Como vimos no post anterior
(“Sobre o Gerenciamento de Custos do Projeto”), os processos do gerenciamento
de custos incluem planejar o gerenciamento de custos, estimar os custos,
determinar o orçamento e controlar os custos (PMI, 2013). Nesse post vamos
discutir alguns aspectos da chamada contabilidade de custos.
Todas as empresas necessitam
adotar um sistema de contabilidade de custos por razões legais e gerenciais e isso
abrange as operações rotineiras do dia-a-dia e os projetos. Por essa razão as empresas usam os contadores –
profissionais independentes ou empresas de contabilidade - para fazer a sua
escrituração contábil.
O nome contabilidade de custos,
num primeiro momento, confunde um pouco os estudantes. E então surge a seguinte
pergunta: - Por que não se chama contabilidade de gastos, já que os gastos tem
um significado mais amplo e geral, como veremos a seguir? Bem, eu não sei
dizer, mas as coisas são como são! Afinal de contas, se pensarmos apenas na
língua portuguesa, os termos despesa, custo e gasto são, praticamente, a mesma
coisa. Entretanto, em contabilidade, cada uma dessas designações tem um
significado único e bastante específico. O que vamos fazer agora é explicar o
que cada designação significa e dar alguns exemplos para fixar esses conceitos.
Em primeiro lugar temos os gastos
que são, basicamente, compostos de custos e de despesas. Os gastos, segundo
Mota (2002), são os sacrifícios financeiros que a empresa faz para adquirir
bens ou serviços que ela necessita. Nesse momento a empresa está comprando
alguma coisa e faz isso por um motivo. Ela usa esse bem ou serviço para – ela mesma
– produzir alguma coisa, movimentando assim os seus processos produtivos. Também
estamos usando a expressão processo produtivo de forma ampla, podendo ser um
processo que produza bens (produtos) ou serviços. Portanto, reforçando essa
ideia, estamos falando em sentido amplo e geral, que se aplica para uma fábrica
comprando componentes usados na produção de seus produtos, uma loja contratando
um gerente ou um banco comprando um projeto de uma nova agência. Para obter
matérias primas (caso da fábrica), mão de obra (caso da loja) ou serviços (caso
da agência bancária), é necessário pagar ou, em outras palavras, fazer um
sacrifício financeiro. Portanto, custos
e despesas são gastos. Mas, como diferenciar um custo de uma despesa?
Custo – um gasto que se
destina a produção de um bem ou serviço;
Despesa – um gasto que
se destina à outra atividade, diferente da produção de um bem ou serviço.
Por definição, “um
projeto é um esforço temporário, progressivamente elaborado, para produzir um
produto ou serviço único” (PMI, 2008). Assim sendo, como um projeto é algo que
produz alguma coisa, mesmo que seja um único item (produto ou serviço), se
aplicam as definições acima da mesma forma.
O conceito chave aqui
não é identificar exatamente o que se está comprando, mas sim identificar a
destinação do uso daquilo que se está comprando. Assim, para identificar se alguma
coisa deve ser classificada como um custo ou uma despesa, devemos perguntar: -
Para que isso serve? Onde isso será usado? Se for usado no projeto, para a
produção do produto ou serviço a que o projeto se destina, será classificado
como um custo. Caso contrário, será classificado como uma despesa.
Vejamos agora um
exemplo que pode ajudar a fixar melhor esses conceitos.
Portanto, a melhor
maneira de saber se um gasto deve ser classificado como um custo ou uma despesa
é perguntar para que/como esse gasto será usado.
A classificação de
gastos, em custos e despesas, possui um segundo complicador que se refere a
identificar se esses gastos são diretos ou indiretos. Esse será exatamente o
objeto de nosso próximo post.
Mota, A. G. da. “Noções de Contabilidade de Custos”. Cacoal: UNESC, 2002.
Este texto pode ser obtido gratuitamente em www.ResumosConcursos.hpg.com.br
PMI,
Project Management Institute. “PMBOK Guide
- Project Management Body of Knowledge Guide – 4th Edition". Newton Square: PMI, 2008.
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