sexta-feira, 20 de agosto de 2021

Equipes de projeto eficazes: sucesso do projeto, sucesso da organização!

 

Uma equipe de projetos eficaz e bem gerida pode contribuir de forma significativa para o sucesso de uma organização.  Para que isso aconteça, a equipe deve ser capaz de produzir resultados, resolvendo problemas e concluindo trabalhos com qualidade, atendendo as demandas dos projetos em que esteja envolvida.

Nas equipes de projeto eficazes a direção a ser seguida é conhecida e igualmente compartilhada por todos os membros. Evidentemente, além de ser conhecida, a direção a ser seguida deve ser compreendida por todos os membros da equipe. Espera-se que a equipe esteja alinhada com os objetivos, processos e estratégias organizacionais, bem como que exista um forte comprometimento com as metas e decisões da organização, o que aumenta as chances de implementação bem-sucedida dessas metas e decisões.

Do ponto de vista da gestão das equipes eficazes, espera-se que o gerente de projetos contribua para a motivação, o aprendizado e crescimento profissional de cada membro da equipe. A experiência de trabalhar em uma equipe de projetos possibilita a expansão de conhecimento e a aquisição de novas habilidades. As reuniões de equipe, por exemplo, são oportunidades de aprendizado, onde é possível fornecer aos membros da equipe informações relevantes e conselhos valiosos, que energizam, motivam e ajudam os membros a se tornarem melhores em suas atribuições.

A boa gestão de uma equipe deve incentivar os membros a se ajudar, enquanto trabalham juntos. A equipe é uma fonte de apoio para os membros e pode estimular um nível maior de interação. Dessa forma, os membros da equipe podem alinhar suas ações, consultar uns aos outros sobre assuntos difíceis, aprender uns com os outros, compartilhar conhecimento e cooperar. Afinal de contas, uma equipe de projetos é formada, em maior ou menor grau, por membros que dependem uns dos outros, têm objetivos comuns – traduzidos nas metas e resultados esperados para o projeto - e cujo sucesso depende de sua capacidade de cooperar e coordenar suas ações.

Portanto, é vital que a equipe seja coesa, seguindo normas de trabalho que estimulem a colaboração e o seu funcionamento efetivo.  Uma equipe coesa é aquela em que os membros se sentem uma unidade, ao invés de indivíduos isolados, e os laços que unem as pessoas na equipe são fortes. Em uma equipe coesa, por exemplo, os membros estarão seguros de que não serão constrangidos, rejeitados ou punidos por manifestar suas opiniões, discordar entre si, fazer “perguntas idiotas” e mostrarem-se vulneráveis perante os outros. Em equipes coesas existe o comprometimento com a tarefa e o orgulho do grupo. 

A confiança é fundamental no trabalho em equipe. Isso se torna óbvio quando se faz a seguinte pergunta: - Como os membros de uma equipe poderão trabalhar bem e cooperar se não confiarem uns nos outros? 

Embora tudo isso pareça bastante evidente e que estejamos apenas descrevendo o bom senso nas equipes, na prática isso não é nada fácil de fazer acontecer. As pessoas continuam sendo pessoas, sentindo medo e sendo corajosas ao mesmo tempo. Vivendo em um mundo imperfeito e injusto em vários sentidos, e ao mesmo tempo um mundo maravilhoso. Tendo que lidar com situações difíceis como, por exemplo, a pandemia, o aquecimento global, a crise econômica e o mal humor da namorada (ou namorado). Mas, como pessoas, ainda podem ter a sensação única de aproveitar os bons momentos e gozar a vida. 

Nesse momento de nossa história, os gerentes e membros de equipe são apenas pessoas. Sim, voltamos ao assunto das equipes e, pensando bem, nunca realmente o deixamos. Para os gerentes e membros de equipe, conseguir que o trabalho em equipe seja uma perfeição não é uma tarefa fácil, embora importantes vitórias possam ser alcançadas muitas vezes . Sim, conseguir que o trabalho em equipe seja muito bom ou excelente é tarefa de ambos, gerentes e membros de equipe. Por enquanto, vamos ficar por aqui! Em posts futuros pretendo comentar o que alguns pesquisadores e estudiosos têm afirmado sobre o tema das equipes. Bem, é isso aí. Até a próxima!

segunda-feira, 16 de agosto de 2021

Pix: Bom pra quem?

 

Tenho recebido diversas mensagens na minha caixa de e-mail de empresas dizendo que “agora temos algo fantástico e maravilhoso pra você, um enorme benefício” e coisa e tal.  

