Eu
caminhava tranquilamente pelo enorme tapete vermelho na área paga da Campus
Party – chamada de Arena - e vi dois rapazes e uma moça experimentando um jogo,
usando seus próprios movimentos, como numa dança. Sim, eles estavam dançando.
Logo um rapaz de camisa branca se aproxima para ver tudo mais de perto. Eu movi a câmera do meu smartphone, num giro
de 360 graus, registrando quem estava passando por ali e observei muitas
pessoas, centenas delas, sentadas em bancadas com seus computadores, meio que
absorvidas, mergulhadas em seus aplicativos, acessando à Internet de ultra
rápida velocidade que tinha sido disponibilizada para os participantes do
evento. Aquele era o lugar das chamadas comunidades, reunindo principalmente
desenvolvedores, criadores e gamers. Essas comunidades – grupos com interesses
em comum – podiam criar ou ampliar suas conexões, compartilhar conhecimento,
estimular o espírito colaborativo, impulsionar novas ideias e inspirar outros a
se integrarem. Sim, ali podia ser um bom lugar para isso.
Em
pontos estratégicos daquele espaço haviam palcos para apresentações de
especialistas, debatendo sobre assuntos relevantes. Eram palcos dedicados,
batizados com nomes como Palco Creativity, Palco Makers, Palco Gamers, Palco
Entrepreneurship, Palco STEAM, Palco Feel the Future e Palco Coders. Todos escritos
em inglês. Por um instante me veio a seguinte questão: Não se pode ser criativo
em português? Deixa isso pra lá! Todos os palcos – com seus respectivos lugares
para as pessoas assistirem as apresentações devidamente acomodadas - no mesmo
espaço aberto, junto com as pessoas nas mesas das comunidades, palestrando e
falando ao mesmo tempo. Se você fosse para um dos palcos assistir a uma
palestra, poderia acompanhar o som do palestrante perfeitamente, mas aquele
ruído sonoro de fundo, excessivo para o meu gosto pessoal, o acompanharia em
todos os lugares da Arena. Continuei registrando a Arena na câmera do meu
smartphone e quando terminei o giro, duas moças de camiseta branca já estavam
na frente do tal jogo, prontas para experimentar alguns passos. Aqui a fila
também andava!
Uma
outra área chamada Camping estava reservada para a galera que pagou para dormir
no evento, para ficar lá todas as horas do dia e da noite. Essa área estava
lotada pelos muitos que queriam simplesmente estar ali o máximo de tempo
possível, sem ter que ir para casa no final do dia e ter o trabalho de voltar
no dia seguinte. Para sentir o futuro – Feel the Future - era preciso estar
nele o tempo todo!
Minha
missão na CPBR12 foi ministrar uma “Oficina” sobre o microcontrolador Arduino e
sua programação no stand do Centro Paula Souza, em parceria com a Módulo Eletrônica de Campinas/SP. Tudo isso rolou no dia 14 de fevereiro de 2019, com
o horário das 13:00 horas para começar! A realização foi de responsabilidade da
Módulo Eletrônica, empresa fornecedora de componentes eletrônicos, de uma vasta
linha de produtos para Arduino e de impressoras 3D.
O
stand do Centro Paula Souza estava na área gratuita da Campus Party chamada de Open
Campus, onde ficavam os stands dedicados aos simuladores, drones, robôs, a
educação do futuro e, não menos importante, aos patrocinadores. Poder
contribuir com uma instituição de ensino de vanguarda, que adota metodologias
ativas de aprendizagem para motivar os jovens nos seus estudos, foi uma
experiência muito gratificante.
Em
todas as áreas da Campus Party o sistema de ar condicionado funcionou
perfeitamente. A temperatura era agradável, mas o ruído sonoro me incomodou,
devo confessar. O ruído sonoro excessivo é algo que se precisa aprender a
conviver quando se decide estar nesse tipo de evento. Fácil para uns e difícil
para outros como eu. Eu ainda tinha mais uma dúvida que me acompanhava desde o
primeiro momento que entrei no pavilhão da Expo Center Norte em São Paulo: -
Será que todo esse pessoal acampado consegue mesmo dormir à noite? Vai saber! Eu
acho que, depois de tudo que rolou no evento, muitos estarão determinados a
perseguir seus sonhos, cheios de motivação e novas ideias. Mas dormir mesmo, só
quando cada um estiver estirado em sua própria cama, no escurinho calmo e
seguro de seus quartos. Nessa hora, e só nessa hora, é que, sem se dar conta, cairão
no sono profundo e merecido, pois, afinal de contas, a tecnologia é inspiradora,
mas o sono é mais que sagrado.
Campus Party Brasil – CPBR12
De 12 à 17 de fevereiro de 2019
Expo Center Norte na cidade de São Paulo