domingo, 11 de junho de 2017

As 5 Lições de “Game of Thrones” para os Gerentes de Projeto

“Game of Thrones” é uma famosa série de televisão da HBO que bateu o recorde de série de drama com a maior transmissão simultânea ao redor do mundo.

Muito já foi dito e escrito sobre a série, comparando a estória e os persagens às práticas da gestão de projetos. Com a proximidade do lançamento da sétima temporada, cuja data prevista de estreia é 16 de julho de 2017, vou aproveitar e comentar uma matéria de Andy Makar sobre as cinco lições de “Game of Thrones” para gerentes de projeto, publicada no blog Liquid Planner em abril de 2015. Certamente tais lições permanecem muito atuais!
Lição no. 1 – Você deve conhecer os jogadores
Andy Makar observa o modus operandi do personagem Lorde Varys, o mestre dos susurros, que trabalha com uma rede de informantes espalhados por dois continentes. Ele nos mostra a importância de entender as partes interessadas e todos os principais stakeholders do projeto. É fundamental entender quem são os principais tomadores de decisão e criar um plano para atender suas preocupações e necessidades. Os profissionais de gerenciamento de projetos chamam isso de análise das partes interessadas.
Lição no. 2 – Você não precisa lutar todas as batalhas
Se você vai jogar o jogo de tronos do gerenciamento de projetos precisa saber quando fazer seu movimento e que não pode transformar tudo em uma batalha. O autor cita o personagem Theon Greyjoy como exemplo, que em boa parte da estória vivia insatisfeito e decidiu lutar em todos os lugares que esteve. Theon sofreu muito com suas escolhas. O gerenciamento de projetos é um jogo de influência porque os gerentes de projetos muitas vezes não têm controle direto sobre a equipe do projeto ou das partes interessadas. Isso pode tornar difícil a resolução de problemas do projeto na organização. Começar uma briga interna do tipo “bater de frente” gera desgaste e nem sempre garante que uma solução adequada seja encontrada e aplicada. Muitas vezes dar um tempo, renunciando ao confronto, pode ser a melhor saída. Para os gerentes de projeto isso pode ser frustrante porque queremos resolver os problemas e seguir em frente com o projeto. Se uma questão é sensível e politicamente carregada, por produzir siuações que de alguma forma afetam a estrutura de poder interno da organização, pode ser melhor fazer uma pausa e esperar.
Lição no. 3 – Ter a opção de “julgamento por combate”
Se você precisa de um excelente exemplo de transferência de riscos apenas assista Tyrion Lannister em ação. Tyrion é astuto e estratégico, mas também é fisicamente desfavorecido (um anão), um problema sério quando você está tentando avançar em uma era de confrontos com lutas físicas até a morte. Então, ele usa seu homem forte Bronn (uma espécie de guerreiro que luta por dinheiro) como seu campeão de julgamento por combate. Bronn literalmente luta suas batalhas por ele!!! Quando o risco de uma luta de espadas se torna uma realidade para Tyrion, ele tem um plano B para lançar mão.  Como gerente de projeto, você está antecipando e gerenciando o risco ao longo do ciclo de vida do seu projeto. Você precisa de opções de mitigação de risco prontamente disponíveis. Isso pode significar tomar decisões difíceis para adiar o projeto, ter recursos suficientes disponíveis ou mesmo encontrar formas de transferir o trabalho (e o risco) para um fornecedor externo que tenha a capacidade para lidar com o desafio.
Lição no. 4 – Você deve saber em quem confiar
Esta lição não é apenas relevante para os aspectos sociais do gerenciamento de projetos, mas também para sobreviver na selva corporativa. Existe a tal politicagem em todas as empresas que pode conter lances desagradáveis como, por exemplo, os e-mails curtos e ríspidos, as pessoas que trabalham com interesses ocultos, as traições e as mentiras. Em “Game of Thrones” o personagem Eddard Stark se torna a mão do rei, uma posição de poder e destaque, mas perde tudo quando é traído. Aliás, a série é repleta de casos de traição em troca de vantagens e como na vida real uns ganham a custa da desgraça de outros. É importante saber em quem confiar quando se precisa tratar de situações difíceis e problemas sensíveis. Em algumas culturas organizacionais informar que um projeto está com problemas é algo natural que faz parte do trabalho do dia a dia. Todavia, em outras organizações isso é simplesmente desencorajado. Você receberá a culpa simplesmente por ser o portador na notícia. Descubra como funciona a cultura da sua organização e aprenda a lidar com isso de forma eficaz. Se um membro da equipe nomeado pela alta direção não está cumprindo seu papel, isso pode ser um problema. Se você está tendo dificuldades com seu chefe imediato, isso também pode se tornar um problema. São questões sensíveis que precisam de tato e cuidado para serem tratadas. Pense muito bem sobre quais informações você deseja compartilhar, com que pessoas deve compartilhar e quando tais informações devem ser compartilhadas.
Lição no. 5 – Desenvolva sua influência e credibilidade com o tempo
Os gerentes de projeto frequentemente encontram novas equipes, novas partes interessadas e novos empregos em empresas desconhecidas. Mesmo os gerentes de projeto mais experientes ficam ansiosos para mostrar do que são capazes. Sendo alguém novo na organização a melhor coisa a fazer é concentrar-se nas entregas do projeto, em resolver problemas e trabalhar para ganhar a confiança dos stakeholders. Pegue o exemplo de Jon Snow, o filho ilegítimo de Eddard Stark que deixa a família para se juntar à Patrulha da Noite. Acostumado a ser o estranho, Jon demonstra paciência, perseverança e tremenda habilidade e assim vai ganhando a confiança de seu pares para desempenhar seu inegável papel de líder. Você verá o seu ponto de vista prosperar ao introduzir novas ideias lentamente, fornecendo valor ao longo do projeto para construir credibilidade e influência. Lembre-se de desenvolver sua influência com cada conexão que você faz na organização. Volte para o personagem Lorde Varys, que durante toda a estória desenvolveu sua rede de influência e cultivou seus "pequenos pássaros" (rede de espiões). Sua rede profissional, dentro e fora da empresa, irá apoiar o seu sucesso enquanto você joga – de modo civilizado - seu próprio jogo.
Se eu sou um fã da série “Game of Thrones”? Sim, com certeza! Bem, é isso aí. Até a próxima. 

Fonte:

MAKAR, A. “5 Project Management Lessons from Game of Thrones”. Liquid Planner, 2015. Disponivel em < https://www.liquidplanner.com/blog/5-project-management-lessons-learned-from-the-game-of-thrones/>. Acesso em 10 de junho de 2017.
 

2 comentários:

  1. Sensacional seu texto, acabei de conhecer seu blog e estou lendo suas publicações, onde todas, ao meu ver, são bem pontuais e astutas para a visão de gerenciamento de projetos, já estou virando seu fã Haroldo. P.s.: Sou estudante de Eng. Mecânica e estou no décimo período, estou pagando a cadeira de Projetos Integradores e muitos de seus posts falando sobre gerenciamento de projetos estão me ajudando. Obrigado

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  2. Ola Pedro,
    Fico feliz que voce esteja aproveitando os conteudos do blog. Seus comentarios sao muito bem vindos.
    Saudacoes,
    Prof. Haroldo Simoes

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