Coisas como: seja flash, use o Pix. Ou, algo como pagamento instantâneo pra você.

 


Tem muito mais nessa linha! As mensagens fazem esses tipos de promessas. Será que essas promessas poderão ser cumpridas? Eu entendo que vale uma reflexão sobre o tema e o motivo é simples: o Pix é bom para quem recebe o dinheiro. Para os clientes que são alvos das mensagens de propaganda, eu tenho lá minhas dúvidas. 

Para o consumidor que paga, um benefício seria pagar e ganhar um desconto no preço, seria pagar e ter a certeza que a transação é segura, com garantia de não ser roubado ou sofrer fraudes. Mas não é bem assim! Portanto, dizer que o Pix é um benefício para o cliente, do jeito que o Pix está hoje, é mais uma “mentirinha” de marketing!

O Banco Central, em sua lista de benefícios do Pix, afirma o seguinte: 

·         Receber o dinheiro na mesma hora, como se fosse dinheiro físico;

·         Menores custos para as empresas;

·         Facilidade de integração com softwares de automação;

·         Facilidade na conciliação de pagamentos;

·         Dispensa a necessidade do troco;

·         Melhora gestão do fluxo de caixa;

·         Facilidade e rapidez de checkout;

·         Melhor controle dos pagamentos.

 

Todos são – PRINCIPALMENTE - benefícios para os que recebem o pagamento. Sim, para que não fique dúvida, estou afirmando que é tudo de bom para as pessoas e empresas que recebem os pagamentos via Pix. Para entender minhas preocupações com o Pix, eu sugiro a leitura de matéria do UOL (cujo link está no final desse post) que afirma:

“Como o novo sistema permite transferências rápidas e gratuitas a qualquer dia e horário, os estelionatários conseguem sacar ou movimentar o dinheiro rapidamente, reduzindo o tempo da vítima para perceber a cilada e pedir o cancelamento da operação”.

E a matéria segue em frente com o comentário de Adriano Volpini, diretor da Comissão Executiva de Prevenção a Fraudes da FEBRABAN (Federação Brasileira de Bancos):

"Sempre é necessário checar os dados do recebedor da transação Pix (pagamento ou transferência), seja para uma pessoa ou um estabelecimento comercial".

As dicas para evitar golpes no Pix incluem:

·         VOCÊ deve tomar cuidado com os falsos e-mails e mensagens com links suspeitos. O link contido no e-mail fraudulento direciona a um site falso semelhante a página legítima da instituição, solicitando dados pessoais;

·         VOCÊ deve tomar cuidado com sites falsos;

·         VOCÊ deve desconfiar de mensagens envolvendo o PIX. Fique atento aos e-mails que recebe solicitando o cadastramento de chaves de PIX.

·         VOCÊ não deve clicar em links recebidos por e-mail, redes sociais ou SMS;

·         VOCÊ nunca deve fornecer sua senha;

·         VOCÊ jamais deve deixar o celular desbloqueado;

·         VOCÊ não deve ler QR Codes suspeitos;

·         VOCÊ não deve compartilhar dados pessoais por canais que não sejam de instituições financeiras oficiais, não compartilhar dados com terceiros, e sempre verificar a procedência de mensagens para não clicar em links fraudulentos;

·         VOCÊ deve ter cuidado com ligações falando que é do seu banco. Ligue VOCÊ no telefone do seu banco para receber informações;

·         VOCÊ deve utilizar somente os aplicativos confiáveis para realizar transações;

·         VOCÊ deve utilizar uma chave aleatória para o seu PIX. Uma chave diferente do seu CPF, CNPJ, número de telefone e e-mail. Esses dados normalmente são mais conhecidos e fáceis de achar nas redes.

 

Você, você e você. Sempre você

Me preocupa usar um sistema que é sujeito a fraudes e não incorporou no nascedouro instrumentos de proteção para o cliente que paga a conta. Se esses instrumentos existem, ainda necessitam ser aprimorados para proteger os clientes.

O Pix, do jeito que está, é muito arriscado! Portanto, é você caro pagador, caro cliente, caro usuário do Pix que tem que se virar, que prestar atenção, que tomar cuidado, que não se deixar enganar, que se proteger dos vagabundos, golpistas, safados, fraudadores e outros larápios que usam o Pix pra tomar o seu dinheiro suado! E aí, vai usar o Pix? Te desejo toda a sorte do mundo. É isso aí, até a próxima.

