quinta-feira, 15 de maio de 2025

Será que a IA pode mesmo cumprir tudo que promete na Gestão de Projetos?

 

Em um artigo com o título de Can AI Deliver on Its Promises in Project Management?, publicado em fevereiro de 2025 no site PMtimes, Paul Oppong discute sobre o quanto a IA está preparada para cumprir suas promessas no gerenciamento de projetos.

Paul Oppong é consultor de gestão, estratégia e transformação de negócios, especializado em transformação digital e gerenciamento de programas.

Veja abaixo o texto traduzido de partes do artigo mencionado ao final desse post. Vale a pena conferir.

Em vários ambientes profissionais, executivos e profissionais de projeto frequentemente discutem o potencial da Inteligência Artificial (IA) para revolucionar o gerenciamento de portfólio de projetos, do inglês Project Portfolio Management (PPM). Eles imaginam a IA criando casos de negócios, criando planos de projeto e até mesmo gerando relatórios de status de forma autônoma. Essas ambições refletem as promessas de eficiência, precisão e insights preditivos do setor de tecnologia. No entanto, por mais atraentes que sejam essas perspectivas, a realidade pode ser mais sutil. A IA no PPM é uma faca de dois gumes, oferecendo promessas e perigos.

O apelo da IA reside em sua capacidade de analisar conjuntos de dados massivos, identificar padrões e automatizar tarefas repetitivas. Ferramentas como o Co-pilot da Microsoft já estão entrando no espaço do PPM, auxiliando as equipes na elaboração de documentos do projeto, identificando riscos potenciais e gerando insights. No entanto, muitas organizações permanecem cautelosas. Uma pergunta recorrente surge: "Podemos confiar em um plano de gerenciamento de projetos gerado por IA ou em uma decisão crítica que está indo para um patrocinador ou conselho para aprovação?" Esse ceticismo não é injustificado, dadas as inconsistências observadas nos resultados baseados em IA e a natureza crítica das decisões em jogo.

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Embora a IA tenha um imenso potencial, ela tem limitações significativas. Um problema gritante é a dependência de dados limpos, completos e contextualmente relevantes. Ferramentas de IA como o Microsoft Co-pilot podem ser impressionantes em sua capacidade de analisar e redigir conteúdo, mas sua eficácia depende da qualidade dos dados que são alimentados. As organizações geralmente enfrentam desafios com dados incompletos, desatualizados ou inconsistentes, o que pode levar a insights ou decisões falhas. Por exemplo, uma IA pode recomendar um ajuste do cronograma do projeto sem levar em conta fatores externos, como preocupações das partes interessadas ou o cenário regulatório em evolução.

...]

[...] algumas lições críticas emergem para os profissionais que integram a IA em suas práticas de PPM:

Primeiro, a supervisão humana é indispensável. A IA pode analisar dados e fornecer recomendações, mas carece do julgamento necessário para navegar pelas complexidades dos objetivos organizacionais e da dinâmica humana. Os profissionais devem continuar sendo os árbitros finais da tomada de decisões.

Em segundo lugar, a IA deve aumentar, não substituir, a experiência humana. O objetivo da adoção da IA deve ser aprimorar as capacidades humanas. Por exemplo, o uso de IA para analisar os riscos do projeto pode liberar os profissionais para se concentrarem em planos estratégicos de mitigação.

Em terceiro lugar, as organizações devem começar pequenas, iterar e escalar com responsabilidade. Comece implantando a IA em áreas de baixo risco, como automatizar relatórios de progresso, antes de dimensionar seu uso em funções críticas de decisão. Essa abordagem minimiza os riscos e permite que as equipes criem confiança nos fluxos de trabalho habilitados para IA".

 

Para mais detalhes consulte o link https://www.projecttimes.com/articles/can-ai-deliver-on-its-promises-in-project-management/

É isso aí, até a próxima.

