domingo, 15 de dezembro de 2019

Como Demitir no Projeto


Demitir uma pessoa no projeto é algo desagradável. Nossa tendência é adiar esse momento. Quem sabe o colaborador não mude seu comportamento e melhore seu desempenho? Se isso acontecer não seria mais necessária a demissão. 


E a sensação desagradável pode também surgir nos casos de equipes que se formam para atuar em novos projetos e que não sabem o que esperar do gerente de projetos, desconhecido da maioria, que terá a missão de liderar essa equipe. Esse gerente será muito duro com essa equipe? A resposta somente virá no futuro.

Como gerente de projetos você deve ser uma pessoa justa com os membros de sua equipe. Isso será a base sólida do seu comportamento, que sustentará suas ações para que não hajam arrependimentos.

E de onde vem essa sensação desagradável mencionada no início desse post? Vem do conflito que existe entre o mestre facilitador - que auxilia na capacitação da equipe - e o chefe controlador - que precisa punir quando necessário. O mestre e o chefe são o mesmo ente na pessoa do gerente de projetos.

Por um lado, como líder, o gerente de projetos deve capacitar, desenvolver e ensinar os membros da sua equipe. Parece correto ensinar e ajudar as pessoas com menos experiência, a dar-lhes uma chance de mostrar seu potencial. Por outro lado, o gerente de projetos precisa seguir em direção aos objetivos do projeto para, enfim, cumprir seus compromissos. Dessa forma, o gerente de projetos não pode tolerar desempenhos baixos, preguiçosos e comportamentos incompatíveis.

Por quê? Porque o baixo desempenho que não é corrigido e punido é um grande ofensor para o projeto e, evidentemente, para a equipe. É injusto para os membros da equipe de bom e excelente desempenho que o baixo desempenho não seja criticado de forma clara. Afinal de contas, para que serve ser um bom profissional e atuar com excelência no projeto se o feedback recebido do gerente é o mesmo que é dado para um membro medíocre. Um gerente de projetos que não critica o baixo desempenho, que não busca orientar e corrigir comportamentos negativos ou o trabalho mal feito está sendo omisso. Portanto, o baixo desempenho de um determinado membro da equipe que não é criticado pelo gerente de projetos é injusto e danoso do ponto de vista dos outros membros da equipe.

O gerente de projetos precisa estar atento ao desempenho de sua equipe e isso inclui identificar determinados comportamentos que são claramente negativos para o projeto.

1. Desempenho inferior de um membro da equipe
Embora os motivos que causem o desempenho inferior possam ser diferentes, esse ainda é um efeito negativo. Isso significa que alguém – um outro membro da equipe que certamente será capaz de executar o que não foi feito - terá que dar aquele algo mais e fazer horas extras para recuperar possíveis atrasos ou corrigir problemas com a baixa qualidade produzida pelo membro com desempenho inferior. O dano pode ser ainda maior se, apesar do esforço no retrabalho, não seja possível corrigir os problemas a tempo.

2. Riscos da baixa motivação e negatividade
Algumas pessoas são muito negativas. O gerente de projetos precisa identificar esse tipo de membro da equipe, pois eles (ou elas) sempre têm uma razão para que não funcione. Esse comportamento negativo tem um impacto direto na motivação dos outros.

3. Desmotivação temporária
O que é diferente do que foi abordado anteriormente. Algumas pessoas estão desmotivadas por fatores relacionados ao ambiente de trabalho como, por exemplo, conflitos com colegas, baixa remuneração e falta de reconhecimento. Portanto, são questões que muitas vezes podem ser corrigidas. Mas, o gerente de projetos precisa estar atento se seus esforços de correção surtem efeito apenas no curto prazo. Se em algum tempo a pessoa novamente se desmotiva, e o gerente de projetos identifica que esse é um padrão de comportamento, será melhor substituí-la.

4. Sabotagem
Infelizmente isso pode ocorrer. Um membro da equipe que incita motins – tentando derrubar trabalhos anteriores, minando a autoridade do gerente de projetos, falando mal do seu plano ou de sua pessoa para outros - não tem lugar na equipe. Esse é um caso difícil, uma vez que, geralmente, envole motivações de ordem pessoal e emocional. O gerente de projetos, simplesmente, não pode permitir isso.

5. Química inexistente com a equipe
Esse tipo de situação se enquadra naquelas em que o líder precisa decidir entre duas opções e nenhuma delas parece ser boa o suficiente. A questão a ser considerada aqui é que alguns membros simplesmente não se encaixam na equipe do projeto. Embora possa parecer discriminação (e não deixa de ser mesmo), o gerente de projetos precisa considerar a idade, as diferenças culturais e as preferências de todo o grupo. Quando uma pessoa não tem uma visão compartilhada em relação ao trabalho do projeto, pode ser uma tortura conviver nesse grupo. Mas sabemos que muitas vezes uma pessoa não é aceita por outras diferenças, como as raciais, religiosas, sociais, dentre tantas outras que existem em nosso planeta. O gerente de projetos precisa ser justo e tentar entender o que está acontecendo no grupo e o que motiva essa inexistência de quimica. O objetivo final de demitir alguém (ou transferir para outra equipe) é garantir que o resto do grupo possa funcionar melhor.

E os robôs no futuro? Terão essas maquinas, munidas de inteligência artificial, dificuldade para demitir pessoas? Eu creio que não! Será tudo sem conflitos ou sentimento de culpa, em nome da perfeita e fria eficiência. Bem, é isso aí, até a próxima.

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