Acesse a matéria do UOL sobre fraudes no Pix em: https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2021/05/28/pix-golpe-fraude-dicas-de-seguranca.htm    

Leia também sobre golpes no Pix > https://www.grupomaisvalor.com.br/golpes-da-internet-para-ficar-de-olho-em-2021

quarta-feira, 11 de agosto de 2021

domingo, 1 de agosto de 2021

Fazendo Estimativas com Planning Poker

 

O Planning Poker é uma técnica usada pelas equipes ágeis para fazer estimativas. A meta é obter o consenso.



O primeiro ponto aqui é que o projeto é executado em iterações ou ciclos. Apenas para exemplificar, podemos dizer que no Scrum essas iterações são chamadas de sprints. Dessa forma, para criar um plano para cada iteração é necessário saber o que precisa ser feito (que são as atividades ou tarefas), quanto tempo cada atividade vai demorar (que é a duração de cada atividade) e as atividades que serão feitas em primeiro lugar e as que serão feitas depois destas, e assim por diante (que define as prioridades).

Quando falamos em termos do que precisa ser feito, estamos falando dos requisitos de cada atividade. Também é importante fazer comparações para saber o quanto uma atividade é maior (leva mais tempo para ser feita/é mais complexa/custa mais caro) ou menor (leva menos tempo pra ser feita/é menos complexa/custa mais barato) que outra. Além disso, precisamos saber o que precisa ser feito que é mais importante para o negócio (se estamos em um projeto interno) ou para o cliente ou o negócio desse cliente (se estamos executando um projeto para outra empresa que nos contratou). Essa última parte relacionada as prioridades parte do princípio que os donos do negócio sabem, melhor do que ninguém, que inclui também a equipe que executa o projeto, o que é mais importante e prioritário para o seu negócio, independentemente de existirem ou não dependências.

Este é um bom momento para revisar a questão das dependências entre atividades ou tarefas. Vamos considerar, em primeiro lugar, um projeto de desenvolvimento de software, com partes que podem ser experimentadas e utilizadas pelos usuários. Alguns dessas partes são, por exemplo: (i)pagamento por Pix, (ii)seleção de produtos em ordem crescente de preços, (iii)opção para que o cliente desista do serviço, (iv)criação de playlist, e assim por diante. Cada um dos exemplos anteriores será criado através de códigos escritos por um programador (também chamado de desenvolvedor) em uma determinada linguagem de programação e podem ser produtos mínimos viáveis. Quem define o que deve ser feito em primeiro lugar, ou seja, quem define as prioridades é o dono do negócio. Nesse caso, não há dependências obrigatórias que amarrem a ordem das prioridades.

Agora, vamos pensar em projetos que não sejam construídos com partes de software e ver como as dependências funcionam. Vamos imaginar um prédio de apartamentos, um avião de transporte de passageiros ou um carro de passeio. Os três exemplos citados só ficam prontos quando tudo está pronto. Não se pode fazer o telhado em primeiro lugar, antes do alicerce e das paredes. No caso do avião de passageiros, primeiro se monta a fuselagem, dividida em grandes seções, ai vem as asas, depois o trem de pouso, as turbinas, e por aí vai até a pintura da aeronave. Para o carro de passeio também há passos muito bem definidos que incluem diferentes áreas como, por exemplo, motor, transmissão, suspensão, dinâmica veicular, carroceria e freios. Um prédio de apartamentos, um avião de passageiros e um carro de passeio são projetos que têm dependências obrigatórias. Isso quer dizer que não se pode escolher o que é feito em primeiro lugar e o que vem a seguir. Estes são exemplos muito diferentes dos projetos de desenvolvimento de software. Nesses projetos, com duração de 2 anos ou mais e envolvendo equipes com mais de 1000 profissionais, entre pessoal da empresa executora e terceiros, não existe o chamado produto mínimo viável, como nos projetos de software. O prédio de apartamentos, o avião de passageiros e o carro de passeio só são viáveis para serem usados quando estão totalmente prontos. Dito isso, vamos voltar as estimativas com a técnica Planning Poker, usadas nos projetos ágeis, que envolvem equipes pequenas e são executados em rodadas ou iterações.

