O mundo em que vivemos está em estado permanente de
incertezas e turbulências que provocam mudanças às quais as organizações
precisam responder em um ritmo que parece ter alcançado proporções nunca antes
imaginadas. Sim, isso não é novidade. As organizações precisam se ajustar a
essas mudanças para sobreviver e crescer.
A
gestão de mudanças é um assunto amplo e pode ser aplicado a todos os diferentes
tipos de mudanças organizacionais. Os drivers de mudança mais comuns incluem:
evolução tecnológica, revisões de processos, crises e mudanças de hábitos do
consumidor, bem como pressão de novos negócios, aquisições, fusões e
reestruturação organizacional. Todos eles têm uma característica em comum –
eles afetam as pessoas e seus paradigmas.
Para
que uma organização sobreviva, ela tem de responder às mudanças em seu ambiente,
fazendo os ajustes necessários. Costuma provocar mudanças o lançamento de um
novo produto pela concorrência, de novas leis pelo governo ou de modificações
no comportamento dos consumidores.
É
difícil mudar. Ninguém dá nada de mão beijada. Mudar gera conflitos. As pessoas
têm que aprender a fazer coisas diferentes e lidar com novas tecnologias. Nas
empresas é melhor que a mudança ocorra de forma planejada. Como o sucesso, ou o
fracasso, de uma empresa se deve essencialmente às coisas que seus funcionários
são ou não capazes de realizar, a mudança planejada – que leva em conta novas
tecnologias, processos, relacionamento com clientes e fornecedores - também está
voltada para a mudança do comportamento das pessoas e dos grupos dentro da
organização.
A
gestão de mudança deve auxiliar as organizações a se adaptar as abordagens de
pensamento inovador, expandir sua comunicação para compartilhar sua visão e
construir um rápido alinhamento. Isso já tinha sido detectado pelo PMI em 2017
e registrado no relatório Pulse of the Profession daquele ano, que indicava que
67% dos executivos seniores
consideram a criação de uma cultura receptiva à mudança organizacional como
prioridade alta ou muito alta. Em 2022, já num cenário de pós-pandemia, em que muitas
mudanças claramente perceptíveis no ambiente de trabalho ocorreram, o
percentual de executivos que atribui alta prioridade a criação de uma cultura
receptiva à mudança deve ter aumentado.
A
realidade das mudanças organizacionais no mundo nos mostra que entregar um
projeto dentro do prazo planejado, custo, qualidade e o escopo não é mais
suficiente. A expectativa agora é que os objetivos estratégicos que motivaram o
projeto sejam medidos por metas qualitativas e quantitativas, que exigem
engajamento do componente humano para serem alcançados. Por essa razão, a falta
de uma abordagem de gestão da mudança impacta fortemente no alcance dos
resultados das iniciativas estratégicas.
As
organizações e seus membros resistem à mudança. O lado positivo desse fato é
que ele fornece um grau de estabilidade e previsibilidade ao comportamento,
quando não assume características de aleatoriedade caótica. O lado negativo é que ele dificulta a adaptação e o progresso das organizações.
Para
fins analíticos, as fontes de resistência à mudança podem ser individuais e
organizacionais. No mundo real, tais fontes geralmente se sobrepõem.
As
fontes individuais de resistência à mudança residem em características humanas,
como percepções, personalidades, e necessidades. De forma resumida, as razões pelas
quais os indivíduos podem resistir à mudança são hábitos, segurança, fatores
econômicos, medo do desconhecido e processamento seletivo de informações.
Com medo
do desconhecido, os indivíduos assumem que seu estado atual é melhor do que qualquer
que seja o estado ajustado e modificado pela mudança. Além disso, os indivíduos
costumam processar as informações de forma seletiva. Eles ouvem o que querem
ouvir e ignoram informações que desafiam o mundo que criaram.
Por
sua vez, as principais fontes de resistência organizacional à mudança foram
identificadas como inércia estrutural, foco limitado de mudança, inércia do
grupo, ameaça à expertise, ameaça às relações de poder estabelecidas e ameaça
às alocações de recursos estabelecidas. Muitas dessas coisas já foram
comentadas aqui nesse espaço por mais de uma vez.
Nesses
tempos de transformação digital, muitos de vocês talvez tenham experimento ou
percebido alguns dos aspectos e situações abordadas nesse post. A boa notícia é
que tudo isso é uma excelente matéria prima e pode ser aproveitado no seu TCC. Espero
que vocês tenham gostado desse conteúdo. É isso aí, até a próxima!
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