domingo, 23 de julho de 2017
sexta-feira, 14 de julho de 2017
Sobre as Técnicas de Facilitação – Parte 1
A facilitação é um conjunto de técnicas utilizadas por um
líder ou facilitador para melhorar o funcionamento de um workshop ou uma
reunião da equipe de projeto. É claro que estamos falando do gerente de
projetos, que mais influencia do que manda, por não ter - na maioria das vezes - poder formal (não é o chefe direto) sobre os indivíduos
que estão trabalhando na equipe de projeto por ele (ou ela) gerenciada. Ser um bom facilitador, da
forma como vamos abordar nesse texto, ajudará o gerente de projetos na sua
posição de exercer influencia.
Os
benefícios da aplicação de técnicas de facilitação incluem:
• Eliminação
do efeito negativo da política interna e das lutas pelo poder que prejudicam o
processo de coleta de informações e ou resolução de problemas;
• Comunicação aprimorada entre os participantes da reunião ou do workshop;
• Participação equilibrada necessária para alcançar o consenso;
• Atividades bem feitas e necessárias para que o trabalho seja concluído com sucesso;
• Criatividade aprimorada e resolução de problemas em grupo;
• Maior facilidade e eficácia na resolução de conflitos;
• Maior compromisso com os resultados do workshop ou da reunião;
• Gerenciamento de expectativas;
• Definições aprimoradas dos requisitos de negócios.
• Comunicação aprimorada entre os participantes da reunião ou do workshop;
• Participação equilibrada necessária para alcançar o consenso;
• Atividades bem feitas e necessárias para que o trabalho seja concluído com sucesso;
• Criatividade aprimorada e resolução de problemas em grupo;
• Maior facilidade e eficácia na resolução de conflitos;
• Maior compromisso com os resultados do workshop ou da reunião;
• Gerenciamento de expectativas;
• Definições aprimoradas dos requisitos de negócios.
A facilitação é um processo de, ao mesmo tempo,
aproveitar o conhecimento dos participantes enquanto se gerencia o
comportamento dos mesmos para realizar um conjunto de objetivos predefinidos. A
facilitação está preocupada com o conteúdo do que está sendo tratado na reunião
ou no workshop (ou seja, as entregas do projeto) e, ao mesmo tempo, igualmente preocupada
como o processo usado para conduzir a reunião ou o workshop. Por conta dessa
dupla preocupação, é muito importante fornecer um ambiente que proporcione equilíbrio. As técnicas de facilitação são aplicações dos
princípios e conceitos de ciência da comunicação, psicologia comportamental e
dinâmica de grupo.
O JAD (“Joint Application Design”), o QFD (“Quality
Function Deployment”) e o VOC (“Voice of the Customer”) são exemplos de métodos
que usam a facilitação.
Um facilitador deve possuir uma variedade de habilidades
e conhecimentos que o capacitam a efetivamente realizar workshops e reuniões.
Existem seis grupos básicos de habilidades:
Liderança – inclui o planejamento e o gerenciamento de
projetos, as habilidades interpessoais, tomada de decisão e construção de
consenso, profissionalismo e asserção.
Análise e resolução de problemas – inclui a análise de causa
raiz, a análise de problemas, o questionamento, a coleta e análise de
informações (técnica de questionamento, “brainstorming” e “Nominal Group
Technique”).
Comunicação – inclui habilidades tanto verbais como não
verbais (o uso da linguagem corporal), o comando forte da linguagem falada da
equipe e da terminologia técnica relacionada ao produto ou a entrega.
Saber ouvir – inclui várias técnicas de memória e
feedback (por exemplo, escuta proativa), bem como compreender os conceitos de
filtragem.
Dinâmica de grupo – inclui a motivação, o gerenciamento
de conflitos, a tipografia de personalidade, a psicologia comportamental, e a construção
de equipes.
Técnico – inclui dominar conceitos, saber usar
ferramentas, ter conhecimento da indústria e do setor de negócios, compreender
as mudanças organizacionais e conhecer as técnicas de análise de sistemas sócio
culturais das organizações (“Organizational Assessment” ou avaliação organizacional,
análise DISC).
Em breve continuaremos com o tema da facilitação no nosso blog. É isso
aí! Até a próxima.
..............................
Glossário:
JAD (Join Application Design): Metodologia criada pela
IBM do Canadá em 1977 para moderação de discussões de brainstorming acelerando
e consolidando o desenvolvimento de aplicações de sistemas de informação.