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segunda-feira, 5 de maio de 2025

Transformação Digital e Aprimoramento das Organizações


O rápido desenvolvimento das tecnologias digitais permitiu o surgimento de empresas com novas formas de competir e criar valor para seus clientes. Isso levou muitas organizações a tomarem a decisão estratégica de estabelecer jornadas de transformação digital, buscando o desenvolvimento organizacional, nas quais os recursos e capacidades digitais seriam sistematicamente aprimorados, para alavancar novas possibilidades e responder às ameaças dos concorrentes.

A transformação digital traz mudanças significativas na forma como as empresas interagem com seus clientes, onde a experiência do cliente se torna peça-chave devido ao seu papel fundamental no sucesso do negócio. Outro elemento importante diz respeito ao conhecimento de como trabalhar com dados, transformando uma enorme massa de dados em informações relevantes que podem ser utilizadas para a tomada de decisões.

No entanto, improvisação e falta de profissionalismo não são estratégias recomendadas quando o objetivo é o desenvolvimento organizacional. Portanto, essa regra se aplica às iniciativas de transformação digital, pois elas estão fadadas ao fracasso se não forem bem implementadas.

O mundo em que vivemos tornou-se cada vez mais digital. Evidentemente, as empresas que nasceram digitais não precisam ser transformadas.

Quando as empresas se colocam no caminho da transformação digital, enfrentam diversos desafios, incluindo a disrupção causada pela tecnologia, bem como novas dinâmicas na forma de trabalhar e fazer negócios.

As chamadas tecnologias disruptivas, capazes de romper com modelos e padrões estabelecidos, como Inteligência Artificial (IA), Big Data, Blockchain e Internet das Coisas (IoT), podem transformar a maneira como as pessoas interagem entre si e com o ambiente. Somente no segmento de IA, existe um vasto campo de aplicações que incluem percepção e reconhecimento de padrões, representação de conhecimento, resolução de problemas, raciocínio, tomada de decisão, planejamento, processamento de linguagem natural, aprendizagem, manipulação e locomoção, inteligência social, inteligência emocional e criatividade.

A transformação digital, ou do ingles Digital Transformation (DT), pode ser definida como um processo que visa aprimorar uma organização, desencadeando mudanças significativas em seus ativos por meio de combinações de tecnologias de informação, computação, comunicação e conectividade. Esse processo transforma a empresa por meio de operações e modelos de negócios revisados ​​ou recém-criados, implementados por meio de iniciativas de digitalização com valor agregado, que, em última análise, resultam em maior lucratividade.

Portanto, se, por um lado, a DT foca nas tecnologias digitais desempenhando um papel central na criação de valor e no reforço das disrupções que ocorrem nos níveis da sociedade e da indústria, por outro, ela não se restringe à tecnologia, estando diretamente conectada à estratégia organizacional, implicando uma nova forma de pensar os negócios.

Uma organização deve atacar quatro áreas fundamentais, também chamadas de categorias, para ter sucesso no processo de transformação digital: tecnologia, dados, processos e capacidade de mudança organizacional.

Tecnologia: O potencial bruto das tecnologias emergentes é impressionante e, com o tempo, está se tornando mais fácil utilizá-las e entender como elas podem contribuir para oportunidades de transformação. No entanto, adaptar essas tecnologias às necessidades específicas do negócio e integrá-las aos sistemas existentes é extremamente complexo. Tecnologias legadas embarcadas em sistemas ERP são um fator complicador neste grande desafio.

Dados: A DT envolve a compreensão de novos tipos de dados não estruturados, lidando com grandes quantidades de dados externos, alavancando dados proprietários e integrando tudo isso, enquanto elimina enormes quantidades de dados que nunca foram utilizados. Um dos principais objetivos da transformação digital é obter novos dados e usá-los para refazer processos antigos. Uma abordagem mais orientada por dados permite a oportunidade de obter novos insights e, por sua vez, reinventar modelos de negócios e operações.

