terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Pra gente começar 2018 pensando que sempre é possível fazer melhor!



De acordo com matéria do jornal The New York Times de 28 de dezembro de 2017 e publicado no site www.cnbc.com, apesar dos enormes avanços da tecnologia o que se conclui é que somos apenas humanos.

A matéria ressalta que em 2017 o badalado Vale do Silício, na California-EUA, pareceu muito com um bonde sem freio de escândalos e pecado. Os problemas incluíram relatos sobre assédio sexual e mau comportamento de executivos do Uber e sobre o Facebook por não manter a sua plataforma a salvo de propagandistas russos e extremistas globais. Isso sem falar no Twitter e no YouTube que passaram a maior parte do ano lutando para se purificar de neonazistas, exploradores infantis e outros seres indesejáveis. Mas, como destaca a matéria citada, nem tudo foi ruim. Como muitas das maiores empresas do Vale do Silício estavam causando estragos, inúmeras pessoas e organizações usaram a tecnologia para avançar em causas importantes e resolver problemas em larga escala. A matéria destaca que é possível fazer o bem usando a tecnologia e apresenta alguns esforços tecnológicos que produziram benefícios sociais reais em 2017.

Ajudando os cegos a ver
Aira – uma start-up em San Diego, fornece "interpretadores visuais" através de um serviço de assinatura sob demanda. Os usuários usam óculos equipados com câmeras que compartilham o que vêem através de uma conexão sem fio incorporada com uma pessoa que descreve os arredores ou orienta-os a executar tarefas complicadas em tempo real. 

Fonte: Aira

eSight - uma empresa em Toronto, está construindo tecnologia para pessoas que têm deficiência visual, mas não perderam completamente a visão. Este ano a empresa lançou o eSight 3, a última versão do seu fone de ouvido/óculos de assistência visual, que usa câmeras digitais e algoritmos de processamento de imagem, semelhantes aos encontrados em alguns sistemas de realidade virtual, para capturar e aprimorar o que o usuário vê. A imagem aprimorada é exibida em duas telas perto dos olhos do usuário, melhorando sua capacidade de ver detalhes pequenos ou distantes.

Fonte: eSight


Mantendo a água saindo da torneira
As programadoras Tiffani Ashley Bell e Kristy Tillman descobriram que milhares de residentes de baixa renda da cidade de Detroit estavam com seus abastecimentos de água cortados por falta de pagamento. Por isso, decidiram criar o Detroit Water Project, uma plataforma online que casava doadores voluntários com domicílios de Detroit com contas de água não pagas. A organização sem fins lucrativos, agora conhecida como Human Utility, se expandiu para Baltimore. Em 2017, os doadores da organização pagaram mais de US $ 120.000 em contas de água para cerca de 300 famílias. É uma maneira simples, mas eficaz, de garantir que as pessoas tenham acesso a uma necessidade humana básica.

Fonte: The Human Utility

Usando a criptografia para o bem
É difícil argumentar que o boom do bitcoin do final de 2017, que dominou a conversa tecnológica e criou riquezas para um grupo reduzido, foi benéfico para a sociedade em geral. Mas dois projetos se destacaram por tentar transformar a mania da criptografia em uma força positiva.
Bail Bloc – um projeto criado pelo The New Inquiry, uma revista on-line, é um aplicativo que usa o poder de processamento de reposição do seu computador para produzir uma “cryptocurrency” chamada monero, que é semelhante ao bitcoin. O monero gerado pelo software é então convertido em dólares e doado para o Bronx Freedom Fund, uma organização que ajuda a pagar taxas de fiança para os nova-iorquinos de baixa renda que foram acusados de delitos menores, para que possam sair da prisão enquanto esperam julgamento. No seu primeiro mês, o aplicativo criou e doou mais de US$3.000 em monero.
Pineapple Fund - criou uma forma mais misteriosa de filantropia usando a criptografia. A organização foi iniciada em dezembro por um doador anônimo, com o apelido de "Pine" e que afirma estar entre os 250 maiores detentores de bitcoins do mundo. O fundo pretende distribuir $86 milhões de bitcoin e já deu US$ 20 milhões da moeda para 13 organizações, incluindo doações de milhões de dólares para o Projeto Água, que fornece água limpa para as pessoas na África subsaariana e para a Electronic Frontier Foundation, um organismo de controle de direitos digitais. (Essas doações podem ser verificadas graças ao sistema de livros digitais da Bitcoin, que registra cada transação em um banco de dados público.) Esse tal de "Pine", seja lá quem seja ele ou ela, parece ter encontrado uma maneira de converter Bitcoin em algo realmente útil.

Usando IA para ser mais justo durante as contratações
Pymetrics - uma empresa start-up de Nova York, usa algoritmos de Inteligência Artificial para neutralizar o viés em vez de perpetuá-lo. Isso faz com que o software ajude as empresas a avaliar os candidatos de emprego, substituindo métodos defeituosos adotados nas práticas de recrutamento por uma série de jogos baseados em neurociência que se destinam a ser não discriminatórios. Os resultados desses jogos são analisados com algoritmos que comparam as habilidades de um candidato com as de funcionários existentes. Os resultados do algoritmo são então analisados e ajustados para se certificar de que eles não estão dando uma vantagem aos candidatos de qualquer gênero, raça ou formação educacional. É uma maneira de tornar o processo de contratação mais justo e colocar candidatos de origens não tradicionais em melhores condições. Grandes corporações, como a Unilever e a Accenture, já estão usando a Pymetrics para diversificar seus pools de talentos. 

Fonte: Pymetrics


Ajudando imigrantes a navegar no labirinto legal
A política dura e polêmica da administração Trump em 2017 tornou a vida mais difícil para muitos imigrantes e suas famílias. Felizmente, um punhado de start-ups está tentando ajudar.
Visabot - uma empresa de São Francisco, criou uma ferramenta automatizada para orientar os imigrantes através do processo de solicitação de extensões e transferências de vistos, arquivamento de "green cards" e outras tarefas comuns de imigração. A ferramenta, um chatbot que funciona no Facebook Messenger, ajuda os imigrantes a coletar os documentos que precisam e sugere melhorias em suas aplicações. A empresa diz que 100 mil pessoas usaram seus serviços, e recentemente lançou versões chinesas, hindus e espanholas.

A matéria termina com um apelo: “Let's have more of these in 2018, and fewer behemoths behaving badly”, que seria algo como “vamos ter mais disso (bons exemplos) em 2018, e menos gigantes se comportando mal”. Bem, é isso ai! Até a próxima.
Fonte: ROOSE, K. The New York Times, 2017. Disponível em


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