sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

O medo de Matemática. Você tem medo de que?

De onde vem o tal medo de Matemática? Com base no estudo de vários autores, esse temor vem de muito longe, talvez ele exista desde o início, quando o ensino da Matemática começou, da forma como o conhecemos hoje e, apenas para dizer o mínimo, esse medo tem afetado uma quantidade enorme de estudantes em todas as fases do processo educacional.  

O medo de Matemática é algo tão real que acabou recebendo um nome especialmente dedicado a esse fenômeno: matofobia. Segundo PAPERT (1988), a Matofobia “impede muitas pessoas de aprenderem qualquer coisa que reconheçam como matemática, embora elas não tenham dificuldade com o conhecimento matemático quando não o percebem como tal”.

FELICETTI e GIRAFFA (2011) afirmam que “os estudantes têm a necessidade de praticar Matemática, e não apenas ficarem na rotina da aprendizagem de regras, procedimentos e memorizações”. E acrescentam: “O sucesso ou insucesso na disciplina de Matemática está ligado não só naquilo que é ensinado, mas, principalmente, em como é ensinado de modo a consolidar os conteúdos matemáticos a cada nível de aprendizagem, uma vez que esta disciplina se torna mais complexa a cada nível de ensino”.

A visão do conhecimento da Matemática como um muro de tijolos funciona muito bem. Nessa visão, cada tijolo representa um conceito. Os conceitos mais simples, como os números e as quatro operações, formam a base do muro. Pouco a pouco outros conceitos, ou tijolos, vão sendo acrescentados e o muro começa a crescer. Se falta um tijolo, o muro tem uma fraqueza ou, em alguns casos, se faltam muitos tijolos (ou conceitos), o muro fica impedido de aumentar. Por outro lado, com os conceitos solidamente fixados, o conhecimento da Matemática tende a se multiplicar e a se consolidar no estudante. Como resolver o problema da falta de um ou mais tijolos, em outras palavras, dos conceitos? Voltando atrás e buscando o conhecimento que está faltando para retomar a construção do muro de forma sólida. Mas por que ter todo esse trabalho? Porque a Matemática é muito importante, sendo a linguagem das ciências exatas, dos negócios e do dinheiro.

No campo do gerenciamento de projetos a matemática se apresenta como uma importante ferramenta, e há inúmeros exemplos desse fato. Será necessário, por exemplo, trabalhar com o raciocínio matemático quando temos que preparar o orçamento de um projeto e depois, com o projeto em andamento, quando é necessário monitorar e controlar os custos do mesmo. A técnica do EV, ou “Earned Value” (valor agregado), usa cálculos matemáticos, cujos resultados precisam ser interpretados para indicar se o projeto está dentro ou fora dos custos planejados. É possível saber também, através dos cálculos do EV, se o projeto está atrasado, adiantado ou dentro do prazo previsto. Bem, vamos deixar a parte que trata dos cálculos do EV e sua interpretação para o próximo post. Por agora, gostaria de desafiá-los a resolver o problema apresentado na figura abaixo, que levou ao erro a 99,9% dos que tentaram solucioná-lo. Será que você conseguirá acertar?  
Encare a questão como se a mesma fizesse parte de um processo seletivo para uma vaga que muito lhe interessa em uma boa empresa. Se você leu a questão, não entendeu, se sente perdido, e gostaria de enviar uma pergunta do tipo: “o que é pra fazer”, não faça isso. Os indivíduos que estão perdidos costumam se dar mal nos processos seletivos. Quem pergunta “o que é pra fazer” o tempo todo, só consegue trabalhar em cargos operacionais, que pagam menos do que os cargos gerenciais. Você precisa pensar a respeito, usar a sua massa cinzenta, raciocinar para compreender o que precisa ser feito para solucionar o problema e vencer o desafio. Mãos a obra e boa sorte!  

Referências bibliográficas:

FELICETTI, V. L. e GIRAFFA, L. M. M. “Intervenientes na aprendizagem matemática”. XIII CIAEM-IACME, Recife, Brasil, 2011.

PAPERT, S. “Logo: Computadores e Educação”. São Paulo: Brasiliense, 1988.

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