Processos: A digitalização de processos exige uma mentalidade de ponta a ponta, uma reformulação das formas de atender às necessidades dos clientes, uma conexão perfeita das atividades de trabalho e a capacidade de gerenciar as diferentes áreas da organização. Essa digitalização leva em consideração, por exemplo, a capacidade de coletar informações relevantes, analisá-las e traduzi-las em ações, o que está vinculado aos tópicos de big data e analytics. A transformação digital dos negócios inclui o processo de redefinir um negócio, digitalizar processos e expandir relacionamentos em múltiplas cadeias de valor agregado.

Capacidade de Mudança Organizacional: Essa capacidade está relacionada a vários elementos da gestão de mudanças, como liderança, inteligência emocional, cooperação e trabalho em equipe.

É fato que projetos de transformação digital apresentam um alto grau de fracasso. Pesquisas da McKinsey mostram que as taxas de sucesso são baixas. Por exemplo, menos de 30% das empresas obtêm sucesso. Também é fato que a mudança digital apresenta um alto grau de resistência. A transformação digital tem mais a ver com transformar pessoas do que com tecnologia.

Um relatório da Accenture afirma que 75% dos obstáculos que impedem o sucesso da transformação digital hoje são fatores não técnicos.

Os avanços tecnológicos são facilitadores de mudanças e desempenham um papel importante no contexto da transformação digital das empresas e seus modelos de negócios, mas é necessário que as mudanças ocorram nas pessoas que trabalham, desempenham funções e produzem resultados. Em outras palavras, líderes e funcionários precisam entender as implicações e os impactos da transformação digital em suas organizações.

À medida que a transformação digital traz mudanças amplas em áreas que incluem processos internos, tomada de decisão e as formas como os clientes interagem, também haverá a necessidade de mudanças em vários aspectos da cultura organizacional. A ação dos líderes é vital para essa mudança, pois eles expressam a cultura da organização.

É isso aí, até a próxima!

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terça-feira, 29 de abril de 2025

Como enfrentar um projeto em crise?



Este vídeo apresenta algumas dicas sobre como agir para enfrentar um projeto em crise.  

Para mais vídeos sobre gestão de projetos acesse o canal do YOUTUBE haroldosimoes2138

É isso aí, até a próxima!

Links:

https://h12sse.blogspot.com/2016/12/a-piada-dos-3-envelopes.html

https://www.ted.com/talks/christine_porath_why_being_respectful_to_your_coworkers_is_good_for_business?language=pt-br

 

quinta-feira, 3 de abril de 2025

Todos os ERPs modernos trabalham com IA


Os sistemas ERP (Enterprise Resource Planning, ou Planejamento de Recursos da Empresa) não são algo novo. Eu prefiro chamar os sistemas ERP de Sistemas Integrados de Gestão, uma vez que estes ajudam as organizações a integrar e gerenciar seus processos de negócios, incluindo, por exemplo, finanças, recursos humanos, produção, suprimentos e vendas, com uma visão unificada. Para tanto, um sistema ERP utiliza um banco de dados que opera em uma plataforma, que permite a interação de todos os setores de uma organização, facilitando a comunicação entre si.

Os Sistemas Integrados de Gestão surgiram nos anos 1950 e ganharam importância nos anos 1970, notadamente no planejamento de recursos da manufatura. Desde dessa época esses sistemas têm evoluído, até se tornarem, nos dias de hoje, essenciais para a maioria das organizações.

O Domínio da IA Generativa nos ERPs

Com os avanços na IA generativa, as organizações não estão apenas automatizando tarefas, mas também criando oportunidades de negócio ao desenvolver produtos e serviços inovadores. A combinação de IA generativa com software ERP permite experiências personalizadas para o cliente e a simplificação dos processos de criação de conteúdo. Por exemplo, uma empresa de varejo pode usar a IA generativa para criar de forma automática ofertas de produtos personalizados com base nas preferências individuais do cliente, sendo a produção relacionada a essas ofertas e o gerenciamento desse estoque diretamente integrados ao sistema ERP da empresa.

