marketing interativo. A visão do Sr. McDonald é compartilhada por muitos
empresários e serve de alerta para muitos estudantes e profissionais com curso superior.
“Caros graduados:
O próximo mês vai ser emocionante quando vocês atravessarem este grande marco na sua educação. Aproveitem a pompa e circunstância, os parabéns, e as festas. Mas, quando tudo isso acabar e vocês estiverem prontos para sair pelo mundo, vocês provavelmente gostariam de me conhecer e de outros como eu. Sou o seu próximo patrão potencial dos seus sonhos.
Dirijo uma empresa bacana que cresce rapidamente na área digital, onde o
trabalho é interessante e gratificante. Mas tenho que ser honesto e dar uma má
notícia: provavelmente não vou contratá-los.
Isso não é porque eu não tenha vagas que não precisem
ser preenchidas. Pelo contrário, estou constantemente à procura de novos
colaboradores talentosos, e se alguém com as habilidades certas entrar no meu
escritório, ele ou ela provavelmente não sairá de lá sem uma oferta de emprego
muito atraente. O problema é que as habilidades certas são muito difíceis de
encontrar. E eu sinto muito dizer isso, queridos graduados, mas provavelmente
vocês não têm essas habilidades.
Em parte, isso não é culpa sua. Se você cresceu e
frequentou uma escola nos Estados Unidos, foi educado em um sistema que tem
oito vezes mais times de futebol do que classes avançadas sobre ciência da
computação. As coisas são um pouco melhores nas universidades.
De acordo com um relatório recente, na próxima
década as faculdades americanas formarão 40.000 graduados com diploma de
bacharel em ciência da computação, apesar da economia dos Estados Unidos estar
programada para criar 120 mil postos de trabalho que exigem essa formação. Vocês
não precisam ser grandes matemáticos para fazer as contas: o número de postos
de trabalho é três vezes superior ao número de pessoas qualificadas que teremos
para preenchê-los.
É hora de começar a resolver esta crise. Os Estados
(= os Governos Estaduais) devem
fornecer recursos adicionais para treinar e contratar professores de ciência,
tecnologia, engenharia e matemática, bem como aumentar o acesso para alunos do
ensino fundamental e do ensino médio à tecnologia - de hardware e software -
mais recente.
As empresas, particularmente aquelas que como a minha
dependem fortemente de tecnologia da informação, precisam se juntar a esse
esforço, patrocinando programas que ajudem as escolas a treinar melhor seus
estudantes para o trabalho em uma indústria exigente. Mas, há mais uma peça do
quebra-cabeça que está faltando, e é a única sobre a qual vocês têm mais
controle: vocês mesmo. Eu percebo que vocês já estão envolvidos com muitas
coisas, e que as pressões para encontrar um emprego remunerado são imensas. Mas
prestem atenção a uma coisa, porque seu futuro pode muito bem depender dela: Se
você quiser sobreviver nesta economia, você deve aprender o código e falar a
linguagem dos computadores. Isso não quer dizer que vocês precisem se tornar
programadores geniais, do tipo que invade os computadores da NASA para se
divertir. A codificação nesse altíssimo nível é uma habilidade muito particular
e rara, que a maioria de nós, inclusive eu mesmo, não possue, assim como nós
não possuímos a capacidade atlética para jogar no time de basquete do New York
Knicks. O que nós não especialistas possuímos é a capacidade de saber o
suficiente sobre como esses sistemas de informação funcionam, que nos permite
discutir sobre eles com outras pessoas. Veja este exemplo: Suponha que você
está sentado em uma reunião com os clientes, e alguém lhe pergunta quanto tempo
irá demorar o desenvolvimento de determinado projeto digital. A menos que você
compreenda os fundamentos do que os engenheiros e programadores fazem, a menos
que você esteja bastante familiarizado com os princípios e as maquinações da
codificação para saber como o back-end do negócio funciona, qualquer
resposta que você dê será uma suposição e, portanto, provavelmente estará errada.
Mesmo que o seu emprego dos sonhos seja na área de marketing ou vendas, ou
outro departamento aparentemente não relacionado à programação, eu não irei contratá-lo,
a menos que você possa entender a forma básica como a minha empresa funciona. E
eu não estou sozinho.
Se você quer um emprego em mídia, tecnologia ou
áreas afins, transforme o aprendizado da linguagem básica de computador no seu
objetivo neste verão. Há uma abundância de serviços, alguns gratuitos e outros cursos
a preços acessíveis, que irão ajudá-lo a trilhar por esse caminho. Aprenda o
suficiente da gramática e da lógica das linguagens de computador para ser capaz
de ver o quadro geral. Familiarize-se com as APIs. Se envolva um pouco com
a linguagem de programação Python. Para a maioria dos empregadores, isto
já seria mais do que suficiente. Uma vez que você tenha uma certa familiaridade
com ao menos duas linguagens de programação, comece a enviar currículos.
Então, parabéns mais uma vez em sua realização e
boa sorte para conseguir a sua educação para o mundo real”.
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