sexta-feira, 18 de julho de 2014

Algumas considerações sobre a Internet das Coisas

Vamos começar esse post com a seguinte pergunta: - Se alguma coisa não está conectada à Internet – podendo ser humano, animal, um eletrodoméstico, um automóvel, uma ferramenta usada na fábrica, etc – podemos afirmar que essa coisa não existe? Bem, se você é daqueles que pensa que tudo fará parte da IoT (Internet of Things, ou Internet das Coisas), pode até dizer que a resposta a essa pergunta é sim. E para que não haja qualquer dúvida, vamos logo definir que a chamada Internet das Coisas se refere a possibilidade de prover conectividade online para qualquer coisa no planeta.

Em adição aos dispositivos computadorizados que já estamos acostumados a ver e usar (como, por exemplo, notebooks, smartphones, tablets, smartTVs e uma considerável gama de controladores industriais), os objetos e produtos que podem ser conectados incluem carros, fornos, banheiras, máquinas de lavar, pontes, barragens e monitores hospitalares. E a lista não para por aí, e vai além de máquinas e equipamentos. Na verdade a lista é realmente imensa. Poderíamos ter dispensers de papel toalha nos banheiros enviando sinais informando quando necessitariam ser recarregados. Poderíamos ter as latas de lixo municipais sinalizando quando precisassem ser esvaziadas e limpas. Despertadores que poderiam enviar sinais para que as cafeteiras iniciassem o preparo do café pela manhã. Poderíamos ter dispositivos colocados em animais, sendo um dos possíveis exemplos aqueles dispositivos colocados em abelhas para controlar a produtividade de polinização desses pequenos e importantes animais. O cenário da Internet das Coisas leva em conta que a computação embarcada nos automóveis será cada vez mais importante e notada no dia-a-dia pelos motoristas, que teremos quase tudo – além de tudo que é importante - conectado à Internet nas fábricas, nas plantações, nas fazendas, nas usinas de energia, nas cidades, nas estradas, nos prédios, nas escolas, nos escritórios, nos aviões, shopping centers, supermercados e em nossos lares. Por causa disso, há uma crescente preocupação com a chamada inevitável perda de privacidade, havendo grupos que consideram que é uma luta perdida contra o progresso e o novo que sempre vence. Mas, ao mesmo tempo, há grupos que não toleram a ideia de terem suas vidas invadidas e viver num imenso “Big Brother”.

 
Dado o crescente interesse nesse tema, empresas, universidades e profissionais ligados a essa indústria apresentaram, com base em seus estudos e trabalhos desenvolvidos, as seguintes considerações:

- Apenas 0,06% das coisas que poderiam ser conectados à Internet atualmente o são;

- O número de coisas conectadas à Internet ultrapassou pela primeira vez o número de pessoas na Terra em 2008;

- O CEO da Cisco, John Chambers estimou o valor potencial de mercado da Internet das Coisas em US$19 trilhões. Uma estimativa mais conservadora aponta para um número em torno de US$8,9 trilhões em 2020;
- 26% das oportunidades de TI associados à Internet das Coisas serão impulsionadas pela necessidade de melhorar a experiência do cliente, e 21% serão impulsionadas pela necessidade de mais inovação;

- Com o IPv6, a Internet será capaz de ter 100 endereços da Web para cada átomo na superfície da terra, abrindo o caminho para a Internet das Coisas;
 
- Três em cada quatro empresas estão explorando a Internet das Coisas internamente, e 68% estão alocando orçamento de TI para isso;

- 83% dos especialistas envolvidos com a Internet das Coisas acreditam que ela beneficiará o mundo;
- Algumas das coisas conectadas que já foram hackeadas incluem os consoles de videogame, as smartTVs e as geladeiras.

Notas:
Cisco: Empresa líder mundial em equipamentos e sistemas para conexão à Internet.  
IPv6: É a versão mais atual do protocolo de Internet (IP: Internet Protocol), originalmente oficializado em 6 de junho de 2012.
TI: Tecnologia de Informação.

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