A IA também permite implementar medidas avançadas de segurança cibernética. Os sistemas de detecção e resposta a ameaças com tecnologia de IA estão se tornando padrão. Esses sistemas aproveitam o aprendizado de máquina para identificar e mitigar ameaças em tempo real.

Além disso, os modernos sistemas ERP utilizam a computação em nuvem, que oferece a flexibilidade, a escalabilidade e o custo-benefício que as empresas precisam para prosperar em um cenário intensivo em dados e orientado por Inteligência Artificial.

Não menos importante é o uso de plataformas de baixo código/sem código que também utilizam a IA. Essas plataformas permitem que os usuários criem aplicativos com conhecimento mínimo de codificação. As plataformas de baixo código/sem código oferecem interfaces intuitivas de arrastar e soltar que permitem que usuários empresariais, não apenas profissionais de TI, desenvolvam e implantem aplicativos. Por outro lado, este tipo de avanço pode criar problemas de governança de TI e, para evitar isso, recomenda-se estabelecer um comitê de supervisão centralizado para gerenciar o uso de plataformas de baixo código/sem código, garantindo o alinhamento com uma estratégia de TI mais ampla e mantendo os padrões de segurança e conformidade.

Portanto, sem sombra de dúvidas, todas os sistemas ERP modernos usam inteligência artificial.

É isso aí, até a próxima. 

segunda-feira, 24 de março de 2025

Inteligência Artificial e a Santidade da Criatividade Humana

 



Segundo a IBM, “Inteligência Artificial, ou IA, é uma tecnologia que permite que computadores e máquinas simulem a capacidade de resolução de problemas e a inteligência humana”. Esta tecnologia tem capacidade de aprender e reconhecer padrões e tendências a partir do processamento de enormes quantidades de dados.  

Ao analisar dados de projetos passados e atuais, por exemplo, a IA possibilita uma tomada de decisão mais eficaz em torno da entrega do projeto – prevendo melhor o desempenho futuro de um projeto, considerando todas as variáveis.

Mas, nem tudo são flores. Esse vídeo, no formato de uma história, apresenta uma percepção dos impactos da IA no ambiente de trabalho, tendo como referência dados e informações contidos nos links abaixo, além de outros materiais de domínio público.

Links sobre IA usados para criar esse vídeo:

https://www.ibm.com/br-pt/topics/artificial-intelligence

https://whiplash.net/materias/news_685/367665-ledzeppelin.html  

https://www.bbc.com/portuguese/articles/c51q3jvlyj8o

https://www.moneytimes.com.br/escassez-de-mao-de-obra-x-inteligencia-artificial-o-desafio-do-rh-em-2025-jals/

https://amcom.com.br/blog/3-motivos-inteligencia-artificial-nao-substitui-trabalho-humano/

https://www.welivesecurity.com/pt/seguranca-digital/o-impacto-da-ia-no-roubo-de-identidade-e-como-se-proteger/

https://www.unep.org/pt-br/noticias-e-reportagens/reportagem/ia-gera-um-problema-ambiental-veja-o-que-o-mundo-pode-fazer

https://fastcompanybrasil.com/co-design/as-piores-mancadas-ate-agora-cometidas-por-marcas-ao-usar-ia/ 

https://www.theguardian.com/technology/article/2024/may/10/is-ai-lying-to-me-scientists-warn-of-growing-capacity-for-deception

 

É isso aí, até a próxima.


quinta-feira, 20 de março de 2025

Inteligência Artificial: Boa pra quem é dono dessa tecnologia e ruim pra quem perde o emprego!

