Não há nada de
sobrenatural nos vampiros emocionais. A questão é que quando alguém é identificado
como um vampiro emocional é porque existe uma clara percepção de que essa
pessoa tem a tendência de drenar a energia emocional das pessoas que com ela estão
em contato.
Elas fazem isso de várias formas e seu comportamento costuma simplesmente
nos deixar cansados. As pessoas extremamente egocêntricas e narcisistas são típicos
vampiros emocionais. Podemos incluir também nesse grupo os paranoicos com mania
de perseguição. O desafio aqui é conseguir identificar tais indivíduos e isso
não é simples, uma vez que essas pessoas não agem assim o tempo todo!
São
características dos vampiros emocionais nos deixar exaustos, necessitar de
atenção constante e sempre ter alguma crise na vida. Só isso já não é pouco.
Basta imaginar o convívio com alguém assim!
Todos os
vampiros emocionais sofrem de baixa autoestima, mas nem todas as pessoas com
baixa autoestima são vampiros emocionais. A baixa autoestima se manifesta de
formas diferentes de pessoa para pessoa, e vampiros emocionais são pessoas com
um subconjunto específico de características de autoestima.
Os vampiros
emocionais apresentam três características específicas simultaneamente:
·
Uma necessidade excessiva de
validação e atenção dos outros;
·
A crença de que pouco ou nada do
que ocorre é culpa deles;
·
A incapacidade de reconhecer os
seus padrões autodestrutivos.
Necessidade excessiva de validação e atenção
As
conversas com vampiros emocionais são invariavelmente dominadas por eles e
elas. Como eles e elas são “incríveis”, ou como “todos querem ser como” eles e
elas! Há também as conversas de “como todos os/as odeiam”. Tudo gira em torno
de seus enormes e delirantes egos. Os vampiros emocionais costumam achar que
são muito mais do que realmente são! A frase seguinte é um bom exemplo:
“- Todos
na equipe querem trabalhar comigo, mas eu falei para o chefe que não posso ficar
perto do Carlos”.
Por um lado a ilusão de ser o melhor (“todos na equipe querem
trabalhar comigo”) e, ao mesmo tempo, dizendo que isso não acontece porque a
culpa é dos outros (“não posso ficar perto do Carlos”). Também pode surgir a seguinte frase durante uma conversa
com esses vampiros:
“- Ninguém, na viagem do treinamento, quis ficar no grupo
comigo. Elas trabalharam entre elas, porque são mais bonitas do que eu”.
Absolutamente patético essa manifestação
de que “sou uma pobrezinha vítima” que anseia por uma declaração dos colegas do tipo: “ - Coitadinha, ninguém
gosta dela”. Essa necessidade excessiva para a validação e atenção é o que
empurra as pessoas para longe do vampiro emocional. A constante necessidade de
afirmação drena a energia e a paciência das pessoas. Os altos e baixos
emocionais, os sucessos dramáticos e os fracassos, são todos muito cansativos e
a maioria das pessoas não está disposta a tolerar tais comportamentos.
Crença de que pouco ou nada do que ocorre é culpa deles
A excessiva carência dos vampiros emocionais provoca
reações negativas nos outros e leva as pessoas para longe deles. Mas, em vez de
considerar que as pessoas responderam negativamente em relação a eles pelo que
disseram ou fizeram, preferem acreditar que todos aqueles que os rodeiam são
idiotas, racistas, intolerantes, rudes, frios e muitos outros adjetivos. A culpa
é sempre dos outros, nunca deles.
Os vampiros emocionais não cometem erros, nunca estão
errados, e seus motivos são sempre puros. As outras pessoas sempre os avaliam
de forma injusta. Os vampiros emocionais não assumem qualquer responsabilidade
por seu próprio comportamento, especialmente quando este leva a consequências
negativas.
Incapacidade de reconhecer os seus padrões autodestrutivos
Alguém poderia pensar que um vampiro emocional acabaria
por começar a detectar o padrão de comportamento em que vivem, em uma linha de
raciocínio que seria a seguinte: - Certos comportamentos causam determinadas reações
nas outras pessoas. Eu faço coisas que desagrada todas as outras pessoas. Como
essas reações não são agradáveis, então, talvez eu devesse fazer um exame dos
meus comportamentos e crenças. Afinal, a única constante no relacionamento com
todos os outros sou eu!
Isso
parece óbvio, mas raramente ocorre com um vampiro emocional. Ele ou ela não é
capaz de ser honesto consigo mesmo e aceitar a responsabilidade por suas ações.
Eles e elas precisam de um bode expiatório, de alguém para levar a culpa.
Sempre que algo dá errado, a culpa é de alguém que está contra eles. Há sempre
uma conspiração contra eles, que os atinge por meio de "invencionices" como, por
exemplo, a “perseguição do chefe”, a “inveja dos colegas do escritório” e, até
mesmo, os “maus tratos da família”. Esse é o jogo interminável dos vampiros
emocionais, o jogo de jogar a culpa nos outros.
E aqui devemos
ressaltar como isso é malígno para a equipe do projeto. Afinal, espera-se dos
membros de uma equipe de projetos que assumam responsabilidades e respondam por
seus erros e acertos. Isso é básico e elementar. Bem, é isso aí. Até a próxima.
Fonte: BERNSTEIN, A. J. Emotional Vampires: Dealing
with People who Drain you Dry. 2nd. Edition. USA-New York: Mc
Graw-Hill, 2012.
ISBN:
978-0-07-179096-3
Disponível parcialmente em
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