Os serviços de banda larga 3G representaram 32% (13.732) das reclamações sobre telefonia registradas de janeiro a maio de 2009. Em relação ao segundo semestre de 2008, o volume aumentou 95%, conforme revelado pelo site Reclame Aqui !
Num primeiro momento podemos até compreender que um serviço novo no país possa mesmo estar sujeito a falhas, mas como isso poderia efetivamente melhorar?
Os sistemas de telefonia móvel 2G e 3G, são projetados para – à partir das radio bases instaladas em torres, postes e telhados - produzir cobertura fora e dentro dos prédios, ou seja, cobertura outdoor e cobertura indoor, com níveis de sinal bastante razoáveis, o que significa em outras palavras que esses sinais possuem qualidade suficiente para as aplicações mais comuns de voz e dados. Entretanto, em algumas situações especificas torna-se necessário lançar mão de sistemas adicionais de cobertura, conhecidas como soluçoes de cobertura in-building, porque esses sistemas são instalados dentro dos próprios prédios e das áreas que se deseja cobrir.
O metrô de São Paulo, por exemplo, está recebendo um desses sistemas, pois lá os sinais da rede celular não conseguem se propagar. Após a sua instalação, as pessoas poderão enviar e receber normalmente mensagens de voz e de texto em seus celulares. O mesmo se aplica a ambientes como túneis e sub-solos, casos em que os sinais de radio frequência da rede celular tem extrema dificuldade em se propagar.
Além das áreas fechadas como túneis e sub-solos, as soluções in-building são recomendadas para edifícios altos. Nos andares altos é comum que apareça o problema da interferência. Isso significa que - como o telefone celular está em um lugar alto - várias fontes de sinal de rádio frequência, gerados por estações radio base que estão próximas, conseguem chegar até o telefone móvel e acabam competindo entre si pela atenção do receptor deste celular. O problema da interferência afeta a qualidade do sinal e consequentemente do serviço para o assinante.
Finalmente, existem áreas que não estão em sub-solos nem em prédios altos, mas possuem características próprias de tráfego de voz e de dados (em outras palavras, são locais com alto tráfego, que podem gerar congestionamento na rede), e que as operadoras, para garantir a qualidade de seus serviços, acabam por implementar soluções de cobertura in-building. Exemplos clássicos dessa categoria de construção são os shopping centers, os aeroportos e os estádios esportivos.
Em sistemas WCDMA (tecnologia adotada nas redes 3G), que introduzem serviços multimídia, a demanda por boa cobertura indoor é muito importante.
Implementar repetidores pode ser uma alternativa que leve a um nível suficiente de cobertura indoor. Entretanto, para prover cobertura indoor de boa qualidade em hot spots com alto tráfego e uso intenso do acesso à banda larga via 3G, a implantação de um sistema dedicado de cobertura in-building é requerida. Já há vários estudos e casos práticos que comprovam essa afirmação aqui e fora do Brasil.
Com a implantação, em maior escala que a atual, de soluções de cobertura in-building pelas operadoras móveis, significando na prática melhor cobertura e capacidade da rede 3G, o volume de reclamações deverá ser fortemente reduzido. Isso seria um ótima notícia para nós, usuários. A boa notícia para as operadoras, seria o aumento significativo do nível de satisfação dos usuários da banda larga móvel, uma típica solução ganha-ganha.
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