Segundo a IBM, “Inteligência Artificial, ou IA, é uma tecnologia que permite que computadores e máquinas simulem a capacidade de resolução de problemas e a inteligência humana”. (https://www.ibm.com/br-pt/topics/artificial-intelligence)

Esta tecnologia tem capacidade de aprender e reconhecer padrões e tendências a partir do processamento de enormes quantidades de dados.  Ao analisar dados de projetos passados e atuais, por exemplo, a IA possibilita uma tomada de decisão mais eficaz em torno da entrega do projeto – prevendo melhor o desempenho futuro de um projeto, considerando todas as variáveis.

Mas, nem tudo são flores. Há muitos aspectos e nuances que não devem ser esquecidos e que surgem num horizonte bastante próximo.

Aumento Exponencial no Volume e na Disseminação de Desinformação

"Os avanços na IA ampliarão a escala da tomada de decisão automatizada que é tendenciosa, discriminatória, excludente ou injusta. Ao mesmo tempo em que é inescrutável e incontestável". Estes avanços "podem impulsionar um aumento exponencial no volume e na disseminação de desinformação, fraturando assim a realidade e corroendo a confiança do público, além de gerar mais desigualdade, principalmente para aqueles que permanecem do lado errado da divisão digital".

Elizabeth Renieris, pesquisadora sênior do Instituto de Ética em IA da Universidade Oxford, no Reino Unido.

Inteligência Artificial Roubando Empregos

Na Era da Inteligência Artificial, é impossível não cogitar a automação de tarefas como a solução para a falta de gente. O Fórum Econômico Mundial estima que 41% das organizações planejam reduzir a força de trabalho até 2030 devido à automação.

Publicado por moneytimes.com.br (23/02/2025)

https://www.moneytimes.com.br/escassez-de-mao-de-obra-x-inteligencia-artificial-o-desafio-do-rh-em-2025-jals/

 

Adoção da Inteligência Artificial em Ascensão

A previsão é de que até 2027 a oferta de produtos e serviços relacionados à IA alcance a marca de US$ 990 bilhões. No Brasil, a adoção dessa tecnologia também está em ascensão: um relatório da Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) revelou que 83% das empresas planejam adotar tecnologias de IA nos próximos três anos. 

Publicado por amcom.com.br (28/11/2024)

https://amcom.com.br/blog/3-motivos-inteligencia-artificial-nao-substitui-trabalho-humano/

 

Fraudes Impulsionadas por Inteligência Artificial

A fraude de identidade ocorre quando suas informações pessoais identificáveis (PII) são usadas para cometer crimes, como contrair dívidas em seu nome ou acessar contas bancárias. Estimativas indicam que fraudes impulsionadas por IA já representam 43% de todas as tentativas registradas no setor financeiro e de pagamentos, com uma taxa de sucesso de quase 29%. 

Publicado por welivesecurity.com (12/02/2025)

https://www.welivesecurity.com/pt/seguranca-digital/o-impacto-da-ia-no-roubo-de-identidade-e-como-se-proteger/

Problemas com o Meio Ambiente

Uma solicitação feita por meio do ChatGPT, um assistente virtual baseado em IA, consome 10 vezes mais eletricidade do que uma pesquisa no Google, informou a Agência Internacional de Energia. Embora os dados globais sejam escassos, a agência estima que, no centro tecnológico da Irlanda, a ascensão da IA poderá fazer com que os data centers respondam por quase 35% do uso de energia do país até 2026.   

Publicado por unep.org (21/09/2024)

https://www.unep.org/pt-br/noticias-e-reportagens/reportagem/ia-gera-um-problema-ambiental-veja-o-que-o-mundo-pode-fazer

Mancadas Cometidas por Marcas ao usar Inteligência Artificial

A Microsoft provavelmente foi pioneira na breve história dos erros de IA. Em 2016, ela lançou o Tay, um chatbot alimentado por inteligência artificial e supostamente projetado para conversar com humanos e aprender com essas interações. infelizmente, ele acabou aprendendo com os usuários a reproduzir discursos racistas e antissemitas, e o projeto foi encerrado no dia seguinte.

