terça-feira, 5 de julho de 2016

Gerenciamento de Projetos: Verdade ou Consequência?

Gerenciar projetos é planejar e acompanhar a sua execução. O gerente do projeto deve se manter alerta e flexível com os acontecimentos do dia-a-dia, com atenção ao plano inicial para não perder o controle. Muitos acreditam que saber gerenciar pessoas e se comunicar bem são as principais qualidades de um gerente de projeto. Mas, não é só isso. O gerente de projetos precisa saber fazer muitas outras coisas como, por exemplo, selecionar um projeto, planejar o trabalho da equipe, administrar conflitos, gerenciar o escopo, gerenciar o tempo, gerenciar os custos, gerenciar os riscos, administrar a documentação, gerenciar a qualidade, administrar métricas e administrar contratos. O segredo, embora isso já não seja há algum tempo um segredo para ninguém, é envolver a equipe, cliente e fornecedores de tal forma que todos se sintam diretamente responsáveis pelo sucesso do projeto.

 
Sim, mas seria essa visão compartilhada e aceita por todos? Um grande número de organizações, especialmente no campo da manufatura, fortemente orientadas aos processos repetitivos, simplesmente não acredita que um projeto necessite ser gerenciado de forma própria, ou melhor, com um método apropriado e processos diferentes daqueles que são usados para gerenciar as operações do dia a dia. Essas organizações são, portanto, imaturas do ponto de vista da gestão de projetos. Um gerente de projetos que tenha que trabalhar em organizações com baixo grau de maturidade em gerenciamento de projetos costuma enfrentar situações difíceis.
Para essas organizações não existem bons gerentes de projetos, somente existem gerentes sortudos. O sucesso do projeto não se relaciona ao bom planejamento e a boa execução, mas a sorte do gerente. Qualquer estimativa de custo, tempo ou esforço, será considerada cara e excessiva, não importando a qualidade da sua elaboração. Ainda há muitos chefes que pensam que todos mentem nas suas estimativas, que acrescentam gordura para se proteger de seus erros ou justificar sua preguiça em fazer as coisas no tempo normal e correto. Ou, por outro lado, mesmo que os colaboradores não mintam ou não aumentem suas estimativas, esses chefes acreditam que tem o poder de reduzir custos, de fazer com que alguém execute uma tarefa em menos tempo, ou com uma quantidade menor de pessoas, só porque eles (ou elas) assim o desejam. É como se atitude de pressão do chefe pudesse realizar verdadeiros milagres.  Dizendo de outra forma, a apresentação dos fatos e detalhes que justificam uma estimativa não será suficiente para impedir que cortes e mutilações fossem aplicadas as mesmas.
É realmente espantoso saber que 97% das organizações acreditam, segundo a “PricewaterhouseCoopers”, que o gerenciamento de projetos é fundamental para o desenvolvimento do negócio e do sucesso organizacional. Mas, o que as organizações fazem com essa crença é pelo menos duvidoso. Basta verificar que, de acordo com a “University of Ottawa”, 33% dos projetos falham por causa da falta de envolvimento da alta direção. Por sua vez, foi divulgado pela Harvard Business Review que um em cada seis projetos de TI estão 200% acima do custo orçado e 70% atrasados em relação ao cronograma original. Os números mostram uma distância entre as intenções e a realidade prática. Alguém poderia dizer que esses são resultados desatualizados,  divulgados em 2015, mas eu duvido que tenha havido alguma mudança significativa, pois afinal estamos ainda em meados de 2016.
Todo o conhecimento, experiência e criatividade do gerente de projetos terá pouca ou nenhuma utilidade se não houver apoio da direção da organização. Esse apoio precisa ser claramente manifestado, para que não haja dúvidas sobre as mudanças que precisam ser implementadas na forma de proceder e de trabalhar com os projetos. O problema é que nessas organizações, via de regra, esse apoio faz parte apenas dos sonhos do gerente de projetos. Sem esse apoio da alta direção, o gerente de projetos vai estar sozinho, falando com as paredes. Então, com essa montanha de problemas, devemos desistir? Certamente que não! Vivemos em um mercado promissor, repleto de novas oportunidades. Já passamos por turbulências políticas em outros tempos, e ainda estamos aqui para contar nossa história. Temos muito que fazer, aprender e trabalhar. O mundo muda e as mudanças significam oportunidades. Apesar das dificuldades vamos ampliar nossa capacidade de realizar e de vencer desafios. Sim, o gerenciamento de projetos ainda é novo para muitas organizações e grande parte de seus colaboradores. A boa notícia é que o novo sempre vem!

O happer Projota é o autor da frase: "O ser humano é falho. Hoje mesmo eu falhei. Ninguém nasce sabendo ... ".

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