sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

O que você sabe sobre o “crowdfunding” ?

A criatividade sempre foi a força motriz para a humanidade, mas transformar idéias em realidade era algo que poucos poderiam alcançar. A captação de recursos normalmente era um pesadelo: longas horas falando ao telefone, reuniões intermináveis e parcos resultados. Mas agora isso está mudando. Se olharmos para as estatísticas da Internet, hoje, podemos ver que mais de 1/3 da população mundial está conectada. No entanto, por mais injusto que possa parecer, os grupos sociais de renda mais alta foram os primeiros a entrar no novo mundo, e depois de mais de 10 anos de uso da internet, eles estão confortáveis, não só com o meio, mas também para usá-lo em operações financeiras. Comprar on-line é comum em muitos mercados, e este ano marca a primeira vez que as compras online no Black Friday ultrapassaram 1 bilhão de dólares. Isso mostra que a sociedade está pronta para angariação digital de fundos. Se você ainda não ouviu falar sobre “crowdsourcing”, você desconhece uma peça fundamental no eco sistema online de hoje. A Wikipedia define “crowdsourcing” como um processo que envolve tarefas de terceirização a um grupo distribuído de pessoas, que normalmente é um público indefinido. Entre as inúmeras variações de “crowdsourcing”, há uma que vou focar nesse post: o “crowdfunding”. O “crowdfunding” é definido, também pela Wikipedia, como o financiamento de projetos por uma multidão de pessoas, com diferentes níveis de contribuição. A captação de recursos para projetos tradicionalmente começa com um “business case” abrangente, juntamente com uma boa apresentação, que tem que ser feita considerando a perspectiva única de cada um dos indivíduos e instituições que se pretende abordar: executivos, investidores anjo, capitalistas de risco, dentre outros. Como o tempo é uma restrição crítica, há apenas uma quantidade limitada de investidores potenciais que poderão ser abordados para assegurar o financiamento para o seu projeto. O chamado “Kickstarter” veio para mudar esse cenário. Pela primeira vez, foram disponibilizadas ferramentas adequadas e capazes de atingir um público muito grande, bem maior do que aquele que se poderia alcançar por meios convencionais. O processo é simples e rápido, e ele permite que sejam usadas várias ferramentas capazes de promover uma idéia. Você pode gravar suas idéias em um vídeo interessante, complementá-lo com textos muito bem elaborados e que vendam sua idéia, e ser muito criativo no que se refere ao retorno para os financiadores potenciais. Esse retorno poderá assumir várias formas e variar de extremamente baratas, para as pessoas que doarem valores pequenos (um dólar, por exemplo), até incluir soluções completas, livros ou outras alternativas que venham a ser propostas. A variedade de projetos também é animador: filmes, gravação de discos, dispositivos “gadgets”, máquinas industriais, livros de arte, exposições de arte, roupas e muito mais. O criador recebe o dinheiro após o financiamento alcançar a 100% e, em alguns casos, vai além das expectativas iniciais. A Pebble é um exemplo, o projeto arrecadou mais de 10 milhões de dólares, mais de 10.000% (10,000 por cento) do pedido original. Por sua vez, Amanda Pledge garantiu quase 1,2 milhões de dólares para seu novo álbum, livro de arte e turnê. A lista é grande e muito atraente. Assim, a principal questão agora é: podemos replicar isso em outros países? Estamos vendo agora uma solução semelhante no Brasil, Catarse.me, o financiamento de projetos em artes, música e muitas outras categorias. Recentemente, no Kickstarter tivemos o financiamento de uma nova solução Arduino, para uma equipe baseada na Itália. Este modelo também é aplicável para a América Latina, mas a África vai exigir uma abordagem diferente. O sistema bancário na maioria dos países ( do chamado primeiro mundo) é feito por telefones celulares, os micro-pagamentos são a norma, e a exclusão digital está lentamente indo embora. Isso vai acontecer com certeza, mas vai ser em uma configuração diferente, com diferentes objetivos e mecanismos. Então, você sabe sobre quaisquer iniciativas semelhantes que acontecem no nosso país? Cheers, Caetano Notari. Para mais informações sobre o autor e o tema da inclusão digital consulte http://intelligentinclusion.com/

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