O McDonald’s encerrou um experimento em que usava inteligência artificial para anotar pedidos em drive-thru. As interpretações erradas do sistema – que, às vezes, entendia que os clientes haviam pedido centenas de McNuggets ou sorvete com bacon, por exemplo – viralizaram nas redes sociais.

Publicado por fastcompanybrasil.com (13/07/2024).

https://fastcompanybrasil.com/co-design/as-piores-mancadas-ate-agora-cometidas-por-marcas-ao-usar-ia/ 

Sistemas de IA Contando Mentiras Premeditadas

A análise, feita por pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), identifica uma ampla gama de casos de sistemas de IA que traem oponentes, blefando e fingindo ser humanos. Um sistema até alterou seu comportamento durante testes de segurança simulados, aumentando a perspectiva de os auditores serem atraídos para uma falsa sensação de segurança.

Em um estudo, organismos de IA em um simulador digital "se fingiram de mortos" para enganar um teste construído para eliminar sistemas de IA que evoluíram para se replicar rapidamente, antes de retomar a atividade vigorosa assim que o teste foi concluído. Isso destaca o desafio técnico de garantir que os sistemas não tenham comportamentos não intencionais e imprevistos.

A revisão, publicada na revista Patterns, pede aos governos que elaborem leis de segurança de IA que abordem o potencial de engano da IA. Os riscos de sistemas de IA desonestos incluem fraude, adulteração de eleições e "sandbagging", onde diferentes usuários recebem respostas diferentes. Eventualmente, se esses sistemas puderem refinar sua capacidade inquietante de enganar, os humanos podem perder o controle deles, sugere o artigo.

Publicado por the guardian.com (10/05/2024)

https://www.theguardian.com/technology/article/2024/may/10/is-ai-lying-to-me-scientists-warn-of-growing-capacity-for-deception

segunda-feira, 3 de março de 2025

Salários Ágeis e ainda Baixos !

 



Dando uma olhada no Guia Salarial 2025 produzido pela empresa Robert Half podemos confirmar como os salários no Brasil são baixos, mesmo para cargos que envolvem tecnologia, pagos para pessoas com alto nível técnico e que estão as voltas com muito trabalho nos inúmeros projetos em andamento. É claro que essa é minha opinião.

E não adianta vir com esse papo de comparar esses salários, que alguns otários consideram altos, com os salários de funções que não necessitam grau de instrução superior. Essa comparação é simplesmente tola. É evidente que pessoas menos qualificadas ganham menos. Mas, essa não é a questão que estamos discutindo. O problema é que os salários – em quase todos os níveis - são baixos no Brasil e isso parece a tônica do nosso mundinho corporativo. Em outros países capitalistas não é assim.

Então vejamos, voltando aos números que estão disponíveis no site da empresa acima citada – ver link no final desse post - temos que os salários de funções relevantes em projetos ágeis – sim, da filosofia da agilidade tão badalada nas empresas e organizações dedicadas à gestão de projetos, espalhadas por nosso sofrido planeta -  estão dentro das seguintes faixas:

VALORES EM REAIS -

Desenvolvedor(a) Mobile Senior: $13.000 até $21.900

Desenvolvedor(a) Front-End Senior: $12.690 até $19.320

Desenvolvedor(a) Full Stack Senior: $12.250 até $20.600

Desenvolvedor(a) Back-End Senior: $12.250 até $20.600

Desenvolvedor(a) RPA Senior: $12.250 até $20.600

Product Owner – PO: $7.700 até $14.190

Gerente de Produto de Tecnologia: $11.000 até $18.000

Agile Coach: $11.000 até $18.000

Analista de Testes Senior: $10.350 até $17.400

 

Lembrando que os profissionais classificados em níveis pleno e junior, para as mesmas funções, ganham ainda menos. Tá bom, eu quero ainda dizer: - De que serviu ser ágil? Pra ganhar só isso?