QFD (Quality Function Deployment): Método criado no Japão
em 1966 para transformar as demandas qualitativas dos usuários em parâmetros
quantitativos, e assim implantar as funções que formam a qualidade e implantar os
métodos necessários para alcançar um design de qualidade dos subsistemas e
componentes e, em última análise, para especificar os elementos do processo de
fabricação.
VOC (Voice of Customer): É um termo usado em negócios e TI
(Tecnologia da Informação) para descrever o processo detalhado de captura das
expectativas, preferências e aversões do cliente.
Organizational Assessment: Esta técnica analisa a cultura
estabelecida e os indicadores sobre quanto uma organização está pronta para
mudanças radicais na forma de fazer negócios, agora e no futuro. Geralmente,
inclui uma avaliação dos sistemas sociais para a empresa, que são a estrutura
para motivar, pagar e conduzir as pessoas a realizar um processo. Isso exclui
os sistemas técnicos.
Nominal Group Technique: É um processo de grupo
envolvendo identificação de problemas, geração de solução e tomada de decisão. Pode
ser usado em grupos de muitos tamanhos, que querem tomar sua decisão
rapidamente, como por uma votação, mas quer que as opiniões de todos sejam
levadas em consideração, em oposição à votação tradicional, onde somente o
maior grupo é considerado.
Análise DISC: É um modelo para examinar o comportamento
dos indivíduos em um determinado ambiente. Considera que existem quatro tipos
básicos de comportamentos previsíveis observados nas pessoas e tais respostas
comportamentais ocorrem a partir da combinação de duas dimensões: uma interna
(referente à percepção do poder pessoal no ambiente) e outra externa (percepção
da favorabilidade do ambiente). Como resultantes desta matriz temos os
seguintes fatores: Dominância (D), Influência (I), Estabilidade (S) e
Conformidade (C) (variações nestes termos podem ocorrer em função do
referencial utilizado).
..............................
domingo, 2 de julho de 2017
O Mito do Super Gerente
Muitos autores
insistem na ideia do super gerente, aquele (ou aquela) que tudo pode e é capaz
de tudo fazer através de seus superpoderes. Sim, estou exagerando! Apenas vamos
refletir sobre algumas hipóteses relacionadas ao trabalho dos gerentes nas
organizações.
·
A alta rotatividade de mão de
obra é um sinal de gerenciamento pobre;
·
Pagar um bom salário não é
suficiente para extrair o melhor de um gerente;
·
A produtividade e o alcance de
metas são as prioridades mais altas de um gerente;
·
Um líder deve determinar o que é
importante;
·
Os gerentes precisam saber
delegar muito bem para ter sucesso.
A primeira
vista tudo parece se encaixar e fazer sentido. Agora vejamos uma por uma das
afirmações acima com um pouco mais de cuidado.
A alta
rotatividade de mão de obra é um sinal de gerenciamento pobre – Será mesmo?
Muitas pessoas permanecem nas empresas porque preferem não sofrer o estresse de
buscar algo novo ou diferente daquilo que já estão acostumadas. No outro
extremo há pessoas que são insatisfeitos por natureza e buscam constantemente novas
oportunidades. Alguns colaboradores crescem na empresa ajudados por seus
gerentes e isso aumenta suas chances de conseguir um emprego melhor em outra
organização. Portanto, há muitas razões para a rotatividade de mão de obra e não
é só o gerenciamento pobre que faz alguém sair da empresa. A verdade é que o
indicador de rotatividade de mão de obra precisa ser analisado para identificarmos
as causas reais da saída das pessoas da empresa. Será que os colaboradores
estão saindo do departamento porque conseguiram posições melhores em outras
áreas na mesma empresa? Será que conseguiram um salário melhor em uma nova
empresa? Ou será que foram simplesmente desligados da empresa em um movimento
de redução de pessoal? De qualquer modo, não dá para simplesmente afirmar que a
culpa da alta rotatividade é do gerente e ponto final. Pensando com um pouco
mais de calma, não é tão difícil assim entender que essa é uma conclusão
apressada, apenas para dizer o mínimo.
