O que seria a coisa mais
importante para um gerenciamento de projetos bem sucedido? Há um debate rolando
sobre a melhor maneira de gerenciar um projeto de software. Se você,
simplesmente, digitar “Waterfall e Agile” no Google, encontrará algo em torno
de 2,2 milhões de resultados dessa pesquisa. Bem, se você não entender o motivo
desses termos específicos, não se preocupe. No jargão do gerenciamento de
projetos, os nomes “Waterfall” e “Agile” se referem aos mais conhecidos estilos
de gerenciamento de projetos de software.
Waterfall (Cachoeira ou
queda d’água): É o estilo da velha guarda, onde cada fase do projeto não inicia
até que a anterior tenha sido aceita pelo cliente, com a assinatura do termo de
aceitação – como a água que flui para baixo ao longo de uma série de cachoeiras.
Agile (Ágil): É a mais
recente onda do gerenciamento de projetos porque proporciona mais flexibilidade
para os desenvolvedores, em um processo criativo na base de ciclos de
construção e revisões frequentes com o cliente. O Scrum é o mais popular de
todos os métodos ágeis. O fato é que os projetos de software personalizados são
processos criativos, mesmo que, geralmente, não sejam reconhecidos como tal.
Ambos os métodos tem sido
bem sucedidos. No debate mencionado no início desse post, as pessoas desejam
saber qual método devem usar em seus projetos, e a resposta é ... isso
depende. Afinal, uma coisa é certa: o método não vai gerenciar o projeto para
você!
Você pode avaliar o
envolvimento do seu cliente, a preferência e os estilos de trabalho da sua
equipe, o tipo e o escopo do projeto e o objetivo final. Sim, você pode fazer
tudo isso e muito mais. No entanto, nem uma dessas metodologias de
gerenciamento de projetos vai garantir o sucesso.
Mesmo que o método
“Waterfall” forneça um controle justo sobre o seu projeto, você ainda pode ter
problemas com mudanças de escopo. Conforme o tempo passa, as necessidades do
cliente podem mudar. Se, no meio do projeto novas funcionalidades são
acrescentadas ou mudanças importantes de direção são requeridas, o projeto
poderá não suportar tais mudanças (não há dinheiro, tempo e outros recursos
disponíveis nessa altura) e fracassar.
Abaixo temos os dois
cenários possíveis que, geralmente, ocorrem em projetos geridos com o método
“Waterfall”:
·
O
projeto segue o método de controle integrado de mudanças. Em outras palavras,
qualquer mudança solicitada só pode ser implementada se aprovada pela equipe de
projeto e pelo cliente. Se a mudança gera custo adicional, esse deve ser pago
pelo cliente. Afinal, todo o projeto foi planejado com antecedência (na fase de
planejamento). Por conta disso, as mudanças podem comprometer o projeto em
função de seus grandes impactos. Se o cliente se recusa a pagar o custo
adicional – o que geralmente acontece – o projeto fica ameaçado de fracassar.
·
A
equipe de gerenciamento do projeto pode concordar em assumir as novas mudanças,
fazendo o projeto absorver os custos adicionais que as mesmas possam trazer.
Isso, na prática, significa deixar de fazer o controle integrado de mudanças. A
equipe de projeto se convence a fazer isso em nome da manutenção do bom
relacionamento com o cliente, evitando a conversa desconfortável de aumento de
custos para o cliente. O problema aqui é que isso pode levar a diminuição das
margens de lucro com consequências, na maioria dos casos, desagradáveis para os
membros da equipe do projeto. Afinal, a alta direção da empresa poderá não
reagir bem, não sendo nada compreensiva e nem tampouco “boazinha”, quando descobrir
a queda nas margens de lucro.
Um gerente de projeto altamente
qualificado sabe como navegar por entre essas armadilhas, sendo capaz de
analisar os impactos de potenciais mudanças. Com isso será possível agir com
antecedência, antecipando problemas e debatendo com o cliente soluções – menos
dispendiosas - que reduzam o impacto das mudanças.
Por outro lado, a
flexibilidade de desenvolvimento “Agile” é muito atraente para muitos desenvolvedores
experientes. No entanto, há conhecidos problemas que tornam o método Ágil
inadequado para alguns tipos de projeto.
·
Os
projetos ágeis são notórios por falta de documentação sólida. O ritmo rápido e
freqüente das mudanças pode ter como consequência documentos desatualizados,
como procedimentos e manuais de usuário, e até mesmo afetar a comunicação do
cliente. Um gerenciamento de projetos adequado pode exigir um controle justo
sobre o fluxo de informações.
·
Se
o produto final já está bem definido, havendo uma chance pequena de alteração,
então os ciclos freqüentes de feedback dos clientes podem ser demorados e
desnecessários.
As metodologias de
gerenciamento de projetos se destinam a facilitar a vida do gerente de
projetos, mas o GP ainda precisa trabalhar muito. Um gerente de projeto
experiente irá buscar o equilíbrio certo de documentação atualizada ao lado dos
ciclos de construção e de feedback curtos. Poderá identificar maneiras de
manter a interação do cliente a um mínimo razoável e necessário. Um gerente
eficaz também se comunica bem com a equipe de desenvolvimento, promovendo um
alto nível de entendimento entre os membros da equipe e os demais stakeholders.
Em suma, o sucesso vem muito
mais da escolha de um solidário, pró-ativo e competente gerente de projetos,
que utiliza bem qualquer método, do que da própria metodologia escolhida. É por
isso que utilizar a pessoa certa é ainda a melhor abordagem.
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