Mas, olhando assim de primeira, não parece tão baixo. Vejamos então! Vamos lembrar que a economia brasileira é muito dolarizada em função de políticas que não privilegiam o desenvolvimento industrial do país. Por exemplo, os itens mais caros (eletrônica embarcada e outros) nos automóveis produzidos no Brasil são importados. O resultado é que não existe mais o tal carro popular. Um carro zero quilometro custa, geralmente, acima dos R$100 mil.

A química contida nos medicamentos é importada. Por isso os remédios são e ficam cada vez mais caros. Os microchips dos celulares são todos importados e, adivinhem, os celulares também são produtos caros. Tudo isso se estende e se amplia por diferentes setores produtivos, fazendo com que quase tudo que é importante e possui tecnologia de ponta (ou algum tipo de tecnologia desconhecida ou menos desenvolvida por aqui) seja importado. Então, seria um exagero dizer que esses salários em reais não compram p#*@ nenhuma? Calma, ainda preciso dizer mais algumas coisas antes de responder.

Alguém, que não frequenta os supermercados, poderia dizer que os alimentos, produzidos pelo Agro são acessíveis para o nosso povo. Mas quanta ignorância.

Uma visitinha aos supermercados, ou mesmo uma rápida pesquisa nos sites de supermercados na Internet, mostraria que os preços dos alimentos estão bastante salgados. Encontrei hoje em alguns supermercados pesquisados os seguintes preços:

Embalagem com 20 ovos: $20,50 ou $1,02 por ovo

Tomate italiano: $12,00 / Kg

Laranja Bahia: $17,00 / Kg

Maça Gala: $16,00 / Kg

Mexerica Murgote: $11,90 / Kg

Alface Lisa: $5,70 / unidade

Banana Prata: $10,00 / Kg

Banana Nanica: $7,00 / Kg

Leite tipo A: $7,00 / Litro

Maminha Bovina: $60,00 / Kg

Picanha Bovina: $66,00 / Kg

 

Olhando a lista de produtos separados até não parece tão caro. Mas lembre-se que você precisa comprar muitos produtos diferentes de uma vez e todos esses produtos somados levam a contas altas. E eu nem inclui os produtos de higiene, limpeza e tantos outros que precisamos nas nossas vidas.

Atualmente, uma simples visita a um supermercado pode resultar em uma conta na faixa de $300 a $400 reais por visita. Um valor atualmente considerado “normal” para quase qualquer comprinha de meia dúzia de produtos. Fora isso, também costumamos fazer compras de maiores volumes, não tão grandes como as antigas compras de mês, nos tempos da hiperinflação, mas ainda assim que nos levam a gastar mais dinheiro. Pense um pouco e tente responder a seguinte pergunta: - Quantas vezes as pessoas visitam os supermercados durante um mês?

Eu nem quero lembrar que tem brasileiros comendo osso, notícia alardeada em diferentes telejornais pelo país recentemente. Para a maioria da população pobre, está muito difícil conseguir comprar alimentos. O perfil salarial do trabalhador brasileiro é muito baixo. Vamos deixar de lado essa historinha de perfil. O brasileiro do povão ganha pouco! Para este ano de 2025, o salário mínimo nacional deverá ser reajustado para o valor de R$1,518, ou seja, a insignificância de US$261,63.

Repetindo algo que eu disse aqui em abril do ano passado, a renda média real domiciliar per capita da metade mais pobre da população brasileira é de R$537 mensais, constatou o IBGE em 2022. Ou seja, cerca de 107 milhões de brasileiros sobreviveram com apenas R$17,90 por dia. É isso! Agora faça as contas e veja se os alimentos estão baratos ou caros.

