Demitir uma pessoa no projeto é algo
desagradável. Nossa tendência é adiar esse momento. Quem sabe o colaborador não
mude seu comportamento e melhore seu desempenho? Se isso acontecer não seria
mais necessária a demissão.
E a sensação desagradável pode também surgir
nos casos de equipes que se formam para atuar em novos projetos e que não sabem
o que esperar do gerente de projetos, desconhecido da maioria, que terá a
missão de liderar essa equipe. Esse gerente será muito duro com essa equipe? A
resposta somente virá no futuro.
Como gerente de projetos você deve ser uma
pessoa justa com os membros de sua equipe. Isso será a base sólida do seu
comportamento, que sustentará suas ações para que não hajam arrependimentos.
E de onde vem essa sensação desagradável
mencionada no início desse post? Vem do conflito que existe entre o mestre
facilitador - que auxilia na capacitação da equipe - e o chefe controlador - que
precisa punir quando necessário. O mestre e o chefe são o mesmo ente na pessoa
do gerente de projetos.
Por um lado, como líder, o gerente de
projetos deve capacitar, desenvolver e ensinar os membros da sua equipe. Parece
correto ensinar e ajudar as pessoas com menos experiência, a dar-lhes uma
chance de mostrar seu potencial. Por outro lado, o gerente de projetos precisa
seguir em direção aos objetivos do projeto para, enfim, cumprir seus
compromissos. Dessa forma, o gerente de projetos não pode tolerar desempenhos
baixos, preguiçosos e comportamentos incompatíveis.
Por quê? Porque o baixo desempenho que não
é corrigido e punido é um grande ofensor para o projeto e, evidentemente, para
a equipe. É injusto para os membros da equipe de bom e excelente desempenho que
o baixo desempenho não seja criticado de forma clara. Afinal de contas, para
que serve ser um bom profissional e atuar com excelência no projeto se o
feedback recebido do gerente é o mesmo que é dado para um membro medíocre. Um
gerente de projetos que não critica o baixo desempenho, que não busca orientar
e corrigir comportamentos negativos ou o trabalho mal feito está sendo omisso. Portanto,
o baixo desempenho de um determinado membro da equipe que não é criticado pelo
gerente de projetos é injusto e danoso do ponto de vista dos outros membros da
equipe.
O gerente de projetos precisa estar atento ao desempenho de sua equipe e
isso inclui identificar determinados comportamentos que são claramente
negativos para o projeto.
1. Desempenho
inferior de um membro da equipe
Embora os
motivos que causem o desempenho inferior possam ser diferentes, esse ainda é um
efeito negativo. Isso significa que alguém – um outro membro da equipe que
certamente será capaz de executar o que não foi feito - terá que dar aquele
algo mais e fazer horas extras para recuperar possíveis atrasos ou corrigir
problemas com a baixa qualidade produzida pelo membro com desempenho inferior. O
dano pode ser ainda maior se, apesar do esforço no retrabalho, não seja
possível corrigir os problemas a tempo.
2. Riscos
da baixa motivação e negatividade
Algumas
pessoas são muito negativas. O gerente de projetos precisa identificar esse
tipo de membro da equipe, pois eles (ou elas) sempre têm uma razão para que não
funcione. Esse comportamento negativo tem um impacto direto na motivação dos
outros.
3. Desmotivação
temporária
O que é
diferente do que foi abordado anteriormente. Algumas pessoas estão desmotivadas
por fatores relacionados ao ambiente de trabalho como, por exemplo, conflitos com
colegas, baixa remuneração e falta de reconhecimento. Portanto, são questões
que muitas vezes podem ser corrigidas. Mas, o gerente de projetos precisa estar
atento se seus esforços de correção surtem efeito apenas no curto prazo. Se em
algum tempo a pessoa novamente se desmotiva, e o gerente de projetos identifica
que esse é um padrão de comportamento, será melhor substituí-la.
4.
Sabotagem
Infelizmente
isso pode ocorrer. Um membro da equipe que incita motins – tentando derrubar
trabalhos anteriores, minando a autoridade do gerente de projetos, falando mal do
seu plano ou de sua pessoa para outros - não tem lugar na equipe. Esse é um caso
difícil, uma vez que, geralmente, envole motivações de ordem pessoal e
emocional. O gerente de projetos, simplesmente, não pode permitir isso.
5. Química
inexistente com a equipe
Esse tipo de
situação se enquadra naquelas em que o líder precisa decidir entre duas opções
e nenhuma delas parece ser boa o suficiente. A questão a ser considerada aqui é
que alguns membros simplesmente não se encaixam na equipe do projeto. Embora
possa parecer discriminação (e não deixa de ser mesmo), o gerente de projetos
precisa considerar a idade, as diferenças culturais e as preferências de todo o
grupo. Quando uma pessoa não tem uma visão compartilhada em relação ao trabalho
do projeto, pode ser uma tortura conviver nesse grupo. Mas sabemos que muitas
vezes uma pessoa não é aceita por outras diferenças, como as raciais, religiosas,
sociais, dentre tantas outras que existem em nosso planeta. O gerente de
projetos precisa ser justo e tentar entender o que está acontecendo no grupo e
o que motiva essa inexistência de quimica. O objetivo final de demitir alguém (ou
transferir para outra equipe) é garantir que o resto do grupo possa
funcionar melhor.
E os robôs no futuro? Terão essas maquinas, munidas de inteligência artificial, dificuldade para demitir pessoas? Eu creio que não! Será tudo sem conflitos ou sentimento de culpa, em nome da perfeita e fria eficiência. Bem, é isso aí, até a próxima.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Inclua seu comentário: