Uma
implantação considerada suave e sustentável de um sistema ERP avançado, como o
SAP S/4HANA, não é apenas uma questão de tecnologia, mas também de aceitação do
usuário que é o funcionário da empresa onde o sistema será implantado. A
premissa aqui é a seguinte: existe relação direta entre as atividades de
gerenciamento de mudanças e o sucesso do projeto.
O
gerenciamento abrangente de mudanças é, de fato, um dos fatores críticos de
sucesso para qualquer grande projeto de TI (e, sim, a implantação de um ERP é
um projeto de TI), porque os funcionários da empresa precisam estar envolvidos
durante a transição. Deixando ainda mais claro, a implantação de um ERP é um
projeto de TI em que os funcionários de TI irão participar ativamente,
exercendo seu papel como braço que executa o trabalho, mas é um projeto de TI
que afeta a todos na organização que vão usar o ERP nas suas atividades do dia-a-dia. Em outras palavras, é um projeto de TI, sendo ao mesmo tempo, um
projeto de toda a organização.
Para explicar
melhor esse aspecto, vejamos - por exemplo - um cenário típico de implementação
de ERP, que incorpora aspectos negativos, mas que costuma ocorrer mais do que
as organizações gostariam que ocorresse, tanto que é descrito em livros e
artigos sobre o tema. Esse cenário é típico por já ter ocorrido em muitas empresas
diferentes.
Exemplo –
Durante a implantação de um ERP, o pessoal de TI - que vamos chamar de analistas
e consultores internos e também externos (pessoal subcontratado de empresas
parceiras) - se concentra principalmente em aspectos de engenharia de sistemas,
como a estrutura necessária dos dados mestre, os dados que podem ser retirados
dos sistemas legados (antigos), os relatórios que precisam ser fornecidos, o
conteúdo já incluído como padrão, outros conteúdos que precisam ser programados
separadamente e como definir funções e autorizações no sistema. Na maioria dos
casos, o pessoal de TI e as equipes do projeto só veem o impacto do novo ERP
sobre os futuros usuários, seus processos de trabalho e suas relações de
trabalho pouco antes do novo sistema entrar em operação. Isso é compreensível,
pois foi necessário focalizar nos aspectos relacionados à implementação técnica
do projeto, mas não é correto. O conteúdo do treinamento, mostrando como e
até que ponto o pessoal precisa ser treinado novamente, só é definido quando o
sistema está quase completo. No entanto, muitas vezes isso é tarde demais, gerando
atrasos para que o sistema seja utilizado pelos funcionários de forma correta,
retardando o alcance dos ganhos de eficiência que se pretendia alcançar com a
adoção do novo ERP. Como resultado, a equipe de gerenciamento do projeto só
descobre os ajustes associados a uma mudança do sistema tardiamente, não
conseguindo informar ou preparar seus funcionários em tempo hábil.
Evitar os
erros apresentados no exemplo anterior explica a importância do gerenciamento
de mudanças organizacionais (Organizational Change Management ou OCM) em
projetos de implementação de sistemas ERP. A ênfase aqui é que as atividades de
OCM devem ocorrer desde o início do projeto. Com o SAP Activate, criado para otimizar a
implementação do S/4HANA, não é diferente.
A adoção de práticas
e atividades de OCM ajuda a promover um ambiente com menor resistência dos
funcionários à mudança, e com isso propiciar uma transição suave para a fase de
execução. Efetivamente, o “buy in” do usuário final resulta em adoção mais
rápida das novas soluções e processos, o que é vital para, da mesma forma,
alcançar um ROI mais rápido.
As
atividades de OCM podem ser mapeadas no SAP Activate conforme está apresentado
na ilustração abaixo.
Fases Discover & Prepare: As atividades nesta fase
incluem a apresentação de uma visão geral de todas as atividades de
gerenciamento de mudanças planejadas.
Tarefas: Configurar a equipe OCM e o conceito OCM.
Fase Explore: O objetivo dessa fase é garantir que o OCM
e as mudanças técnicas nos processos de negócios tenham sido identificados e
documentados comparando os processos de negócios atuais e futuros (após as
mudanças).
Tarefas: Analisar e planejar as atividades de OCM
Fase Realize: O objetivo desta fase é
identificar e avaliar outras atividades do gerenciamento de mudanças organizacionais
relacionadas ao plano de execução de OCM.
Tarefas: Entregar e monitorar as atividades de OCM durante
a fase Realize.
Fase Deploy: O objetivo desta fase é
executar as atividades de gerenciamento de mudanças organizacionais
relacionadas ao plano de execução de OCM na fase Deploy.
Tarefas: Entregar e monitorar atividades de OCM
Fase Run: O objetivo desta fase é melhorar continuamente
as eficiências organizacionais por meio do uso expandido da solução e adoção das
novas funcionalidades do sistema.
Tarefas: Executar de forma contínua o OCM
As
funções e responsabilidades da equipe de OCM devem ser claramente definidas.
Além disso, devem ser identificadas as partes interessadas e todos os
funcionários afetados ou capazes de influenciar a transformação digital e que
farão parte da rede de OCM do projeto.
O plano
de gestão de mudanças deve levar em conta aspectos como engajamento das partes
interessadas, comunicação, transição organizacional, aprendizado, efetividade
da mudança e sustentabilidade.
O
engajamento das partes interessadas considera possuir mecanismos adequados para
gerenciar pessoas e grupos que são afetados ou podem influenciar o sucesso de
um projeto de transformação digital (que é o caso do S/4HANA). Isso minimiza a
resistência a mudança e impulsiona a adoção de novas formas de trabalhar. Por
sua vez, a comunicação assegura que as informações serão geradas, coletadas,
distribuídas, armazenadas, recuperadas e organizadas de maneira oportuna e
apropriada. Trata-se de fornecer a mensagem certa para as pessoas certas no
momento certo, dentro de um projeto de transformação digital.
A
transição organizacional trabalha para identificar e gerenciar o impacto da
mudança associada à transformação digital nas partes interessadas. Isso
considera identificar habilidades e funções das pessoas nos processos de
negócios em que operam, e agir para gerenciar comportamentos/cultura de modo a
permitir um processo de transição suave.
O
aprendizado tem por objetivo fornecer treinamento completo ao usuário final
durante todo o processo de transformação, com base em suas funções e
necessidades específicas. Além do mais, a eficácia do OCM engloba todas as atividades
que podem ser aplicadas para medir a eficácia da transformação digital. Ele se
concentra em critérios como prontidão organizacional, adoção e satisfação do
usuário, bem como desempenho do projeto.
Finalmente,
a sustentabilidade é o aspecto que visa estabelecer estruturas organizacionais,
processos, funções e responsabilidades que permitam a organização gerenciar
mudanças de forma contínua.
Bem, é
isso aí, até a próxima!
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