sábado, 5 de novembro de 2016

Um Vampiro Emocional na Equipe do Projeto

Não há nada de sobrenatural nos vampiros emocionais. A questão é que quando alguém é identificado como um vampiro emocional é porque existe uma clara percepção de que essa pessoa tem a tendência de drenar a energia emocional das pessoas que com ela estão em contato.
 
 
Elas fazem isso de várias formas e seu comportamento costuma simplesmente nos deixar cansados. As pessoas extremamente egocêntricas e narcisistas são típicos vampiros emocionais. Podemos incluir também nesse grupo os paranoicos com mania de perseguição. O desafio aqui é conseguir identificar tais indivíduos e isso não é simples, uma vez que essas pessoas não agem assim o tempo todo!

São características dos vampiros emocionais nos deixar exaustos, necessitar de atenção constante e sempre ter alguma crise na vida. Só isso já não é pouco. Basta imaginar o convívio com alguém assim!
Todos os vampiros emocionais sofrem de baixa autoestima, mas nem todas as pessoas com baixa autoestima são vampiros emocionais. A baixa autoestima se manifesta de formas diferentes de pessoa para pessoa, e vampiros emocionais são pessoas com um subconjunto específico de características de autoestima.
Os vampiros emocionais apresentam três características específicas simultaneamente:
·         Uma necessidade excessiva de validação e atenção dos outros;

·         A crença de que pouco ou nada do que ocorre é culpa deles;

·         A incapacidade de reconhecer os seus padrões autodestrutivos.

Necessidade excessiva de validação e atenção
As conversas com vampiros emocionais são invariavelmente dominadas por eles e elas. Como eles e elas são “incríveis”, ou como “todos querem ser como” eles e elas! Há também as conversas de “como todos os/as odeiam”. Tudo gira em torno de seus enormes e delirantes egos. Os vampiros emocionais costumam achar que são muito mais do que realmente são! A frase seguinte é um bom exemplo: 
“- Todos na equipe querem trabalhar comigo, mas eu falei para o chefe que não posso ficar perto do Carlos”.
Por um lado a ilusão de ser o melhor (“todos na equipe querem trabalhar comigo”) e, ao mesmo tempo, dizendo que isso não acontece porque a culpa é dos outros (“não posso ficar perto do Carlos”). Também pode surgir a seguinte frase durante uma conversa com esses vampiros:
“- Ninguém, na viagem do treinamento, quis ficar no grupo comigo. Elas trabalharam entre elas, porque são mais bonitas do que eu”.
Absolutamente patético  essa manifestação de que “sou uma pobrezinha vítima” que anseia por uma declaração dos colegas do tipo: “ - Coitadinha, ninguém gosta dela”. Essa necessidade excessiva para a validação e atenção é o que empurra as pessoas para longe do vampiro emocional. A constante necessidade de afirmação drena a energia e a paciência das pessoas. Os altos e baixos emocionais, os sucessos dramáticos e os fracassos, são todos muito cansativos e a maioria das pessoas não está disposta a tolerar tais comportamentos.
Crença de que pouco ou nada do que ocorre é culpa deles
A excessiva carência dos vampiros emocionais provoca reações negativas nos outros e leva as pessoas para longe deles. Mas, em vez de considerar que as pessoas responderam negativamente em relação a eles pelo que disseram ou fizeram, preferem acreditar que todos aqueles que os rodeiam são idiotas, racistas, intolerantes, rudes, frios e muitos outros adjetivos. A culpa é sempre dos outros, nunca deles.
Os vampiros emocionais não cometem erros, nunca estão errados, e seus motivos são sempre puros. As outras pessoas sempre os avaliam de forma injusta. Os vampiros emocionais não assumem qualquer responsabilidade por seu próprio comportamento, especialmente quando este leva a consequências negativas.
Incapacidade de reconhecer os seus padrões autodestrutivos
Alguém poderia pensar que um vampiro emocional acabaria por começar a detectar o padrão de comportamento em que vivem, em uma linha de raciocínio que seria a seguinte: - Certos comportamentos causam determinadas reações nas outras pessoas. Eu faço coisas que desagrada todas as outras pessoas. Como essas reações não são agradáveis, então, talvez eu devesse fazer um exame dos meus comportamentos e crenças. Afinal, a única constante no relacionamento com todos os  outros sou eu!
Isso parece óbvio, mas raramente ocorre com um vampiro emocional. Ele ou ela não é capaz de ser honesto consigo mesmo e aceitar a responsabilidade por suas ações. Eles e elas precisam de um bode expiatório, de alguém para levar a culpa. Sempre que algo dá errado, a culpa é de alguém que está contra eles. Há sempre uma conspiração contra eles, que os atinge por meio de "invencionices" como, por exemplo, a “perseguição do chefe”, a “inveja dos colegas do escritório” e, até mesmo, os “maus tratos da família”. Esse é o jogo interminável dos vampiros emocionais, o jogo de jogar a culpa nos outros. 
E aqui devemos ressaltar como isso é malígno para a equipe do projeto. Afinal, espera-se dos membros de uma equipe de projetos que assumam responsabilidades e respondam por seus erros e acertos. Isso é básico e elementar. Bem, é isso aí. Até a próxima.
Fonte: BERNSTEIN, A. J. Emotional Vampires: Dealing with People who Drain you Dry. 2nd. Edition. USA-New York: Mc Graw-Hill, 2012.
ISBN: 978-0-07-179096-3
Disponível parcialmente em

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Inclua seu comentário: