A forma de perceber e medir a maturidade de uma organização em relação a gestão de projetos não é única. O modelo de maturidade em gerenciamento de
projetos adotado pelo PMI chama-se OPM3 (Organisational Project Management
Maturity Model). O PMI recomenda que as empresas façam uso desse modelo para
melhorar seus processos, objetivando aumentar sua maturidade tendo como base um
conjunto bastante vasto de melhores práticas organizacionais.
Figura 1: Modelo Prado-MMGP |
Segundo Trentim (2012), “o modelo OPM3 é
dividido em três dimensões: conhecimento (knowledge), avaliação (assessment) e
melhoria (improvement). Trata-se de um modelo bastante completo que parte do
contexto organizacional de GP (knowledge), aplicando ferramentas e técnicas
para avaliar o grau de maturidade (assessment) e então prover um plano de
melhoria (improvement). Existem cinco níveis de maturidade: Inexistente, consistente,
integrado, completo e otimizado. O modelo OPM3 oferece também um direcionamento
para a confecção de planos de melhoria do OPM da organização”.
Além do modelo do PMI, vamos mencionar também
o modelo desenvolvido por Darci Prado, que apresenta cinco níveis de
maturidade:Nível 1 - Iniciante / Nível 2 – Conhecido / Nível 3 – Padronizado /
Nível 4 – Gerenciado / Nível 5 – Otimizado
O
motivo de estarmos mencionando o modelo do prof. Darci Prado é que ele é
co-autor da Pesquisa de Maturidade em Gerenciamento de Projeto, edição 2014, que
está sendo divulgada pelo PMI SP e destacada nesse post.
Os
relatórios com os resultados, todos disponíveis para download (arquivos PDF),
estão subdivididos da seguinte forma:
1. Relatório Global
2. Relatório Governo
3. Relatório Benchmarking
4. Relatório Estado de Minas
Gerais
5. Relatório Estado de São
Paulo
6. Relatório Categoria “Mudanças
Organizacionais”
7. Relatório Categoria “Indústria
da Construção”
8. Relatório Categoria “Tecnologia
da Informação (Software) – Indústria Privada”
9. Relatório Categoria “Desenvolvimento
de Novos Produtos” em conjunto com “Pesquisa & Desenvolvimento”
Sendo
ainda cada um dos relatórios dividido em três partes; a saber: Parte A –
Indicadores, Parte B – Participantes e Parte C – Governança.
Observando
o “Relatório Geral – Parte A –
Indicadores” é possível notar que foram atribuídos níveis de maturidade para as
organizações participantes nos diversos setores pesquisados que variaram de 1
até 5, como no modelo Darci Prado (1 – Iniciante, 2 – Conhecido, 3 – Padronizado, 4 – Gerenciado e 5 – Otimizado).
O comentário apresentado no relatório é absolutamente claro e diz o seguinte:
- Para 64,3% (níveis 1 e 2) das organizações participantes desta pesquisa, o gerenciamento de projetos ainda não possibilita trazer resultados aos seus negócios tal como seria desejado (níveis 3, 4 e 5);
-
Apenas 12,7% das organizações estão em níveis que permitem pleno domínio e otimização do trabalho (níveis 4 e 5).
Outro
ponto que chama a atenção é a nota relativa ao nível de maturidade das
organizações. As empresas de iniciativa privada, que representaram 77,8% dos
respondentes da pesquisa, obtiverem nível de maturidade de 2,68 apenas. Mesmo
sendo essa uma nota média entre todas as empresas privadas participantes, é uma
nota muito baixa, mostrando que há ainda um longo caminho a percorrer. As
organizações do governo da administração direta obtiveram nível de maturidade de
2,48. Por sua vez, as organizações do governo da administração indireta
obtiveram nível de maturidade de 2,51. Essas notas, sim, não surpreendem a
nenhum cidadão minimamente atento a realidade brasileira. Finalmente, as
organizações do terceiro setor obtiveram nível de maturidade de 2,44.
É também destacado que nas
empresas privadas o atraso médio nos projetos é da ordem de 25%, enquanto nas
organizações do governo da administração direta esse atraso médio chega aos
44%. Em outra medida, o relatório aponta que nas empresas privadas o estouro de
custos é de 16%, ao passo que esse estouro atinge a cifra de 27% nas
organizações do governo da administração direta.
Conforme
afirma o site do PMI SP, “de uma maneira geral, os relatórios mostram que,
quanto maior a maturidade de uma organização:
·
Maior
a taxa de sucesso;
·
Maior
a execução do escopo previsto;
·
Maior
a percepção, pela alta administração, da agregação de valor pelo GP;
·
Menor
o atraso;
·
Menor
o estouro de custos”.
A
pesquisa é, sem dúvida, uma excelente fonte de referência para trabalhos de
conclusão de curso (TCC), podendo ser amplamente utilizada pelos estudantes de
gerenciamento de projetos. Para
obter o material da pesquisa basta acessar o site do PMI SP. Acesse também o site do Project Management Maturity Research.
Referências:
PRADO, D. "Maturidade em
Gerenciamento de Projetos – Volume 7". São Paulo: IDGN, 2010.
TRENTIM, M. H. “Maturidade em
Gerenciamento de Projetos”. Blog MundoPM, 2012. Disponível em http://blog.mundopm.com.br/2012/02/29/maturidade-em-gerenciamento-de-projetos/.
Acesso em 23-maio-2015.