Em 2021, o 1% mais ricos concentravam 49,6% da riqueza nacional, constatou o relatório da Riqueza Global, publicado pelo banco Credit Suisse. As fontes citadas não pertencem ao atual governo ou ao governo passado. De fato, é muito desigualdade! Isso não está nos levando para um bom caminho.

Agora, voltando ao nosso caso dos profissionais ágeis, gente que estudou e se preparou para o trabalho com curso superior, MBAs, certificações, curso de inglês e outros caraminguás. O dono do salário de $20.000, um valor médio encontrado para os profissionais sênior, poderá comprar muita coisa, se for um jovem talentoso que ainda mora com os pais. Entretanto, não é comum ser um sênior jovem, uma vez que ser sênior significa que se trata de alguém experiente e isso só acontece com o passar dos anos. A experiência não se ensina, se adquire trabalhando muito, aprendendo com os problemas que foram enfrentados e resolvidos nesse período.

Então, só para não perder o raciocínio, essa pessoa sênior – mais madura - deve morar em sua própria casa, já quitada (tendo que pagar IPTU e despesas de manutenção) ou sendo paga através de parcelas de financiamento, ou pode ser ainda alugada, pode ter uma família, provavelmente um carro, ou quem sabe mais de um, que consome combustível cada vez mais caro pela atual forma de cobrança utilizada em nosso país, pode ter uma conta no cartão de crédito, e mensalidades escolares dos filhos, e ainda precisar pagar os planos de saúde cada dia mais impagáveis, além dos contínuos boletos disso e daquilo outro que nos vencimentos os credores sempre nos lembram de pagar.

Segundo o site https://economia.uol.com.br/cotacoes/cambio/ o valor do dólar comercial em 26/fevereiro/2025 foi cotado em R$5,802 para compra. Em outras palavras, os R$20 mil mensais do nosso sênior do exemplo acima resulta na merreca de US$3.447,08. Mesmo assim, são muitas bananas, um tolo ou cínico, ou ambos, iria dizer e rir no canto do lábio. O mundo está cheio deles. Essas pessoas estão tão ocupadas enchendo o próprio prato, que não vêm que os outros estão com fome.

O que eu quero dizer mais uma vez é que o Brasil precisa voltar a crescer e se desenvolver com mais força e energia e isso só irá acontecer com a reindustrialização. E a razão é muito simples: são as indústrias que pagam os melhores salários. Uma economia que arranca dinheiro de todo o lugar para dar para o setor financeiro está nos levando a falência e ao fracasso. Não é nova a expressão “Brazilianization”, lançada por Douglas Coupland em seu livro “Geração X: Contos de uma cultura acelerada”. O autor defendia que o fenômeno de – traduzindo livremente – brasilionização significa o “abismo crescente entre os ricos e os pobres, acompanhado pelo desaparecimento da classe média”. Mas, deixando a cegueira ideológica de lado, não é isso que estamos vendo acontecer? A economia é uma ciência social, e como tal seu desenvolvimento deve servir a toda a sociedade, e não apenas a um grupo.

O processo de desindustrialização que o Brasil vem sofrendo há anos tem incessantemente nos tirado oportunidades de crescer no presente, com forte impacto negativo em nosso futuro. Para o brasileiro está sobrando o emprego precarizado e a maquiagem do falso empreendedorismo. Como no sucesso popular de Zeca Pagodinho, “sobrou pra mim, o bagaço da laranja”. Ser motorista de aplicativo e outros bicos não é ser empresário. É só um disfarce para manter você pobre e ferrado. Um baita esforço de um indivíduo por muito pouco retorno. Novamente, eu afirmo que o nosso país precisa voltar a caminhar para se tornar uma nação verdadeiramente industrializada, para que os brasileiros tenham uma chance real de melhorar de vida e crescer em suas existências. E isso se faz com trabalho bem remunerado. É isso aí, até a próxima!

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Para mais informações acesse: https://www.roberthalf.com/br/pt/insights/guia-salarial