“Game
of Thrones” é uma famosa série de televisão da HBO que bateu o recorde de série de drama com a
maior transmissão simultânea ao redor do mundo.
Muito já foi dito e escrito sobre a série,
comparando a estória e os persagens às práticas da gestão de projetos. Com a
proximidade do lançamento da sétima temporada, cuja data prevista de estreia é
16 de julho de 2017, vou aproveitar e comentar uma matéria de Andy Makar
sobre as cinco lições de “Game of Thrones” para gerentes de projeto, publicada
no blog Liquid Planner em abril de 2015. Certamente
tais lições permanecem muito atuais!
Lição no. 1 – Você deve conhecer
os jogadores
Andy Makar observa o modus operandi do
personagem Lorde Varys, o mestre dos susurros, que trabalha com uma rede de
informantes espalhados por dois continentes. Ele nos mostra a importância de
entender as partes interessadas e todos os principais stakeholders do projeto. É
fundamental entender quem são os principais tomadores de decisão e criar um
plano para atender suas preocupações e necessidades. Os profissionais de
gerenciamento de projetos chamam isso de análise das partes interessadas.
Lição no. 2 – Você não
precisa lutar todas as batalhas
Se você vai jogar o jogo de tronos do
gerenciamento de projetos precisa saber quando fazer seu movimento e que não
pode transformar tudo em uma batalha. O autor cita o personagem Theon Greyjoy
como exemplo, que em boa parte da estória vivia insatisfeito e decidiu lutar em
todos os lugares que esteve. Theon sofreu muito com suas escolhas. O
gerenciamento de projetos é um jogo de influência porque os gerentes de
projetos muitas vezes não têm controle direto sobre a equipe do projeto ou das
partes interessadas. Isso pode tornar difícil a resolução de problemas do
projeto na organização. Começar uma briga interna do tipo “bater de frente”
gera desgaste e nem sempre garante que uma solução adequada seja encontrada e
aplicada. Muitas vezes dar um tempo, renunciando ao confronto, pode ser a
melhor saída.
Para os gerentes de projeto isso pode ser frustrante porque queremos resolver
os problemas e seguir em frente com o projeto. Se uma questão é sensível e politicamente
carregada, por produzir siuações que de alguma forma afetam a estrutura de poder
interno da organização, pode ser melhor fazer uma pausa e esperar.
Lição no. 3 – Ter a opção de
“julgamento por combate”
Se você precisa de um excelente exemplo de
transferência de riscos apenas assista Tyrion Lannister em ação. Tyrion é astuto
e estratégico, mas também é fisicamente desfavorecido (um anão), um problema
sério quando você está tentando avançar em uma era de confrontos com lutas
físicas até a morte. Então, ele usa seu homem forte Bronn (uma espécie de
guerreiro que luta por dinheiro) como seu campeão de julgamento por combate.
Bronn literalmente luta suas batalhas por ele!!! Quando o risco de uma luta de
espadas se torna uma realidade para Tyrion, ele tem um plano B para lançar mão. Como gerente de projeto, você está
antecipando e gerenciando o risco ao longo do ciclo de vida do seu projeto.
Você precisa de opções de mitigação de risco prontamente disponíveis. Isso pode
significar tomar decisões difíceis para adiar o projeto, ter recursos
suficientes disponíveis ou mesmo encontrar formas de transferir o trabalho (e o
risco) para um fornecedor externo que tenha a capacidade para lidar com o
desafio.
Lição no. 4 – Você deve saber
em quem confiar
Esta lição não é apenas relevante para os
aspectos sociais do gerenciamento de projetos, mas também para sobreviver na
selva corporativa. Existe a tal politicagem em todas as empresas que pode
conter lances desagradáveis como, por exemplo, os e-mails curtos e ríspidos, as
pessoas que trabalham com interesses ocultos, as traições e as mentiras. Em
“Game of Thrones” o personagem Eddard Stark se torna a mão do rei, uma posição
de poder e destaque, mas perde tudo quando é traído. Aliás, a série é repleta
de casos de traição em troca de vantagens e como na vida real uns ganham a
custa da desgraça de outros. É importante saber em quem confiar quando se precisa
tratar de situações difíceis e problemas sensíveis. Em algumas culturas
organizacionais informar que um projeto está com problemas é algo natural que
faz parte do trabalho do dia a dia. Todavia, em outras organizações isso é
simplesmente desencorajado. Você receberá a culpa simplesmente por ser o
portador na notícia. Descubra como funciona a cultura da sua organização e aprenda
a lidar com isso de forma eficaz. Se um membro da equipe nomeado pela alta direção
não está cumprindo seu papel, isso pode ser um problema. Se você está tendo
dificuldades com seu chefe imediato, isso também pode se tornar um problema.
São questões sensíveis que precisam de tato e cuidado para serem tratadas.
Pense muito bem sobre quais informações você deseja compartilhar, com que
pessoas deve compartilhar e quando tais informações devem ser compartilhadas.
Lição no. 5 – Desenvolva sua influência e
credibilidade com o tempo
Os gerentes de projeto frequentemente encontram
novas equipes, novas partes interessadas e novos empregos em empresas
desconhecidas. Mesmo os gerentes de projeto mais experientes ficam ansiosos
para mostrar do que são capazes. Sendo alguém novo na organização a melhor
coisa a fazer é concentrar-se nas entregas do projeto, em resolver problemas e trabalhar
para ganhar a confiança dos stakeholders. Pegue o exemplo de Jon Snow, o filho
ilegítimo de Eddard Stark que deixa a família para se juntar à Patrulha da
Noite. Acostumado a ser o estranho, Jon demonstra paciência, perseverança e tremenda
habilidade e assim vai ganhando a confiança de seu pares para desempenhar seu
inegável papel de líder. Você verá o seu ponto de vista prosperar ao introduzir
novas ideias lentamente, fornecendo valor ao longo do projeto para construir
credibilidade e influência. Lembre-se de desenvolver sua influência com cada
conexão que você faz na organização. Volte para o personagem Lorde Varys, que durante
toda a estória desenvolveu sua rede de influência e cultivou seus
"pequenos pássaros" (rede de espiões). Sua rede profissional, dentro
e fora da empresa, irá apoiar o seu sucesso enquanto você joga – de modo
civilizado - seu próprio jogo.
Se eu sou um fã da série “Game of Thrones”? Sim,
com certeza! Bem, é isso aí. Até a próxima.
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