Pagar um bom
salário não é suficiente para extrair o melhor de um gerente – Não se trata de minimizar
ou subestimar a importância do salário para os gerentes. Estou de acordo que os
gerentes estão procurando outras coisas além do “vil metal”, um algo mais que
poderia ser explicado como a sensação de pertencer a algo mais importante do
que eles mesmos, de poder contribuir para o sucesso de uma organização, de ser
criativo e influenciar nas decisões, e até mesmo deixar um legado. É verdade
que algumas pessoas têm mais isso do que outras. As pessoas assim costumam ser
incrivelmente motivadas e isso é vital para o trabalho de hoje em dia. Sim, eu
acredito que tudo isso faça muito sentido. As pessoas precisam e desejam ser
valorizadas, desejam pertencer a algo maior do que elas e gostam de dar sua
contribuição. Mas, todos nós seres humanos normais de carne e osso temos contas
para pagar e precisamos sobreviver e buscar o melhor e por isso o salário será sempre
um fator muito importante. Olhando na direção contrária da afirmação que inicia
esse parágrafo podemos dizer que se o gerente não é bem pago isso contribuirá
para um desempenho ruim.
A
produtividade e o alcance de metas são as prioridades mais altas de um gerente
- Isso é parcialmente verdadeiro. Não
se trata apenas de produtividade ou de alcançar as metas. Os
bons gerentes sabem que é importante fazer isso da forma correta. Por exemplo,
qual o prejuízo de prometer algo que não se pode cumprir? O gerente de vendas,
por exemplo, fecha um negócio prometendo um prazo menor do que é possível
conseguir se o trabalho necessário segue o seu curso normal. Para conseguir o
tal prazo mais curto seria necessário lançar mão de horas extras e se isso não
for obtido, além de arcar com um custo adicional não previsto, veríamos a
imagem da organização sendo arranhada pelas reclamações do cliente. Não deveria
ser mais admissível ouvir algo como: “Eu vendi e atingi as metas. Agora, se
vira!”. Isso é semelhante ao diretor que decide, só porque tem um cargo
superior no organograma da empresa, reduzir o prazo de um projeto, sem que isso
leve ao aumento nos custos, apenas por “entender” que deve ser assim e pronto. Ele
é o diretor e ele manda! Ele diz: “Na minha opinião o prazo do projeto deve ser
menor, sem que isso represente aumento no orçamento”. Simples! Será mesmo? Bem,
todos sabemos que o prazo menor do que o indicado no cronograma do gerente do
projeto deveria ser justificado. Da mesma forma, deveríamos justificar porque a
redução desse prazo não representaria aumento nos custos. Em outras palavras, para
decidir se o prazo deve ser reduzido sem que isso afete os custos, evidências
deveriam ter sido apresentadas e não apenas levar em conta uma simples opinião,
mesmo que essa tenha sido a opinião de alguém que ocupe uma posição importante
no organograma da empresa. Em resumo, fazer acontecer da forma correta irá
ajudar a organização como um todo a alcançar seus objetivos estratégicos.
Um líder deve determinar o que é importante – Essa é outra verdade parcial. O gerente não trabalha sozinho e não toma todas as decisões. Mas, ele (ou ela) pode ajudar a identificar as prioridades e participar das decisões sobre o que é mais importante. Nas grandes empresas há muitos projetos e nem todos são realmente importantes. Por outro lado, nenhuma empresa opera com recursos ilimitados e dinheiro sobrando. É justamente o contrário, o tempo disponível e o orçamento tem limitações. Então, o bom gerente deve trabalhar com a organização para maximizar esses recursos, auxiliando na escolha daqueles projetos que são realmente relevantes. E só isso já implica em uma grande responsabilidade.
Os grandes
gerentes precisam saber delegar muito bem para terem sucesso – Essa afirmação me
parece ser verdadeira. Delegar significa conseguir tempo para se concentrar nas
tarefas mais importantes e para gerenciar a equipe. Gerenciar demanda muito
tempo do gerente e por isso é tão importante saber delegar tarefas. É
necessário construir uma equipe de confiança e com capacidade de executar.
Dessa forma, o gerente também aprende com a equipe. Em outras palavras, o
gerente de carne e osso, por melhor que seja, não conseguirá fazer tudo sozinho
e por isso precisará delegar. Afinal de contas, ser gerente, na maior parte do
tempo, é justamente o exercício de conseguir que as coisas sejam feitas, e bem
feitas, por outras pessoas, a sua equipe, e não por ele mesmo.
Se um bom
gerente é alguém capaz de fazer acontecer, de fazer a diferença? Sim, com
certeza! Mas, eles e elas fazem isso através de muito trabalho e esforço. Através
do próprio trabalho e do trabalho de seus colaboradores. E, por favor, não se
iluda! Os melhores gerentes continuam sendo pessoas de carne e osso, com
defeitos e problemas pessoais, sem possuir os tais super poderes. E agora, amigo
leitor, eu não estou exagerando.
Marcadores:
Ambiente de Trabalho; Comportamento.
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