domingo, 15 de março de 2015

A Ética como Parte das Regras de Negócios

Quando pensamos em inovação logo nos vem à cabeça a FAST COMPANY, uma revista criada em 1995 com foco em tecnologia, design e negócios. Em 2005 a Fast Company lançou um livro chamado de “The Rules of Business”, que poderia ter sido traduzido por As Regras dos Negócios, mas que acabou recebendo o nome de “Adapte-se ou Morra” (da editora Sextante, tradução de Ivo Korytowski, publicado em 2010). Nele o leitor irá encontrar uma compilação das mais importantes ideias sobre negócios de todos os tempos, conforme afirmam seus autores. O livro é muito interessante e a tradução primorosa, valendo a pena sua leitura, especialmente como fonte de referência para as pessoas que se interessam por gestão, projetos, marketing, vendas e as relações das pessoas no ambiente de trabalho. Devo revisitar esse livro ainda muitas vezes, mas hoje gostaria de tratar do tema que está em seu capítulo 18, cujo título é “Responsabilidade social, confiança e ética”.
O referido capítulo começa contando um pouco sobre James E. Burke, eleito pela revista Fortune como um dos dez melhores gerentes do século XX. O importante aqui foi mostrar como ele conduziu a empresa Johnson & Johnson durante a crise do Tylenol (sete pessoas morreram em Chicago após tomarem capsulas do Tylenol Extraforte misturadas com cianeto) em 1982.  Apesar dos graves problemas, Burke agiu firmemente, mandando retirar todos os produtos das prateleiras, medida que custou à Johnson & Johnson algo como centro e trinta milhões de dólares. Mas, será que James E. Burke tinha um parafuso a menos, quando tomou essa decisão? Onde já se viu gastar todo esse dinheiro? Muita gente que se achava boa nos negócios torceu o nariz para o plano de ação de Burke. Não teria sido mais fácil deixar o produto morrer, evitando assim a sangria financeira? Afinal de contas, há sempre aquele grupo de indivíduos que prefere não fazer nada ou fazer pouco, ao invés de fazer a coisa certa.  

O tempo passou e os consumidores reconheceram o esforço da Johnson & Johnson e não responsabilizaram a marca nem a empresa pelas mortes. Um ano depois o Tylenol recuperou 85% de sua antiga participação no mercado, e em dois anos as vendas eram maiores do que antes do incidente. Nas palavras do próprio Burke, “tudo se resume a confiança”. E mencionando seus pais, amigos e professores, complementa dizendo o seguinte: “Eles haviam me inculcado a mesma ideia: o valor da confiança, de dizer a verdade, de manter a palavra e de fazer o que você disse que faria”.

Nesse capitulo aparece destacada a seguinte regra: “Não dá para ser um pouco ético. Ou você é ético, ou não é. Não existe meio termo”. Há ainda a valiosa frase do Professor Kevin T. Jackson, da Fordham University: “A reputação é o atributo básico das relações comerciais. Se não há confiança, não há negócio e ponto final”. E para fechar esse post gostaria ainda de mencionar mais uma regra que aparece nesse capitulo: “Se não está certo, não faça; se não é verdade, não diga”.

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