O Planning Poker é colaborativo e são justamente os membros da equipe do projeto que fazem as estimativas. Para facilitar o entendimento dessa técnica, vamos imaginar uma equipe com 4 membros que precisa fazer estimativas para planejar uma iteração. Cada membro da equipe, no papel de pessoa que faz uma estimativa, pega um conjunto de cartas impressas com os números 0, ½, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 20, 40, 100 e, opcionalmente, uma carta onde o sinal de interrogação (?) está impresso, para indicar casos em que a pessoa que faz a estimativa simplesmente não tem ideia do valor a ser estimado.

Notar que os valores acima formam uma sequência de Fibonacci modificada.

O Planning Poker funciona com os seguintes passos:

1)- O processo se inicia focalizando uma determinada atividade ou tarefa.

2)- Os membros da equipe devem fazer uma discussão sobre a atividade em foco, até que se tenha clareza sobre o que é a atividade que se deve estimar.

3)-  Cada membro da equipe que está fazendo estimativas seleciona uma carta com o número que representa o tamanho da atividade. Uma vez que todos tenham feito suas escolhas, as cartas são apresentadas ao mesmo tempo. Isso evita que a estimativa de uma pessoa influencie a estimativa de outra.

4)- Se não houver um consenso, as pessoas que escolheram as cartas com pontuação mais alta e mais baixa serão perguntadas sobre suas escolhas. Isso adicionará novas percepções sobre a atividade focalizada.

5)- Levando em conta as novas percepções apresentadas, todos fazem uma nova estimativa.

6)- O processo se repete até a obtenção de consenso.

7)- Uma vez obtido o consenso, a pontuação estimada para a atividade ou tarefa é registrada.

Aqui vale mencionar uma unidade arbitrária chamada Story Point. O Story Point é, provavelmente, a unidade de estimativa mais utilizada entre as equipes ágeis atualmente. O nome é derivado da forma como se expressam requisitos de uma tarefa, na forma de User Story (Estória do Usuário).

A pergunta então é a seguinte: Quantos Story Points tem essa User Story?

Um Story Point é uma estimativa relativa ao "tamanho" da atividade que pode ser comparada com outra atividade no projeto. Portanto, espera-se que uma estória de 8 pontos demore quatro vezes mais tempo que uma estória de 2 pontos.

Em uma análise grosseira, pode-se dizer que um Story Point é uma unidade de medida que expressa a estimativa do esforço necessário para implementar uma atividade ou tarefa. Todavia, além da quantidade de esforço devem ser também considerados mais dois aspectos: a complexidade para desenvolver a atividade e o risco para desenvolver essa atividade.

Do ponto de vista prático, os pontos atribuídos para cada atividade são usados para estimar o custo e a duração dessas atividades. Cada equipe ágil pode definir o tamanho de um Story Point em termos de horas ou dias. Isso também leva em consideração a quantidade de recursos (pessoas, chamadas de programadores ou desenvolvedores) previstos para trabalhar na atividade. Por exemplo, para a empresa XYZ, com custo hora do desenvolvedor em $100, uma tarefa estimada para ser concluída (desenvolvimento e testes) com 3 desenvolvedores em uma hora, pode receber a pontuação de 3. Em outras palavras, a pontuação diz que a tarefa levará 1 hora para ser concluída e custará $300.

Para uma mesma tarefa, a pontuação dos Story Points pode ser diferente de empresa para empresa, bem como de equipe para equipe. Em outras palavras, um Story Point é único para a equipe e não pode ser comparado com o Story Point de outra equipe. As equipes podem ser diferentes por diversos fatores como, por exemplo, quantidade de membros, grau de especialização, tipos de competências e experiência, que faz com que diferentes equipes trabalhem em diferentes velocidades. Como a velocidade das equipes é diferente, o tempo para conclusão de atividades poderá ser também diferente.

Algumas equipes adotam a regra de dividir em tarefas menores uma atividade que é estimada com pontuação maior ou igual a 13. A ideia aqui é reduzir o risco quando se lida com tarefas grandes e, geralmente, mais complexas, que são mais difíceis de estimar.

Como o Planning Poker é colaborativo e permite a participação de todos os membros da equipe que executarão a atividade, esta técnica funciona como ferramenta de integração da equipe, uma vez que todos podem contribuir e se comprometer com o plano que está sendo elaborado. Além disso, com a experiência de realizar sucessivas estimativas feitas para várias iterações do projeto (fazer a estimativa, verificar se foi correta e corrigir, se necessário, para melhorar a próxima iteração), o Planning Poker auxilia no planejamento futuro, melhorando a precisão das estimativas.

Bem, é isso aí, até a próxima!